Gravidez na adolescência diminuiu mais de 30% nos últimos 10 anos em Foz

O número de mães adolescentes vem diminuindo gradativamente em Foz do Iguaçu nos últimos 10 anos. Um levantamento divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), no Sistema de Informações de Nascidos Vivos (Sinasc) do Governo Federal, mostra que em 2013 foram registados 820 bebês de meninas com idades entre 15 e 19 anos. Em 2023, das quase cinco mil crianças nascidas no município, apenas 538 são fruto de mães precoces, uma queda acentuada de 34%.

O monitoramento aponta ainda que das adolescentes que tiveram filhos no ano passado, 119 precisaram passar por parto cesárea, o que aumenta o risco para a mãe e para o bebê. Apesar de alto, este número também apresentou uma redução de mais de 40% na última década.

Em todo o Paraná, o índice de adolescentes grávidas teve redução de 53% entre 2013 e 2023, passando de 27.600 ocorrências, para 12.750. Essas quedas são atribuídas pela Sesa ao fortalecimento da assistência à saúde das gestantes, e as campanhas de conscientização sobre os cuidados maternos, riscos da gestação precoce e prematuridade dos bebês.

“A ocorrência da gravidez na adolescência é resultado de uma somatória de fatores e merece ações compartilhadas e de diferentes setores. É primordial que a equipe de saúde, já nas consultas de pré-natal, fale com a gestante sobre educação sexual e os diferentes métodos contraceptivos disponíveis para se evitar futuras gestações não planejadas, especialmente na fase da adolescência”, explicou a chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher da Sesa, Carolina Poliquesi.

Diminuir os índices de nascimentos durante a adolescência também está entre as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), da Organização das Nações Unidas (ONU), e integra a estratégia global para mulheres, crianças e adolescentes 2016-2030. Apesar dos avanços, a proporção da gravidez não planejada na adolescência ainda é alta. Em 2023, por exemplo, dos 139 mil nascimentos, 9% foram de mulheres entre 15 e 19 anos.

Em todo o Brasil, foram contabilizados 288.529 partos de mães adolescentes no ano passado. Por dia, 1.043 adolescentes se tornam mãe país. E, por hora, são 44 bebês que nascem de mães precoces.

Diante desse cenário, em janeiro de 2019 foi criada a Lei nº 13.798, que instituiu a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência com o objetivo de chamar a atenção das pessoas para discutir as políticas de prevenção. As ações acontecem sempre em fevereiro, antes do carnaval, visando aproveitar a ocasião para divulgar os métodos contraceptivos porque acaba sendo um período mais vulnerável.

 

Riscos

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a gestação na adolescência é uma condição que eleva a prevalência de complicações para a mãe, para o feto e para o recém-nascido, além da possibilidade de agravamento de problemas socioeconômicos já existentes.

Para a adolescente gestante, por exemplo, existe maior risco de mortalidade materna. Já para o recém-nascido, o risco aumenta para anomalias graves, problemas congênitos ou traumatismos durante o parto (asfixia, paralisia cerebral, entre outros).

 

Impactos sociais, emocionais e econômicos

A gravidez na adolescência pode abranger aspectos físicos, emocionais, socioeconômicos e educacionais. A situação torna-se ainda mais complexa quando a gestação é resultado de violência ou quando a gestante é menor de 14 anos, configurando um caso de estupro de vulnerável. Nesses casos, o acolhimento psicológico é essencial.

Oito em cada dez adolescentes maiores de 16 anos estão fora da escola. O dado alarmante da educação brasileira foi identificado em uma pesquisa feita pelo Sesi e o Senai. Quando o estudo foca apenas em meninas, 13% das entrevistadas afirmaram que saíram da escola por gravidez.

 

  • Da redação / Foto: divulgação

 

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