Fuga em penitenciária de Minga Guazú deixa fronteira em alerta
Oito criminosos de alta periculosidade fugiram do presídio de segurança máxima de Minga Guazú, no Paraguai, a menos de 30 quilômetros de Foz do Iguaçu. A ação foi registrada na noite de quarta-feira (26), deixando as forças de segurança de toda a região de fronteira em alerta.
Os foragidos foram identificados como Wilson Rotela, Juan Valentín, Pablo Melgarejo, Derlis Ramón Giménez, Fredy González Delvalle, Marcio Caetano, Fernando Aquino e Anderson Queiroz, sendo este último suposto integrante do grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo informações da Polícia Nacional de Alto Paraná, os detentos usaram lençóis como cordas para escapar por uma guarita, que não era vigiada por agentes penitenciários, tendo acesso ao pátio externo.
Uma operação foi montada para recapturar os fugitivos. Após intensas buscas, um dos presos foi localizado e reconduzido à carceragem. O caso está sendo apurado pelo Ministério Público do Paraguai e a principal suspeita é de que a fuga tenha sido facilidade por um grupo de agentes penitenciários. Cinco envolvidos foram presos.
Câmeras de segurança da unidade prisional estão sendo analisadas e as imagens devem auxiliar na identificação da logística da fuga. O caso está sendo acompanhado pelo Ministério da Justiça do país vizinho.
Em coletiva à imprensa, o ministro da Justiça do Paraguai, Rodrigo Nicora, disse que entre os agentes detidos por suspeita de facilitar a fuga dos internos está o diretor da unidade prisional, Julio Careaga, que teria manipulado o circuito de câmeras.
“Qualquer módulo, embora de segurança máxima, é administrado por seres humanos. A tecnologia no presídio é de primeiro nível, mas estava subordinada a uma pessoa, que agora está presa”, afirmou.
Ainda segundo o ministro, as informações colhidas até o presente indicam que os carcereiros foram comprados por uma grande quantia em dinheiro. Resta saber de onde partiu o valor e como foi montado o esquema. Além dos agentes já detidos, há indícios de que os guardas que eram responsáveis pela segurança externa da penitenciária também tiveram participação na fuga.
“Imagens de câmeras mostraram o momento em que um dos agentes penitenciários deixou a área que deveria estar vigiando. Um dos guardas também é visto entregando uma chave a um dos presos, permitindo que ele abra as portas da cela e escape. Neste momento, o general Pedro Martínez, das Forças Armadas, foi nomeado para investigar as ações dos oficiais encarregados de guardar o perímetro da penitenciária, que também agiram de forma passiva”, explicou o ministro Nicora.
Sete detentos seguem sendo procurados, com equipes policiais em atenção em toda a área de fronteira, já que existe rota de fuga para diversas regiões. Um dos procurados, inclusive, é brasileiro.
Fugitivos
Dentre os fugitivos, apenas Fredy González foi recapturado. O criminoso possui uma condenação de 40 anos de reclusão por participar de um massacre na prisão de San Pedro, onde 10 membros do PCC foram assassinados.
Entre os foragidos, Pablo Melgarejo é líder de uma gangue dedicada a roubar celulares de última geração em Ciudad del Este. Ele foi condenado a oito anos de prisão. Já Wilson Rotela estava preso pelo assassinato de um agente da Polícia Nacional, em junho de 2022.
Marcio Caetano estava preso pelo assassinato do colono brasileiro Edson Rosso, registrado em Minga Porá, em 2016. Também na lista, Derlis Giménez, é apontado como autor da morte de uma mulher em Caaguazú. A vítima teve a garganta cortada durante um roubo de joias e dinheiro.
Sobre Fernando Aquino e Juan Insfrán não há detalhes sobre os antecedentes criminais.
- Da redação
- Foto: divulgação