Fronteira irá trabalhar unida para facilitar fluxos aduaneiros

Cerca de 150 lideranças dos setores público e privado integraram o workshop sobre Gestão Coordenada de Fronteiras, nessa segunda-feira, 28, em Foz do Iguaçu. O objetivo é fortalecer o comércio, a produção, a logística, a inovação e o turismo a partir de procedimentos bilaterais que tornem mais fluidas as operações aduaneiras.

Participaram gestores e agentes públicos, empresários, investidores, diretores de cooperativas e representantes da sociedade civil organizada da região trinacional. A programação contou com o lançamento oficial no país da Expo Paraguai-Brasil 2023, a ser realizada nos dias 21 e 22 de setembro, em Luque, junto à capital Assunção.

No evento, os diretores brasileiro e paraguaio da Itaipu Binacional, Enio Verri e Justo Zacarías Irún, ratificaram o apoio à agenda em prol da gestão integrada nas fronteiras. O próximo passo prevê a realização de estudo técnico para diagnosticar o processo logístico entre os países vizinhos e estruturar uma proposta multifronteira.

Presentes à reunião, operadores internacionais do comércio e do transporte, assim como dirigentes de empresas do agro e de cooperativas de produção, demonstraram as oportunidades vinculadas à agilidade do trâmite fronteiriço. O volume de compras de alguns produtos agrícolas do Paraguai, transportados por Foz do Iguaçu, poderia dobrar, foi um dos exemplos.

Coordenador do evento, o presidente da Associação Comercial e Empresarial (ACIFI), Danilo Vendruscolo, ressaltou que a efetividade da gestão coordenada depende da participação de entes públicos e privados. Contextualizou que o tema é uma das prioridades do FILMS, Fórum Internacional de Logística Multimodal Sustentável, realizado nas Três Fronteiras.

“Nossa intenção é criar três projetos-pilotos entre Brasil e Paraguai, levando-os a outras fronteiras na sequência”, disse. “A gestão coordenada dará maior competitividade aos nossos produtos. E temos indicativos de que a região trinacional poderia aumentar em mais de cem mil o fluxo de caminhões de cargas. É renda, são empregos”, pontuou Danilo.

 

Exemplo de integração

Ao colocar a Itaipu Binacional à disposição para colaborar, Enio Verri e Justo Zacarías Irún convergiram afirmando que o maior exemplo de que é possível a integração é a usina, empreendimento de dois povos irmãos. Enfatizaram o papel da empresa em gerar desenvolvimento e a simetria entre os governos nacionais dos dois países.

“Renovo o compromisso histórico da Itaipu em contribuir para o desenvolvimento dessa fronteira”, realçou o diretor-geral brasileiro. “Esse debate está no caminho certo, estamos à disposição para contribuir e temos a influência necessária junto aos nossos presidentes para fazer essa pauta avançar”, frisou Enio Verri.

De modo igual, Justo Zacarías Irún ressaltou que o cenário é favorável. “Os governos do Brasil e do Paraguai têm hoje um alinhamento de projetos. Colocamos a inteligência que construiu e opera a Itaipu a favor dessa integração na fronteira. É a grande oportunidade, este é o momento”, declarou o diretor-geral paraguaio da binacional.

Governador de Alto Paraná, César “Landy” Torres reforçou o compromisso de trabalhar em conjunto. “Temos o desafio de fortalecer o vínculo institucional entre as duas nações, é até uma orientação do nosso presidente, Santiago Peña, integrando e trabalhando com diferentes atores políticos”, expôs.

 

Visão técnica

O auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil (RFB) Marcelo Mossi destacou o trabalho entre Foz do Iguaçu e Cidade de Leste, citando que 65% de toda a corrente de negócios do Brasil e Paraguai passa pelas duas cidades. E concluiu definindo que gestão coordenada tem o objetivo de “contribuir para o desenvolvimento dos países envolvidos”.

Atuando no programa Operadores Econômicos Autorizados (OEA), o auditor-fiscal da RFB Fabiano Diniz explicou que esse sistema dialoga com a gestão coordenada de fronteiras. “Traz um pacote de benefícios aduaneiros às empresas que aderem ao programa, como maior fluidez”, revelou, pois elas são menos inspecionadas, o que reduz o tempo de espera nos postos de fronteira.

  • AI ACIFI /  Foto Divulgação

 

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