Foz registra quase 20 denúncias de violência contra a mulher por dia

Apesar das muitas campanhas de alerta e conscientização, e das diversas ações de fiscalização, o índice de violência contra a mulher ainda é alarmante em todo o Brasil, com milhares de ocorrências diárias em vários ambientes e contextos. Foz do Iguaçu não escapa das estatísticas, dados da Secretaria Municipal de Segurança Pública do Paraná (Sesp) mostram que a cidade registrou no primeiro semestre um total de 3.350 Boletins de Ocorrência por este tipo de crime.

Os números apontam uma média de 560 ocorrências por mês e pelo menos 18 denúncias por dia. No panorama estão agressões físicas e verbais, ofensas, assédio moral e sexual, tortura psicológica, extorsão financeira e, em casos ainda mais graves, feminicídio.

No momento a cidade ocupa o sexto lugar no Paraná com o maior volume de BOs por violência contra a mulher, atrás apenas de Curitiba, que contabilizou 18.406 ocorrências de janeiro a junho; Londrina (5.215), Ponta Grossa (3.968), Maringá (3.751) e Cascavel (3.730). Em todo o Estado foram mais de 111,8 mil registros nos primeiros seis meses do ano, uma média de 620 denúncias por dia.

As situações de violência ocorrem em todo o tipo de ambiente: no trabalho, na rua, nas escolas, dentre outros. Mas é dentro do próprio ambiente familiar da vítima onde o número de casos é maior. Para se ter uma ideia, das mais de 3,3 mil situações contabilizadas em Foz neste ano, 1.045 são referentes a violência doméstica.

Boa parte dos crimes no âmbito familiar acontece nos finais de semana, sendo que a maioria é praticada pelos próprios “companheiros” das vítimas. Quando a mulher procura por ajuda, há chance de se libertar das agressões e recomeçar. Quando a vítima se cala, infelizmente o pior pode ocorrer. Neste ano três mulheres foram assassinadas.

Ao sofrer violência, a mulher pode enfrentar diversos traumas e doenças durante a vida. Alguns cenários são: sentir que não é apta a estudar, obter novos aprendizados e buscar um futuro melhor para si; pode enfrentar dificuldades para emitir suas opiniões em casa ou no trabalho. Tudo isso por ter sido silenciada frente a outras pessoas ou receber menosprezo por ser mulher.

Em qualquer situação, no âmbito em que se encontrar, a vítima pode e deve procurar auxílio. Para realizar uma denúncia de violência contra a mulher, seja ela doméstica ou não, basta entrar em contato pelo número 153 da Patrulha Maria da Penha e solicitar ajuda. Também é possível entrar em contato com a Delegacia da Mulher pelo telefone (45) 3521-2150, ou ir pessoalmente à unidade, que fica na Anhembi, 223, na Vila A.

 

Medidas protetivas

Caso se sinta insegura em denunciar por medo da resposta do agressor, a vítima pode solicitar uma medida protetiva, na qual a Justiça pode determinar que o suspeito mantenha distância da vítima. Caso descumpra a ordem, o agressor é preso.

No ano passado 1.331 mulheres pediram medidas protetivas em Foz e estão sendo acompanhadas pela Patrulha Maria da Penha, que realizou 10.766 visitas às vítimas com o objetivo de verificar a segurança das mesmas. Somente neste ano já foram registrados mais de 150 pedidos.

Caso ainda sinta receio, mesmo com a medida protetiva, a mulher pode solicitar também o encaminhamento para um abrigo. Neste caso, a patrulha acompanha à vítima até a residência dela para a retirada de pertences, garantindo que não haja riscos.

 

Agosto Lilás

Agosto Lilás é uma campanha de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher. No contexto, o mês é marcado por palestras, panfletagens e outras ações que visam intensificar a divulgação da Lei Maria da Penha, sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre o necessário fim da violência contra a mulher, divulgar os serviços especializados da rede de atendimento à mulher em situação de violência e os mecanismos de denúncia existentes.

 

  • Da redação / Foto: divulgação

 

 

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