Forças de Foz e Ciudad del Este trabalharão juntas para acabar com transportes irregulares na Ponte da Amizade
Forças de segurança e fiscalização de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este se unirão nas próximas semanas em uma grande operação para acabar com transportes irregulares de pessoas e mercadorias na Ponte Internacional da Amizade.
Para traçar estratégias sobre a ação conjunta, autoridades da prefeitura de CDE e Instituto de Transportes e Trânsito de Foz (Foztrans) se reuniram na quarta-feira (17). O objetivo é de que rigoroso controle ocorra de forma simultânea em ambos os lados da fronteira, com abordagens nas aduanas.
Participaram do encontro o diretor de transporte e a diretora de fiscalização de transporte público de Foz, Dyorgines Villar e Kelly Moraes; além da diretora de transporte público e dos subchefes da divisão de transportes de Ciudad del Este, Sonia Barrios, Diego Martínez e Ever Olmedo.
De acordo com os agentes, as fiscalizações terão como alvo os carros, motos, ônibus e vans que cruzam a ponte diariamente. Os veículos serão abordados e terão os documentos verificados para a identificação das licenças, além das condições de rodagem em geral, nas áreas de ingresso ao Brasil e Paraguai.
Outras ações com o mesmo foco já foram realizadas anteriormente, porém não de forma integrada e simultânea nos dois países. A mobilização atende a uma reivindicação dos trabalhadores regulares e também dos comerciantes, que se sentem prejudicados pelas frequentes ações de falsos motoristas e criminosos, que refletem na segurança e economia da região.
“Nesta passagem de fronteira, além dos ônibus do transporte público, também são utilizados transportes alternativos como vans e motocicletas. Como há um grande número de veículos, muitos não atendem a requisitos como seguro de veículo, seguro de passageiros, autorização de transporte público, entre outros. O nosso objetivo é acabar com estas ações clandestinas”, destacou a diretora de transporte público de CDE, Sonia Barrios.
Transporte irregular oferece risco aos passageiros
Conforme um acordo entre Brasil e Paraguai, vans e táxis podem trazer passageiros para o Brasil, mas devem voltar com os veículos vazios. O mesmo vale no sentido contrário. Entretanto, essa regra nem sempre é respeitada pelos transportes irregulares, que também não possuem a licença necessária para o serviço.
Além de causar uma concorrência desleal para os trabalhadores regulares, esse tipo de transporte “clandestino” oferece riscos para os moradores e turista da fronteira, já que sem o registro não é possível rastrear os veículos ou identificar os condutores em casos de incidentes.
Diversas ocorrências de assaltos e até mesmo sequestro de turistas já foram registradas entre Foz e Ciudad del Este, onde criminosos se passaram por motoristas de veículos para enganar as vítimas, oferecendo serviços de transporte mais baratos.
Além disso, veículos sem registro também são frequentemente usados para a passagem de contrabando, descaminho e drogas. O transporte de passageiros neste caso serve apenas como um “disfarce” na tentativa de despistar a fiscalização.
Fluxo
A Ponte da Amizade na fronteira entre Brasil e Paraguai tem movimento diário de aproximadamente 41,2 mil veículos, de acordo com dados divulgados pela Pesquisa de Tráfego e Perfil de Turistas na Tríplice Fronteira, elaborada pelo Centro Universitário Dinâmica das Cataratas (UDC). Deste volume, uma grande parcela corresponde a motocicletas, alguns dos alvos mais frequentes de fiscalização.
- Da redação / Foto: Prefeitura de Ciudad del Este