Delegacia da Mulher em Foz recebe, em média, 100 pedidos de medidas protetivas por mês
As diversas fontes de apoio e o empenho das forças de segurança tem surtido efeito no combate à violência contra a mulher em Foz do Iguaçu. Ainda há muito trabalho a ser feito, mas cada vez mais vítimas têm buscado por auxílio graças às ações de conscientização.
Conforme dados da Polícia Civil, a Delegacia da Mulher em Foz do Iguaçu recebe cerca de 20 denúncias de violência por dia e, em média, 100 pedidos mensais de medidas protetivas. A ação pode, por exemplo, determinar que o agressor mantenha distância da vítima.
Atualmente, 1.500 mulheres são acompanhadas pelas equipes policiais da Patrulha Maria da Penha na fronteira. Elas recebem visitas frequentes como forma de prevenção a novos crimes e apoio rápido em situações de risco.
Durante a visita à vítima, as equipes compostas por policiais e guardas municipais, oferecem orientação sobre direitos, informam sobre a rede de apoio do município e estabelecem um canal de confiança, mostrando que a mulher não está desamparada. O objetivo é fortalecer sua autonomia e garantir que a vítima tenha as ferramentas para seguir em frente com segurança. Vale ressaltar que o agressor também é acompanhado e passa por visitas.
No panorama geral de crimes, a maioria dos boletins de ocorrência envolvem agressões físicas e verbais, ofensas, assédio moral e sexual, tortura psicológica, perseguição e extorsão financeira. Boa parte das situações é registrada dentro do ambiente familiar, tendo o companheiro da vítima como agressor.
Neste ano Foz contabilizou dois feminicídios. O número caiu consideravelmente quando comparado a 2023, quando foram registrados sete crimes do tipo. Para reduzir ainda mais este tipo de violência, múltiplas operações ocorrem em todo o Paraná.
Com este propósito, na tarde de terça-feira (22), Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, os delitos contra a mulher ganharam visibilidade na Caminhada do Meio-Dia, realizada em Foz e em outras 179 cidades paranaenses.
“No Paraná, o combate ao feminicídio é tratado de forma ampla e integrada entre as forças de segurança, das Delegacias da Mulher aos atendimentos diários da Polícia Militar. Nesse contexto, em 2024, a Secretaria da Segurança Pública (Sesp) criou o Programa Mulher Segura, que traz uma série de ações para coibir crimes praticados contra mulheres. Neste ano, ele foi expandido a todos os 399 municípios paranaenses. Queremos continuar atuando de maneira muito séria e estratégica nessa área”, ressaltou o secretário da Segurança Pública, Hudson Teixeira.
Tecnologia auxiliar
Para fortalecer ainda mais o combate à violência contra as mulheres, o Governo do Estado lançou, através da Sesp, um programa que garantirá o monitoramento de possíveis agressores que tenham medidas protetivas em seu nome e usem tornozeleiras.
O equipamento dará um sinal para um celular da mulher sob possível ameaça e ao mesmo tempo alertará a Polícia Militar. Esse programa recebeu investimento de R$ 4,8 milhões por parte do Estado e está em fase de implantação.
A ação faz parte do Mulher Segura e conta com uma atuação especial da Polícia Penal do Paraná (PPPR). A primeira etapa terá como piloto as cidades de Curitiba (nos primeiros seis meses) e, na sequência, Foz do Iguaçu, com o restante do Paraná incluído após o primeiro ano do projeto.
Denúncia
Para realizar uma denúncia de violência contra a mulher, seja ela doméstica ou não, basta entrar em contato pelo número 153 da Patrulha Maria da Penha e solicitar ajuda. Também é possível denunciar pelos números 190 da Polícia Militar e 197 da Polícia Civil. O Boletim de ocorrência pode ser registrado presencialmente ou por meio do site: www.policiacivil.pr.gov.br/BO
- Da redação
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