Com média superior a 10 crimes por mês, Foz destaca alerta para ações de combate ao abuso sexual infantil
Durante o Maio Laranja, campanha nacional de conscientização sobre o combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, Foz do Iguaçu chama a atenção dos pais e responsáveis para a necessidade de redobrar os cuidados com os pequenos. O diálogo, a orientação constante e o controle de navegação na internet são fundamentais para prevenir crimes.
De acordo com dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) o índice de casos de violência sexual envolvendo menores de idade em Foz é preocupante. Em 2024 foram contabilizados 187 Boletins de Ocorrência, expondo uma média superior a 10 crimes por mês no município. Neste ano, somente no primeiro trimestre foram registradas 39 ocorrências.
O monitoramento das forças de segurança é constante, assim como as operações com foco no combate à pedofilia. Nesta semana, por exemplo, um homem foi preso pela Polícia Federal na fronteira, no âmbito da Operação Proteção Integral II, que ocorreu simultaneamente em todo o país.
Com o suspeito foram apreendidos diversos materiais eletrônicos contendo imagens de sexo com crianças e adolescentes. Em todo o Brasil foram executadas 35 prisões em flagrante pelo mesmo crime.
Entretanto, para que a repressão seja efetiva é necessária a atenção da sociedade em geral. A violência pode se manifestar de maneiras diversas, sendo física, emocional, sexual ou por negligência e, muitas vezes, os sinais passam despercebidos até por quem convive diariamente com a vítima.
Queda no rendimento escolar, isolamento, agressividade, medo sem motivo aparente, retorno a comportamentos infantis (como urinar na cama) ou até mesmo um interesse precoce por temas ligados à sexualidade podem indicar que algo está errado.
A Polícia Civil, que é responsável pela investigação de boa parte dos crimes, recomenda que famílias e escolas criem espaços de diálogo constante, nos quais crianças e adolescentes se sintam seguros para falar. Quanto maior a confiança nos adultos, maior a chance de revelar os abusos. “É dever de todo cidadão agir ao identificar qualquer forma de vulnerabilidade que atinge crianças ou adolescentes. A omissão também causa danos”, destacou o delegado Rodrigo Rederde.
Ao suspeitar de qualquer forma de violência, o primeiro passo é registrar um boletim de ocorrência junto à Polícia Civil. Além da delegacia, é possível registrar o crime de forma anônima pelos números 181 e 197.
Uma vez feito o registro, a criança ou adolescente passa por uma escuta especializada, conduzida por psicólogos treinados para acolher sem causar revitimização. Esse momento é essencial para dar início à investigação formal, que seguirá com a coleta de provas, depoimentos de pessoas próximas e análise de informações digitais, quando necessário.
Mobilização
O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil, fixado em 18 de maio, reforça a necessidade de denúncia e de ações preventivas para enfrentar esse grave problema social.
Em Foz, a data será lembrada na segunda-feira (19), com uma blitz educativa no semáforo da Avenida Paraná, em frente ao Shopping JK. A ação será promovida pela Rede Proteger para reforçar a importância da proteção infanto-juvenil.
Na mobilização, voluntários e profissionais da rede socioassistencial distribuirão panfletos educativos e orientarão motoristas e pedestres sobre a importância de identificar sinais de violência, como mudanças comportamentais ou isolamento social, e de denunciar casos suspeitos.
Em paralelo, na próxima semana também serão promovidas rodas de conversas e atividades diversas nas escolas e instituições assistenciais do município voltadas a mesma temática.
- Da redação
- Foto: divulgação