“Retratos Interculturales” exibem toda a diversidade cultural, étnica e humana da UNILA
“Nasci para revolucionar minha família”; “a mí esto me salvó la vida”; “hoje, os indígenas não lutam mais com arco e flecha: lutam com o conhecimento”. Nascidos em várias partes do mundo, os autores destes e de mais 49 depoimentos poderão ser conhecidos por todos a partir da próxima semana. A oportunidade será possibilitada pelo projeto “Retratos Interculturales”, exposição fotográfica desenvolvida por um grupo de técnicos da Secretaria de Comunicação Social da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (SECOM/UNILA), que será aberta à visitação na segunda-feira, 20, a partir das 19h30. A mostra, que terá ainda uma versão disponibilizada no Museu Digital UNILA (MUD), poderá ser visitada por tempo indeterminado no terceiro piso do edifício central da unidade Jardim Universitário (Avenida Tarquínio Joslin dos Santos, 1000 – Polo Universitário) e integra o rol de ações comemorativas aos 15 anos da instituição.
Idealizada por Rodrigo Remedios, a mostra surgiu da admiração que o publicitário nutre pela fotografia. Segundo ele, inicialmente adotada como hobby, a atividade foi tomando lugar em sua vida a ponto de ele passar a atuar também profissionalmente. Admirador da chamada fotografia documental, em que se busca aprofundar em um tema, indo além da beleza estética ou da foto apenas como registro, mas tem-se a preocupação de contar uma história, Remedios resolveu apresentar a proposta, cujo resultado poderá ser descoberto pela população. “Vários fotógrafos que eu admiro fazem esse tipo de trabalho, talvez o mais famoso deles seja o Sebastião Salgado, que já lançou vários livros e exposições famosas nesse sentido”, relembra.
Tema
Iniciado em 2023, o projeto passou por várias etapas que demandaram tempo e dedicação de uma equipe formada por oito pessoas. Diante da diversidade característica da UNILA, o caminho natural foi optar por “Retratos Interculturales” que, como o nome indica, vem justamente mostrar como, na Universidade Federal da Integração Latino-Americana, há um entrelaçamento de culturas, de etnias, de idiomas, de sotaques – dentro de uma mesma língua – e de histórias. “É um tema que se encaixa bem na UNILA, que tem um perfil único, diferente do que a gente vê das outras universidades. E isso não pode ficar escondido. A ideia é que as pessoas saibam que a instituição tem essas características especiais e o projeto vem no sentido de dar visibilidade nesse sentido”, resume o idealizador.
Partindo desta premissa, a equipe passou a selecionar estudantes que pudessem ser fotografados tendo como meta retratar o máximo possível de países, de etnias e de nacionalidades indígenas, dando ênfase ainda às comunidades ancestrais. “Procuramos perfis em redes sociais e fomos escolhendo para tentar mostrar a maior diversidade possível. Não conseguimos encontrar todas as etnias que já passaram pela UNILA, alguns não estão mais aqui ou não quiseram participar. Mas conseguimos representar a maioria dos estudantes que estão atualmente”, comemora o publicitário.
Um dos critérios do projeto foi considerar as nações indígenas e outras comunidades ancestrais como nações propriamente ditas. Desta forma, foi possível, por exemplo, retratar mais de uma estudante de um mesmo país e até de uma mesma aldeia, mas que representam povos diferentes que dividem um mesmo território.
Histórias
Além de retratar toda a diversidade por meio de imagens, a exposição “Retratos Interculturales” apresenta também relatos que mostram o rico mosaico cultural da América Latina, do Caribe e de outros continentes. Como contam os integrantes da equipe que desenvolveu o projeto, “foi extremamente interessante a imersão nas histórias dos estudantes”. Conforme Remédios, cada um tem histórias de vida muito diferentes, o que comprova que a diversidade da UNILA não advém apenas da etnia ou do idioma, mas da formação dos estudantes, da trajetória de cada um. “Há muitos relatos emocionantes. Pessoas que se divertiram; pessoas que se emocionaram, que choraram. Para mim foi uma experiência inesquecível participar do projeto, acompanhar as entrevistas e fotografar as pessoas pensando em captar essas emoções que elas transmitiram através das suas histórias e dos seus relatos.”
Além dessa diversidade, a intenção de “Retratos Interculturales” é também despertar no público a noção de que há semelhanças entre todas as pessoas. A expectativa é fazer com que a população como um todo veja que, apesar de virem de diferentes países, de lugares diferentes, todas têm sonhos, desejos e medos com os quais todo ser humano se identifica, explica o fotógrafo. “Um desses desejos é ter uma educação de qualidade, e a gente vê como é importante para muitos deles essa oportunidade de estudar na UNILA. É a concretização de um desses desejos, de ter uma educação de qualidade. Acho que é isso: é ver que, apesar de sermos todos diferentes, temos muito em comum”, encerra.
- Al Unila