Volta às aulas: adolescentes flagrados com cigarros eletrônicos responderão agora por ato infracional

Milhares de estudantes das redes municipal, estadual e privada voltaram às aulas nesta semana em todo o Paraná. A retomada das aulas para o segundo semestre de 2025 aconteceu com a segurança reforçada e novas regras, que já estão em vigor, para garantir a redução da criminalidade e de ações ilegais.

Dentre as medidas, destaca-se a proibição completa do comércio e uso de cigarros eletrônicos, os populares vapers ou pods. Menores de idade que forem pegos fazendo o uso do dispositivo dentro das unidades escolares ou imediações poderão ser enquadrados por ato infracional, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e encaminhados à delegacia.

A ação foi determinada pela Secretaria de Estado da Educação, com aprovação geral. Antes, os adolescentes que eram flagrados com vapers nos colégios eram apenas orientados e os pais ou responsáveis notificados. Muitas vezes o dispositivo acabava sendo devolvido à família.

Com a nova ordem, o uso de cigarros eletrônicos por menores será tratado como questão de segurança pública, com o envolvimento de autoridades policiais, que farão o monitoramento. Professores e orientadores foram instruídos a não lidarem mais sozinhos com a questão. A recomendação agora é que a Patrulha Escolar seja acionada de imediato.

A nova diretriz é válida para todas as escolas do estado e visa, além da segurança, a conscientização sobre os riscos do uso dos vapers. Além de ser ilegal, o cigarro eletrônico ainda é prejudicial para a saúde de quem fuma e de quem está em volta.

A comercialização, a importação e a propaganda dos cigarros eletrônicos estão proibidas no Brasil desde 2009, conforme resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Apesar disso, o uso entre adolescentes tem crescido.

Comércio clandestino

Foz do Iguaçu é uma das principais portas de ingresso dos cigarros eletrônicos, que são vendidos de forma clandestina nos comércios locais. De acordo com um levantamento da Receita Federal, a apreensão dos vapers cresceu cerca de 118% neste ano na cidade. De janeiro a maio, as equipes de fiscalização recolheram R$ 9,6 milhões em dispositivos. No mesmo intervalo de 2024 foram interceptados R$ 4,3 milhões.

No início de julho, em empresa local, que funcionava na região da Vila Portes, teve o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) suspenso. A medida resultou de uma ação que ocorreu no dia 16 de maio, durante operação conjunta da Receita Federal e da Polícia Federal, que identificou o descarregamento de grande volume de mercadorias descaminhadas no local. Durante a fiscalização, foram encontrados 31 kg de haxixe e 252 cigarros eletrônicos de comercialização proibida no Brasil.

Riscos à saúde

De acordo com pneumologistas, o cigarro tradicional no Brasil tem um limite de 1 mg de nicotina por cada cigarro, enquanto os eletrônicos chegam a até 57 mg da substância por ml do líquido.

Além de aumentar as chances de infarto, o consumo da substância obstrui as vias aéreas e os aditivos presentes lesionam o coração, levando à obstrução, também, da parede das artérias que conduzem o sangue e, assim, é facilitada a formação de trombos.

Recentemente, estudos demonstraram o surgimento também de um quadro denominado como “pulmão de pipoca”, causado excepcionalmente pelo uso de vapers. A inflamatória é grave, progressiva e sem cura, e atinge as vias aéreas mais finas dos pulmões. A condição compromete severamente a respiração e pode deixar sequelas irreversíveis.

 

  • Da redação
  • Foto: divulgação

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