Trabalhadores do transporte coletivo de Foz rejeitam acordo intermediado pelo TRT

Os trabalhadores do transporte coletivo urbano de Foz do Iguaçu votaram contrários à proposta de reajuste salarial e de estudo do intervalo entre os turnos, encaminhada pelo Tribunal Regional da 9ª Região (TRT-PR), após audiência de dissídio coletivo com participação da Viação Santa Clara (VISAC). A assembleia-geral, convocada na quarta-feira (22) pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Foz do Iguaçu (Sitrofi), mobilizou mais de 140 profissionais. A categoria aguarda agora uma nova audiência com mediação do TRT, nesta sexta-feira (24).

A greve no transporte coletivo foi deflagrada no dia 7 de maio. Após quatro dias do serviço com 50% da capacidade, foi suspensa na sexta-feira (10), devido a falta de quórum para uma assembleia dos trabalhadores para votar uma nova proposta da concessionária. A reunião acabou acontecendo na segunda-feira (13), terminando com a rejeição do termo. Mesmo não aprovando, a categoria decidiu manter suspensa a mobilização.

A nova assembleia geral desta quarta contou com participação de 141 trabalhadores. Destes, 114 votaram não à proposta de acordo, 26 votaram sim e um voto foi depositado em branco. A votação, concentrada no Terminal de Transporte Urbano (TTU), foi encerrada às 18h, informou o secretário do Sitrofi, Rodrigo Andrade de Souza. Do total de votos depositados nas urnas, 95 foram de trabalhadores associados e 46 de não associados à organização.

“A proposta foi reprovada novamente. Agora vamos aguardar a mediação na sexta-feira, as 14h, no TRT do Paraná”, explicou Rodrigo de Souza. Que completou: “Até lá a greve segue suspensa”. O sindicato alega que os termos votados na quarta, são os mesmos que já haviam sido rejeitados pela categoria, que decidiu, quando a categoria decidiu manter o movimento suspenso.

 

Contexto

A proposta de acordo formulada na audiência do dissídio coletivo de greve do transporte coletivo de Foz, incluía negociações referentes a reajuste de itens econômicos e, especialmente, à adequação da jornada de trabalho. Os empregados, que rejeitaram a proposta, alegaram durante o encontro no TRT, que o intervalo para descanso ultrapassa, em muitos casos, três horas, causando descontentamento na categoria.

A audiência, aba última segunda-feira (20), foi conduzida pelo vice-presidente do órgão, o desembargador Marco Antônio Vianna Mansur. A concessionária propôs reajuste de 5% em todas as cláusulas econômicas (retroativo a maio, mês da data-base) e uma cesta básica natalina no valor de R$ 235, com pagamento proporcional àqueles que não completarem o período de 12 meses. A empresa propôs ainda implantar, em no máximo dois meses, intervalo de 2 horas.

Outro tema em pauta foi a implantação de uma escala de trabalho desenvolvida pela unidade sindical. Sobre essa questão, a VISAC concordou em estabelecer uma comissão tripartite (sindicato, empresa e município) para estudar uma jornada que seja viável dentro do que pretende o sindicato. A comissão será acompanhada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e um quarto membro que tenha conhecimento da questão jurídica e de outras matérias vinculadas ao transporte público.

O estudo seria feito em 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 15 dias. Durante a audiência no TRT, o Sitrofi se comprometeu a não realizar qualquer paralisação até a próxima audiência, designada para sexta-feira, 24 de maio, às 14h. E a empresa concordou em não descontar os dias parados.

 

  • Da Redação / Foto: Rádio Cultura

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