Quase 400 motociclistas já se envolveram em acidentes de trânsito neste ano em Foz
Pressa, falta de atenção, uso de celular, excesso de bebida alcoólica. As imprudências no trânsito são as mais variadas, com flagrantes diários em Foz do Iguaçu. Muitas destas atitudes terminam em tragédias, com colisões, saídas de pista e atropelamentos que poderiam ser evitados se os motoristas priorizassem a segurança.
Somente neste ano, o Corpo de Bombeiros já atendeu a mais de 950 acidentes diversos nas vias da fronteira. Deste total, quase 400 envolveram motociclistas. Alguns foram vítimas do descuido alheio. Outros acabaram pagando um preço alto pela própria falta de consciência.
Dez pessoas perderam a vida no trânsito iguaçuense entre janeiro e abril. Pelo menos seis das vítimas conduziam motos ou estavam na garupa de uma. A maioria neste grupo tinha idade entre 18 e 29 anos.
Dentre os casos de maior repercussão, que também gerou grande comoção na cidade, está a morte de Gilberto de Almeida, de 60 anos, e Alexander Leal de Almeida, de 29 anos. Pai e filho perderam a vida depois que a motocicleta em que estavam foi atingida na traseira por um automóvel, na Avenida JK, no dia 17 de março. As vítimas seguiam para o trabalho quando o acidente ocorreu.
Com o tema “Desacelere. Seu bem maior é a vida”, a campanha Maio Amarelo deste ano tem como foco a conscientização deste público, abordando temas de condução segura com palestras em escolas, blitzes nas ruas e eventos focados em ciclistas e motociclistas.
A necessidade das ações é evidenciada especialmente pela falta de noção de alguns jovens. No último final de semana, um vídeo onde motoristas aparecem realizando rachas e manobras perigosas na BR-277 repercutiu nas redes sociais e levou à Polícia Civil a abrir uma investigação para apurar a identidade dos envolvidos.
Nas filmagens, muitos motociclistas são vistos empinando os veículos, em ação conhecida como “dar grau”.
Além de colocar a própria vida em risco, bem como a de outros usuários das vias públicas, atitudes imprudentes no trânsito também contribuem para a lotação dos hospitais públicos, que já se encontram na capacidade máxima. Em Foz, as internações por acidentes são bastante elevadas e, além do alto custo, limitam o atendimento de múltiplos setores, prejudicando a população em geral, que também vem sofrendo com um grande aumento nas infecções respiratórias.
Os ferimentos também podem tirar um trabalhador da ativa por vários meses, dependendo do grau da fratura. Sequelas diversas também não são raras nestes casos.
Gastos exorbitantes
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), R$ 13,4 milhões foi o gasto do SUS nas internações causadas por acidentes de trânsito no Paraná em 2024, ano em que foram contabilizadas 8.007 internações.
Em 2025, a situação já preocupa, com 573 internações contabilizadas, gerando uma despesa de R$ 838 mil. As faixas etárias mais afetadas em todo o Estado são adultos entre 30 e 59 anos, seguidos de perto por jovens de 15 a 29 anos.
Durante todo o mês de maio, ações educativas e mobilizações estão acontecendo em diversos municípios paranaenses, com destaque para Foz, Curitiba, São José dos Pinhais, Campo Mourão, Cascavel, Francisco Beltrão, Londrina, Maringá, Paranaguá, Paranavaí, Ponta Grossa, Toledo, Araucária e Umuarama. Em 2024, essas cidades apresentaram uma taxa de mortalidade por lesões no trânsito de 15,3 por 100 mil habitantes, um índice inferior à média estadual de 21,7 por 100 mil.
- Da redação
- Foto: Oops Notícias