Programa de Acolhimento Familiar em Foz é fortalecido com nova estrutura e equipe
Foz do Iguaçu dá mais um passo para ampliar o atendimento de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Na próxima sexta-feira (14), a cidade vai certificar 10 novas famílias acolhedoras, ampliar os espaços do serviço e capacitar profissionais para fortalecer a rede de apoio. O evento será realizado na sede da Associação Fraternidade Aliança (AFA), no Porto Meira.
Atualmente, cerca de 100 crianças e adolescentes estão acolhidos em Foz. Dessas, 30 vivem com famílias acolhedoras e 70 estão em instituições na modalidade “casa lar”. Com a certificação das novas famílias, o atendimento se expande, garantindo que mais crianças possam ter um acolhimento temporário em um ambiente familiar, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Acolhimento familiar
O acolhimento familiar ocorre quando crianças ou adolescentes precisam ser afastados temporariamente da família de origem devido a negligência, abandono ou situações de risco. O objetivo é oferecer um ambiente seguro e estruturado enquanto a rede de proteção social trabalha para reestabelecer vínculos e solucionar os problemas da família biológica.
“O acolhimento familiar é muito mais do que uma família cuidando de uma criança, é uma família sendo apoio para outra família, num momento de dificuldade”, explica a assistente social Sara Maria Luvisotto, que irá ministrar a capacitação durante o evento.
A coordenadora do serviço “Família Acolhedora” em Foz, Euni Rodrigues da Silva, destaca que o modelo de acolhimento é positivo porque permite à criança manter uma rotina e viver em um contexto familiar, garantindo seus direitos e favorecendo sua socialização.
Famílias que fazem a diferença
O programa “Família Acolhedora” conta com histórias de quem escolheu se dedicar a esse trabalho. A. O., moradora de Três Lagoas, é acolhedora há três anos e já recebeu quatro crianças. “Acolher é vivenciar o verdadeiro sentido do amor ao próximo”, afirma.
Outra acolhedora, C. R., moradora do Morumbi, está com três irmãs de 12, 9 e 5 anos. “Tem dias bons e dias difíceis, mas tudo flui. A equipe técnica está sempre orientando, então eu sinto segurança e respaldo para acolher”, conta.
Nos últimos 10 anos, 235 crianças e adolescentes passaram pelo acolhimento familiar em Foz. Desses, 108 retornaram à família de origem, 100 foram adotados e o restante atingiu a maioridade ou foi transferido para outras formas de acolhimento.
Novos espaços
Para aprimorar o atendimento, a AFA reformulou sua estrutura. Foram criados ambientes adaptados para que as crianças se sintam confortáveis durante os encontros com suas famílias de origem, como brinquedotecas e espaços de convivência. A equipe técnica do programa conta com 13 profissionais das áreas de serviço social, psicologia e pedagogia, além de equipe de apoio administrativo e operacional.
A capacitação de sexta-feira (14) irá aprofundar a discussão sobre o Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária, destacando a prioridade do acolhimento familiar sobre o institucional. No período da tarde, uma oficina abordará os desafios do acolhimento de adolescentes.
“Para o município, o custo do acolhimento familiar é muito menor do que o institucional. Além disso, o principal motivo de acolhimento no Brasil é a negligência gerada pela pobreza. O acompanhamento da família de origem é revolucionário”, enfatiza Sara Maria Luvisotto.
Serviço
Evento: Certificação de novas famílias acolhedoras e capacitação
Data: 14 de março de 2025 (sexta-feira)
Local: Associação Fraternidade Aliança (AFA), Porto Meira
Mais informações: @familiaacolhedorafoz | WhatsApp: (45) 99829-0050
9h – Inauguração dos espaços e certificação de novas famílias acolhedoras
10h – Painel 1 – Tema: Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária Palestrante: Sara Maria Luvisotto.
12h às 13h30 – Intervalo.
- Da redação com Assessoria
- Foto Eloiza Dal Pozzo