Patrimônio cultural de Foz do Iguaçu inclui Avenida Pedro Basso e ruínas da Santa Casa
A paisagem urbana de Foz do Iguaçu ganha dois reforços importantes na proteção da memória local. O Conselho Municipal de Patrimônio Cultural (Cepac) aprovou o tombamento do trecho da Avenida Pedro Basso compreendido entre as ruas Rosa Cirilo de Castro e Manoel Rodrigues Filho. Simultaneamente, iniciou os trâmites para o reconhecimento das ruínas da antiga Santa Casa Monsenhor Guilherme como Patrimônio Arqueológico Arquitetônico do município.
A Pedro Basso, conhecida como uma das avenidas mais arborizadas da cidade, foi tombada como Patrimônio Cultural Imóvel por seu valor paisagístico. O local abriga pouco mais de 90 árvores da espécie tipuana, originárias da América do Sul e comuns na arborização urbana brasileira. Por ser considerada resultado de uma ação humana integrada à paisagem, a via passou a ser oficialmente protegida.
A conservação da avenida passa agora a ser responsabilidade direta da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A sinalização também será afetada: placas de estabelecimentos particulares só poderão ser instaladas no sentido da via. Placas de trânsito estão isentas da regra. Já a remoção de árvores doentes exigirá o replantio de mudas da mesma espécie. Melhorias no espaço urbano, como instalação de ciclovia ou troca de luminárias, ainda serão permitidas, desde que respeitem o novo status da área.
Em paralelo, o Cepac articula o tombamento das ruínas da extinta Santa Casa Monsenhor Guilherme, que por décadas foi referência em saúde na região. Construída nos anos 1950, a estrutura chegou a ter uma proposta informal para manter parte do prédio como espaço de memória, incluindo fotos e documentos que resgatassem a trajetória do hospital. A ideia era preservar, ao menos, a fachada.
No entanto, após o início da demolição, apenas o pórtico sobreviveu, vindo abaixo posteriormente durante um temporal. Diante disso, o conselho decidiu agir. “Deixa de ser patrimônio arquitetônico para ser patrimônio arqueológico do tipo arquitetônico”, explicou o presidente do Cepac, Pedro Louvain, à Rádio Cultura.
Uma comissão do conselho está encarregada de preparar o processo. Blocos de basalto e tijolos originais já foram identificados entre os escombros. A equipe também vai investigar as bases do prédio, que não foram destruídas. “Pelo menos as bases da Santa Casa Monsenhor Guilherme, pela sua importância histórica e cultural para o município e a ressonância comunitária deverão ser preservadas”, afirmou Louvain.
Entre as propostas discutidas para o futuro do local, está a possibilidade de construção de um teatro, embora nenhuma definição concreta tenha sido tomada. O projeto será desenvolvido e submetido ao Cepac para avaliação técnica. (Com informações da Rádio Cultura)
- Da redação
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