GMs que participaram dos atos terroristas em Brasília retornaram ao trabalho em Foz

O casal de guardas municipais Joelson Sebastião Freitas e Marisa Aparecida Aires Nogueira já retornaram ao trabalho na corporação em Foz do Iguaçu, após a participação, no dia 8 de janeiro, dos atos terroristas em Brasília que resultaram na depredação das sedes do Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e Palácio do Planalto (Presidência da República). Ambos estavam de férias à época e agora são alvo de uma apuração interna. Pelo menos 1,5 mil foram identificados e presos por participação nas invasões.

Os atos golpistas foram deflagrados na noite de 30 de outubro do ano passado, logo após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarar resultado do segundo turno das eleições, com a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), contra o então presidente Jair Messias Bolsonaro (PL). Num primeiro momento, os apoiadores do ex-presidente interditaram rodovias em praticamente todas as regiões do país. Em seguida, montaram acampamento em frente aos quartéis do Exército pedindo uma intervenção militar, o que não aconteceu.

Após a identificação nos atos contra os prédios do STF, Congresso e Palácio do Planalto, a Corregedoria da Segurança Pública de Foz do Iguaçu abriu uma apuração preliminar  sobre a conduta na manifestação golpista de Joelson e a Esposa. O procedimento, de acordo com a Guarda Municipal, apenas define se haverá um processo administrativo contra ambos.

Joelson Freitas, ou Joelson Bolsolavista, participou das eleições do ano passado como  candidato a deputado federal pelo PROS, recebendo pouco mais de 2,1 mil votos. Ele retomou os trabalhos na instituição esta semana, atuando internamente enquanto sua esposa, segue no serviço operacional na rua, informou a Guarda Municipal.

Procurado pela equipe do g1 RPC Foz do Iguaçu, Joelson e Marisa afirmaram que não irão se manifestar neste momento. Ela trabalha na instituição desde 2003 e atualmente é subinspetora, enquanto o marido ocupa o mesmo cargo, mas está lotado na Guarda Municipal desde 1995. A apuração de conduta contra o casal, é preliminar de infração disciplinar e serve para levantar informações e documentos, informou a Prefeitura.

Não há prazo determinado para que seja concluído, mas, em média, leva entre 60 e 90 dias.

Ainda conforme a administração municipal, o procedimento não impede inicialmente o desempenho das funções dos guardas municipais. Se o procedimento confirmar a materialidade da infração disciplinar, é aberto um processo administrativo disciplinar, que pode gerar punição.

 

Terrorismo

O domingo 8 de janeiro ficou marcado pelas cenas de vandalismo protagonizadas por bolsonaristas radicais, golpistas e criminosos que invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o STF e o Palácio do Planalto. O ataque às sedes dos três poderes e à democracia é sem precedentes na história do Brasil, afirmam especialistas em direito constitucional.

Os terroristas quebraram vidraças e móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas. O prejuízo ao patrimônio público, de todos os brasileiros, ainda não foi calculado. Até o fim da noite de domingo, pelo menos 300 pessoas haviam sido presas. As investigações na sequência já levaram pelo menos 1,5 mil bolsonaristas à prisão.

 

  • Da Redação / Foto: Marcelo Camargo/ABr

 

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