Gestão Silva e Luna completa seis meses entre promessas e pressões populares

Seis meses após assumir a Prefeitura de Foz do Iguaçu, o prefeito Joaquim Silva e Luna (PL) vive o desafio de conciliar planejamento de longo prazo com as urgências que a população cobra urgência na solução. Eleito em outubro de 2024 com mais de 70 mil votos e a promessa de uma gestão eficiente e transformadora, Silva e Luna encara um cenário de expectativas altas e cobranças crescentes por parte dos iguaçuenses. A expectativa fica por conta de obras estruturantes projetadas para os próximos anos.

Desde janeiro, a administração municipal tem enfatizado ações de planejamento e articulação de recursos para obras que prometem mudar a infraestrutura de Foz do Iguaçu. Entre os projetos em fase de articulação, estão investimentos estimados em R$ 500 milhões para revitalização da Avenida Beira-Rio, construção de trincheiras e vias marginais na Perimetral Leste, reestruturação da Rua Itaboraí, além da revitalização de espaços públicos como o Bosque Guarani e a Praça da Bíblia.

No entanto, os recursos ainda dependem de liberação oficial e detalhamento técnico. Enquanto os grandes projetos caminham nos bastidores, a população cobra soluções para problemas antigos e visíveis. A situação das vias urbanas, por exemplo, levou o Ministério Público a emitir recomendação formal à prefeitura, devido ao excesso de buracos.

Como resposta, a gestão promete iniciar neste mês a aplicação de concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ), com investimento previsto de R$ 7,6 milhões em recapeamento e tapa-buracos.

 

Saúde tem mais críticas

A área da saúde segue como a mais sensível aos olhos da população. A prefeitura admite limitações orçamentárias e estruturais. Dos R$ 30 milhões anunciados em emendas parlamentares, apenas R$ 10 milhões foram efetivamente repassados até o momento, em parcelas mensais. A gestão pretende ampliar a oferta de exames e cirurgias eletivas, em parceria com o Governo do Estado e o programa Opera Paraná.

 

O atendimento básico também enfrenta desafios. Embora a prefeitura afirme cobrir 100% do território com 95 equipes da Estratégia Saúde da Família, há dificuldades em contratar novos profissionais, tanto por limitações legais quanto por escassez de médicos. Novos pedidos de adesão ao programa Mais Médicos e propostas de concurso público estão em andamento, mas sem prazo definido para implementação.

 

Hospital Municipal

A situação hospitalar segue delicada. Com apenas 218 leitos disponíveis para atender não apenas a população de Foz do Iguaçu, mas também municípios vizinhos, brasileiros que moram no Paraguai e Argentina e turistas. O Hospital Municipal Padre Germano Lauck opera sob forte pressão. A prefeitura afirma arcar com 60% dos custos da unidade e negocia com o governo federal a federalização do hospital, além de tratativas para a construção de um novo hospital estadual.

Atualmente, a saúde consome 37% do orçamento municipal – mais que o mínimo constitucional de 15%. Segundo a administração, os custos hospitalares representam 41% desse total, enquanto a atenção básica responde por 27%. A defasagem da Tabela SUS, que obriga o município a pagar valores até 12 vezes superiores aos previstos, também é apontada como um gargalo crítico.

 

Balanço e perspectivas

Passado o período inicial de instalação, Silva e Luna busca acelerar respostas às demandas populares sem abrir mão do foco em obras estruturantes. A capacidade da gestão de equilibrar essas duas frentes — ação imediata e planejamento de futuro — será determinante para os próximos meses de mandato.

Com o apoio político em construção e a máquina pública enfrentando entraves burocráticos, o prefeito caminha entre promessas ambiciosas e a pressão crescente por resultados concretos. O sucesso da administração dependerá da agilidade para transformar projetos em obras e articulações em investimentos reais.

 

  • Da Redação
  • Foto:PMFI

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