Evento trinacional propõe ações integradas para pessoas em situação de rua

Foz do Iguaçu recebeu, nesta semana, o primeiro Fórum da População em Situação de Rua da Tríplice Fronteira. Com o tema “Vozes da Rua na Fronteira”, o evento reuniu mais de 300 participantes do Brasil, Paraguai e Argentina para debater políticas públicas voltadas à promoção dos direitos e à reintegração social das pessoas em situação de rua.

A iniciativa, promovida pela Prefeitura de Foz do Iguaçu por meio da Secretaria de Direitos Humanos e Relações com a Comunidade em parceria com a Assistência Social, trouxe à pauta os desafios e soluções para essa população em contexto trinacional.

 

CIAMP RUA

Durante o fórum, foi instituído o Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Municipal para a População em Situação de Rua (CIAMP RUA). O comitê será responsável por avaliar as políticas públicas em vigor, permitindo a proposição de melhorias contínuas por parte de governos e sociedade civil.

Outro ponto central do encontro foi o mapeamento dos serviços já existentes para a população de rua na região. O objetivo é criar uma abordagem integrada entre as áreas de saúde, assistência social e direitos humanos, com foco na proteção e reinserção social de pessoas em vulnerabilidade.

Cooperação internacional

A presença de representantes do Paraguai e da Argentina reforçou o caráter trinacional do fórum. Para a secretária de Direitos Humanos de Foz do Iguaçu, Rosa Maria Jeronymo, a troca de experiências entre os países foi essencial para aprofundar o entendimento sobre as necessidades dessa população.

“Mais do que fortalecer o diálogo, o evento abriu possibilidades de parcerias para tratar dessa questão de forma humanizada, algo essencial para um tema tão sensível”, destacou Rosa Maria.

 

Estruturas permanentes

A Prefeitura de Foz do Iguaçu destacou as ações já realizadas para atender a população em situação de rua. Desde 2017, os recursos destinados a essa área foram triplicados, permitindo a ampliação de serviços e estruturas de acolhimento.

O município conta com três casas de passagem, que oferecem 140 vagas de acolhimento, além de um Centro Pop que atende cerca de 80 pessoas diariamente. O Centro oferece refeições, higiene pessoal e oficinas de capacitação. Já o programa Consultório na Rua leva atendimento de saúde diretamente às ruas.

Equipes de abordagem social atuam 24 horas por dia oferecendo apoio, mas a adesão aos serviços não é compulsória. Segundo o secretário de Assistência Social, André dos Santos, “o trabalho visa o resgate da dignidade e cidadania dessas pessoas, mas respeita sua autonomia”.

 

Apoio e organização

O Fórum contou com o apoio de diversas instituições, incluindo a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), Itaipu Binacional, Movimento Nacional da População de Rua e outras organizações sociais.

Foi a primeira vez que um evento desse tipo foi realizado na Tríplice Fronteira, reforçando a importância da cooperação regional para enfrentar a complexidade do tema.

  • Da redação com AMN / Foto: Bruno Martins/ PMFI

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *