Epidemia de dengue coloca Foz do Iguaçu em situação de emergência

Foz do Iguaçu está vivendo uma epidemia de dengue que colocou a cidade nesta semana em situação de emergência. Para conter o avanço da doença a Prefeitura Municipal publicou na quarta-feira (15), no Diário Oficial, o decreto n° 31.240 que estabelece medidas mais rígidas para acabar com a proliferação do Aedes aegypti.

Até o momento a cidade tem 13.983 notificações e um total de 873 casos confirmados da infecção no ano epidemiológico, que começou em agosto de 2022. Além da dengue, a fronteira e outras cidades do Paraná também estão em alerta para a circulação do vírus da chikungunya, zica e febre amarela, todas arboviroses transmitidas pelo mesmo mosquito.

Conforme o decreto, durante o período de emergência todos os proprietários ou responsáveis por imóveis no município deverão fazer a limpeza de terrenos, quintais e edificações. Isto inclui a retirada de mato, lixo e materiais que acumulem água e possibilidade a criação do Aedes.

Cumprindo os artigos 8°, 13 e 14 da Lei Complementar n° 07 de 18 de novembro de 1991 (Código de Posturas), a população tem até este sábado (18) para dar a destinação correta a resíduos que possam favorecer a procriação de mosquitos. Aqueles que não cumprirem serão autuados, com multas que podem variar de 1 a 100 Unidades Fiscais (UFF)I. Os casos em que houver material com água parada e larvas do mosquito Aedes aegypti justificarão maior valor.

A multa será aplicada em dobro ao proprietário ou responsável que não fizer a limpeza mesmo após a autuação.  Ainda conforme o decreto, independentemente do auto de infração, a administração pública poderá fazer a limpeza do imóvel e lançar a cobrança da taxa de limpeza de terreno baldio, prevista no Código Tributário Municipal.

Em casos de imóveis em situação de abandono, da ausência ou recusa de pessoa que permita o acesso de agente público regularmente designado e identificado, poderá ser executado o ingresso forçado, seja em imóvel público ou particular, na forma prevista na Lei Federal n° 13301, de 27 de junho de 2016.

Inseticida para frear o mosquito

Buscando reduzir a quantidade de mosquitos nas ruas e residências, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) deu início à aplicação do inseticida Cielo, com pulverizadores costais em residências dos bairros Morumbi e Portal da Foz, duas regiões que apresentam no momento um alto índice de infestação da dengue. A previsão é de que mais de três mil imóveis sejam visitados pelas equipes nos próximos dias.

“Todos os agentes de endemias estarão devidamente uniformizados e com os equipamentos de fácil identificação. Esse apoio da população é muito importante para que o extermínio dos mosquitos seja feito e seja possível cobrir todo o quarteirão com a proteção”, afirmou o responsável pelas equipes, Leandro Melo.

As equipes alertam que o veneno ajuda momentaneamente, mas que a única forma de acabar com a dengue é o trabalho periódico de limpeza. No último sábado (11), uma mobilização da prefeitura recolheu mais de 150 toneladas de resíduos.

Atento aos sintomas

Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta, acima de 38°C, de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias; acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, e manchas vermelhas na pele. Também podem acontecer erupções e coceira na pele.

Ao notar estes sintomas a pessoa deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para realizar o exame de confirmação da doença e iniciar o tratamento. Em casos leves, repouso, hidratação e medicamentos para a dor e febre são suficientes. Porém em casos graves há necessidade de hospitalização.

Pacientes que moram nas regiões do Morumbi, Centro e Porto Meira, e que necessitarem de maior atenção (casos tipo B) após a procura da UBS serão encaminhados ao Poliambulatório do Porto Meira, onde o atendimento foi reforçado. Os que residem no Três Lagoas, Vila A, Porto Belo e outros bairros serão direcionados a UPA João Samek, no Jardim das Palmeiras.

 

  • Da redação / Foto: Thiago Dutra/PMFI

 

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