Conferência em Foz do Iguaçu propõe soluções para mudanças climáticas
A 1ª Conferência Paranaense de Emergência Climática está sendo realizada em Foz do Iguaçu entre os dias 2 e 4 de dezembro. O evento, promovido pelo Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) em Emergência Climática, conta com o apoio do Governo do Paraná, Itaipu Binacional e Fundação Araucária.
O objetivo da conferência é debater soluções e articular ações de pesquisa científica para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas, com foco na adaptação e mitigação de impactos ambientais, sociais e econômicos. Participam do evento professores, estudantes de graduação e pós-graduação, representantes de organizações empresariais, governamentais e da sociedade civil.
Carlos Afonso Nobre, cientista renomado e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), destacou a gravidade da crise climática em sua palestra de abertura. “Estamos vivendo uma emergência climática. Precisamos reduzir emissões rapidamente e nos preparar para eventos extremos que estão se intensificando. No Brasil, ainda estamos longe de políticas eficazes de adaptação”, afirmou.
Integração acadêmica e pesquisa aplicada
O Napi Emergência Climática reúne pesquisadores de oito universidades do Paraná: UFPR, UTFPR, PUCPR, UEL, UEM, UEPG, Unioeste e Unicentro. A rede foi criada para desenvolver estratégias que promovam a adaptação de atividades urbanas, industriais e agrícolas aos efeitos das mudanças climáticas.
De acordo com o professor Francisco de Assis Mendonça, coordenador do Napi e pesquisador da UFPR, a conferência também é uma oportunidade para divulgar os resultados de dois anos de pesquisa. “Mais de 50 pesquisadores estão envolvidos em estudos sobre os impactos das mudanças climáticas no Paraná e as estratégias de mitigação. É fundamental tornar público esse conhecimento e engajar a sociedade”, explicou.
Os trabalhos desenvolvidos pela rede abordam desde os impactos climáticos na agricultura e na indústria até os desafios enfrentados por cidades em contextos de eventos extremos.
Liderança paranaense
O diretor de Ciência e Tecnologia da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) Marcos Aurélio Pelegrina, destacou que o Paraná é pioneiro no desenvolvimento de uma rede estadual para tratar de emergências climáticas. “Este é o primeiro Napi do Brasil a reunir pesquisadores de várias instituições com esse propósito, evidenciando o planejamento do Estado frente aos desafios climáticos globais”, afirmou.
O reitor da Unioeste, Alexandre Almeida Webber, reforçou o papel do Napi no fortalecimento da pesquisa e na integração acadêmica. “Este evento só foi possível graças ao apoio conjunto da Seti, Fundação Araucária e Itaipu Binacional, que têm sido parceiras fundamentais neste trabalho”, disse.
Agenda do evento
A conferência segue até quarta-feira (4) com apresentações, debates e a divulgação de estudos que podem ajudar o Paraná e o Brasil a enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Da redação com AMN / Foto: Unioeste