Com equipamentos de alta tecnologia, Nepom “blinda” a fronteira aquática contra o crime

O combate à criminalidade na tríplice fronteira ganhou reforços nesta semana, com a aquisição de novos e modernos equipamentos pela Polícia Federal. Drones e câmeras de monitoramento tático passaram a integrar as operações de fiscalização do Núcleo Especial de Polícia Marítima (Nepom) e ajudarão, principalmente, nos patrulhamentos no Lago de Itaipu.

Os materiais são frutos de um acordo de cooperação firmado entre a PF, Itaipu Binacional e Itaipu Parquetec, no âmbito do Projeto Áspide Tecnológico, que visa investir em tecnologia e se propõe a disponibilizar equipamentos e infraestrutura para promover o fortalecimento da segurança pública, ampliar a proteção do reservatório de Itaipu e combater, de forma eficaz, as atividades ilícitas na região. (Veja matéria na página 07)

Para garantir o máximo de aproveitamento e precisão no uso dos equipamentos, 12 agentes federais de Foz, Guaíra e Maringá foram submetidos a um treinamento intensivo na terça-feira (3).

As equipes receberam orientações sobre a legislação de voo de Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP), características técnicas dos equipamentos e conceitos de funcionamento e emprego tático nas operações de rotina.

“O objetivo do treinamento foi alinhar o conhecimento dos policiais federais, já habilitados a utilizar drones, às especificidades do novo equipamento de alta tecnologia recebido”, destacou a PF.

Dentre os focos das ações em Foz do Iguaçu e região está o combate ao tráfico de drogas e o contrabando, especialmente o de cigarros. Quase que diariamente ocorre a apreensão de embarcações clandestinas nas fronteiras aquáticas com mercadorias estrangeiras, lícitas e ilícitas, que são trazidas do Paraguai para comercialização no Brasil.

O trabalho da polícia para frear o crime é constante, desafiador e anseia sempre por estar pelo menos um passo à frente das quadrilhas. O monitoramento do Lago de Itaipu conta com duas estruturas principais do Nepom, sendo uma em Foz e outra em Guaíra. Operações são realizadas constantemente, com o apoio do Batalhão de Fronteira (BPFron), Exército e outras forças de segurança, visando acabar com atividades ilícitas e com os portos clandestinos.

Em muitas ações são utilizadas máquinas pesadas que danificam as estruturas que serve como atracadouro. Alguns portos chegam a ser explodidos. Nos últimos anos diversas ações já foram realizadas. Em 2021, 41 portos foram desmontados; em 2022 foram 20 estruturas removidas, já em 2023 foram pelo menos 15 ações.

 

Desafios da fiscalização

O Lago Itaipu abrange 16 cidades brasileiras, sendo 15 no estado do Paraná e uma no Mato Grosso do Sul. Foi formado a partir da construção da hidrelétrica de Itaipu, tendo um total de 1.350 quilômetros quadrados, com cerca de 170 quilômetros de extensão.

Um levantamento, realizado ente 2020 e 2022 pelo BPFron, aponta a existência de mais de 300 portos no trecho entre Foz, Ciudad del Este, Salto del Guairá e Guaíra. Uma década atrás o mapeamento mostrava em torno de 150 estruturas.

O estudo revela, ainda, uma média de três portos a cada dois quilômetros, por onde entram cigarros, entorpecentes (sendo a maioria maconha), bebidas, pneus, eletrônicos, agrotóxicos e outras mercadorias de origem quase que predominantemente paraguaia.

Os produtos são trazidos em barcos pequenos, mas que geralmente são equipados com motores potentes para auxiliar na fuga em possíveis encontros com a polícia. Como as travessias costumam ocorrer à noite, é bastante difícil interceptar suspeitos, que quase sempre acabam fugindo por áreas de mata quando percebem a presença das forças de segurança.

  • Da redação /Foto: Polícia Federal

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