Campanha Maio Amarelo mobiliza autoridades e sociedade no combate às mortes no trânsito em Foz
Com dados alarmantes sobre a concentração de vítimas entre jovens e motociclistas, a Câmara Municipal de Foz do Iguaçu sediou nesta segunda-feira (5) uma solenidade em apoio ao Maio Amarelo 2025. A campanha integra o Movimento Zero Mortes no Trânsito e o Programa Vida no Trânsito (PVT), que visam reduzir drasticamente os sinistros nas vias urbanas.
No plenário lotado, representantes de diferentes esferas públicas e instituições ligadas à segurança viária reforçaram o papel da educação e da articulação intersetorial para salvar vidas.
“Será que ainda vamos deixar isso acontecer?”, questionou emocionado o presidente da Câmara, Paulo Debrito (PL), ao lembrar a morte do irmão em um acidente. “Estamos juntos nessa luta com várias entidades.”
A cerimônia foi aberta por Gilberto Ivan dos Santos, presidente do Movimento Zero Mortes no Trânsito, que ressaltou a relevância do engajamento contínuo: “O retrovisor nos ajuda a salvar vidas, pois é importante olhar para o que passou. Mas é o para-brisa que nos faz seguir em frente. Esse trabalho deve acontecer não só em maio, mas durante todo o ano”.
O prefeito General Silva e Luna também subiu à tribuna para reforçar o papel coletivo na preservação de vidas. “Muitas vezes por causas evitáveis, como uso de celular, não uso de capacete e até falta de empatia no trânsito, essas tragédias marcam famílias, amigos e toda a comunidade. Estamos aqui, porque por trás de cada estatística tem uma história”, disse.
Coordenadora do PVT de Foz, Lizandra Bezerra da Silva Santos apresentou dados locais que evidenciam os desafios persistentes: em 2024, o município registrou 4.282 sinistros, dos quais 775 com vítimas. Entre os 23 óbitos contabilizados no ano passado, 17 foram motociclistas. Em 2025, até o momento, são 9 mortes — 6 de motociclistas.
“Nossa maior preocupação é salvar vidas. A meta era reduzir os sinistros em 50%, e Foz alcançou uma redução de 61,6%. Mas não podemos baixar a guarda. É preciso atenção redobrada com pedestres, ciclistas e motociclistas, que são os mais vulneráveis”, afirmou Lizandra. Segundo ela, 62,1% das vítimas fatais tinham entre 18 e 29 anos, e 62,1% eram homens.
O agente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Erley de Oliveira, apresentou o programa Conexão DNIT, voltado à capacitação de professores e à oferta de material educativo para escolas. “Estamos preparando hoje nossas crianças para quando estiverem com 18 anos, terem uma noção no trânsito, porque ninguém quer perder ninguém”, destacou.
O observador do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), Cristiano Ditzmann, também participou da programação com a palestra “Mobilidade Humana, Responsabilidade Humana e Desacelere. Seu Bem Maior é a Vida”. “Todos nós temos papel na preservação da vida, a mobilidade é um direito e a segurança é um dever de todos”, concluiu.
Além das falas técnicas e emocionadas, o evento reuniu vereadores, representantes das forças de segurança, secretarias municipais e instituições como a Itaipu Binacional. A coordenadora do PVT concluiu: “O Maio Amarelo é um momento do ano que damos visibilidade à segurança do trânsito. Essa é a campanha, mas desenvolvemos ao longo de todo o ano ações de prevenção. Não se faz política pública de segurança do trânsito sozinho”.
- Da redação com CMFI
- Foto: Christian Rizzi – Câmara de Foz