Alunos da Escola Olavo Bilac criam projeto inédito para a inclusão e respeito à diversidade
Alunos da Escola Municipal Olavo Bilac, na região de Três Lagoas, foram protagonistas de um projeto inédito na América Latina, promovido pelo Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) com o apoio da Prefeitura de Foz do Iguaçu.
O “Conexões Urbanas – Planejamento de Espaços Públicos para Comunidades Inclusivas” foi desenvolvido nos últimos sete meses com cerca de 70 alunos das turmas de 5º anos e apresentado nesta segunda-feira (16) a representantes das secretarias da Educação, Direitos Humanos e Planejamento.
O principal objetivo foi estimular as crianças a desenvolver projetos de espaços de convivência, a partir de suas sugestões, tendo como foco a integração entre pessoas de diferentes nacionalidades. Ao longo dos últimos meses, os alunos participaram de oficinas de desenho, contações de histórias, entrevistas com migrantes e uma série de atividades que abordaram o respeito à diversidade cultural e o combate a xenofobia.
Área de Lazer
A partir de uma maquete e com o apoio da Secretaria de Planejamento, o projeto arquitetônico de uma praça foi elaborado, contendo espaços para brincadeiras e convivência da comunidade. “Foram as próprias crianças que planejaram o espaço de lazer com a proposta de ser um local de acolhimento aos alunos migrantes, mas também um espaço de convivência no bairro”, explicou a diretora de Educação Infantil, Eliziane Diesel.
Os alunos sugeriram uma praça com parquinho, academia da primeira idade, ciclovia, pista de skate e até mesmo um “chuveirão” para aliviar o calor. As crianças também propuseram a criação de uma horta comunitária, “para ajudar aquelas famílias que não tem dinheiro para comprar alguns produtos”, explicou a aluna Thais. O amigo dela, Joaquim, que é Venezuelano, lembrou que muitas vezes ele foi vítima de preconceitos em espaços públicos e que o principal objetivo do projeto foi alcançado: o respeito à diversidade.
Respeito à Diversidade
A professora da Escola Olavo Bilac, Bruna Zorzan explicou que o projeto foi além do proposto. “A criação de um espaço de pertencimento ao migrante também contribuiu para o combate ao racismo e à xenofobia. É uma ação que vai além da escola, porque as crianças levam esses ensinamentos para casa, para a comunidade onde vivem”, comentou.
Camila Almeida Silva, coordenadora do projeto Conexões Urbanas disse que em Foz do Iguaçu o projeto teve um apoio importante do Município. “A gente sabe que existe um esforço muito grande, por parte do município, em políticas públicas para acolhimento da população migrante. Outro fator que pra nós se destacou muito foi o trabalho da Secretaria da Educação no programa de atenção ao aluno migrante”, comentou.
Segundo ela, o projeto foi concebido através das impressões dos alunos, tendo a ideia de espaços públicos como locais de integração e vida na cidade. “Especificamente neste projeto, a gente quis trabalhar a potência do espaço publico para coesão social, em contexto com distintas nacionalidades, a figura do transfronteiriço. Regiões como Foz do Iguaçu já tem um histórico de integração muito boa, então trouxemos um diálogo para promover tolerância e a integração entre pessoas.
A secretária de Direitos Humanos e Relações com a Comunidade Rosa Maria Jerônymo parabenizou os alunos pela elaboração dos projetos e garantiu que o município segue fortalecendo as políticas públicas de acolhimento a pessoa migrante.
“Temos um grande compromisso com as políticas públicas e na construção de espaços de lazer em nossa cidade, além das escolas e Cmeis, que passaram por reformas e reconstruções. São vários espaços públicos para que vocês possam usufruir disso”, comentou.
Além de Foz do Iguaçu, o projeto Conexões Urbanas foi desenvolvido em Ciudad del Este (PY) e Bernardo de Irigoyen (Argentina), e nas cidades fronteiriças do Brasil, como Barracão, Bom Jesus do Sul e Dionísio Cerqueira.
- AMN