Muitos políticos acreditam que colar em gente séria, celebridades e nomes de destaque é a solução para melhorar a imagem; em muitos casos é, mas acontece que a população sabe diferenciar as qualidades de um e os defeitos do outro. Enquanto o político acredita que a pose de papagaio é uma vantagem, o pirata pode não se sentir confortável, ainda mais com bicho soltando penas e fazendo caca no ombro. Urg! Se nem pirata aguenta adulação de papagaio, o que dizer de pessoas que preferem viver longe da política, suas diatribes e do "mundico" eleitoreiro?
Casca de pão
Metaforicamente, no mundo da política, certas pessoas acabam como miolo de pão em aquário, com cada peixinho tentando beliscar um pedaço. Mas há situações mais complicadas, igual ao boi que cai em tanque de piranha. É complicado. Autoridade ou político sério é aquele que possui luz própria e é encarado pela população com naturalidade, porque presta serviço sem precisar forçar a barra. Gente assim atravessa décadas no serviço público, sem arranhões; o problema é que infelizmente acaba cercada por oportunistas, que esperam a todo o custo encontrar um político para "chamar de meu".
Elogios gratuitos
"Nesta longa estrada da vida", o Corvo aprendeu a respeitar uma regra que é fundamental: nunca elogie ao ponto de um dia precisar criticar, ou jamais critique sabendo que um dia terá de elogiar. Em caso de descuido ou quebra das regras, é difícil saber qual o pior. Elas são distintas, dependendo da situação. Munido desse ensinamento (e prática), este passarinho inofensivo, mas que adora uma carniça, não dá bola para críticas maldosas e presta bastante atenção nos elogios, especialmente quando são proferidos por canalhas. Isso resulta em algo com jeito, cor e cheiro de dejeto. Ser elogiado por pulhas e mequetrefes sociais ninguém merece, seja qual for a laia a que pertencem.
Sem metáforas
Do mundo das críticas e elogios, às vezes escapam arranca-rabos que se fazem memoráveis. Foi o que aconteceu na tribuna da Assembleia Legislativa na tarde de segunda-feira. O deputado Soldado Fruet, sem papas na língua, mandou ver para cima de um colega, sem dizer o nome. O teor da queixa foi o fato de o criticado distribuir verbas e representar ações do governo em quase todas as regiões do estado. Claramente, o alvo foi o deputado Hussein Bakri, que faz a tarefa de liderança do governo.
"Superdeputado"
Para Fruet, o Hussein Bakri atua como um "superdeputado", com vantagens sobre os demais 53 colegas. Nos trocadilhos, o iguaçuense disse que o governo é uma palhaçada, lembrando inclusive os Trapalhões e a tentativa de Zacarias em deixar de ser "apenas um coadjuvante". Aí não! Para o Corvo, o falecido Zacarias (Mauro Faccio Gonçalves) era tão importante como o Mussum (Antônio Carlos Bernardes Gomes), Dedé (Manfried Sant'Anna) e Didi, o Renato Aragão! Por favor, deputado, não desmereça o Zacarias!
Troco
Por sua vez, o deputado Bakri foi à tribuna e nem precisou defender-se. Devolveu o que considerou uma agressão à sua imagem, pedindo que Fruet dissesse o nome a quem teceu os "elogios" (críticas). O soldado usou o provérbio sobre o "vestimento da carapuça". Bakri agiu rápido ou esperava pela encrenca, porque no espaço de tempo em que oponente falava (oito minutos e 16 segundos), já tinha em mãos um papel com foto e notícias em que Fruet dividia espaço com as autoridades, no final de semana, em Foz. A discussão espalhou centelhas. E fazia tempo que o rebolo não comia na Alep.
Bakri e o exercício
O "turquinho" é ligeiro; e, claro, essa ligeireza incomoda muita gente. Na verdade faz a lição de casa nas vezes de líder do governo, e nesse ofício aparece mais do que muitos secretários, daí o apelido de "superdeputado". O Corvo teve o cuidado de preparar uma charge exclusiva para ilustrar esta nota.
Dengue e coronavírus
O Paraná vive uma epidemia de dengue, tema inclusive da discussão entre Soldado Fruet e Hussein Bakri, mas está ocorrendo um fenômeno: as pessoas estão em tamanho pavor com a disseminação do coronavírus, a ponto de se esquecerem do mosquito medonho, que transmite a dengue e outras doenças.
Cuidado com o álcool gel
Um vídeo está roubando a cena nas redes sociais. Nele, o piloto de provas e jornalista Cesar Urnhani, que participa e sempre está no programa Auto Esporte, mostra que o álcool gel pode dar muita dor de cabeça aos motoristas, principalmente se caírem em blitze e usarem bafômetro. Sem truques, cortes e montagens, por meio de uma gravação contínua, Cesar faz um teste de bafômetro; depois, ele passa o álcool gel nas mãos e respira o produto dentro do veículo, num processo de assepsia que fazemos a todo o instante. O resultado é que no segundo teste do bafômetro o reagente apresentou a cor rosa avermelhada.
E agora?
O governo e as autoridades sanitárias colocam o álcool gel no topo da lista quando o assunto é prevenção. Nos veículos de aplicativos, por exemplo, é um item obrigatório. Se fizerem o teste, numa barreira da PM, os condutores vão complicar-se.
Os espertinhos
Vai ver é por isso que o álcool gel está desaparecendo dos supermercados e farmácias. Há quem já tenha inventado um jeito de driblar a fiscalização. Adivinha se os bebuns já não possuem o produto em algum lugar no automóvel?
Leão na espreita
Corvo, eu não acredito que em algum dia deixarão de exigir a declaração de Imposto de Renda. É um jeito do governo controlar as atividades financeiras do cidadão. Há um pouco de utopia nesse tema, ou em acreditar que o leão não mais vai existir.
Roberto F Mattos
O Corvo responde: prezado, as pessoas fazem ilações, e pensar, imaginar, sonhar... não é proibido. O que escreveu um leitor na edição de ontem tem lá fundamento, porque se o aparato de controle sobre as operações financeiras é tão grande e ajustado, pode não haver mais a necessidade de declaração. Mas é coisa do futuro.
Medidas impositivas
Corvo, pensa um monte de milico no governo olhando para os 30 bilhões manobrados pelos deputados e senadores? Claro que isso não ia dar certo. Eu me lembro de que na época em que o Paulo era o prefeito, esse tema virava em quebra-pau nos programas de rádio. Administradores públicos não se conformam com uma grana alta assim nas mãos de legisladores.
Antônio G França
O Corvo responde: prezado, a medida é legal, amparada pela Constituição Federal, e é aplicada nas cidades, estados e pelo governo federal, ao repassar o valor no orçamento do Congresso. Para isso mudar, só uma reforma administrativa, legislativa e política. Uma "Reforma" com "R" maiúsculo, não esses arremedos que dão em nada.
Administradores
Em Foz acontece o Encontro Regional de Profissionais de Administração — Região Sul. O nosso diretor Darley Carneiro marcou presença no café da manhã e lá foi recebido pelo Sérgio Lobo, presidente do CRA-PR; Cláudia Abreu, presidente do CRA-RS; Rogério Moraes Bohn, conselheiro do CFA; Paulo Cesar Jordano, presidente do CRA-SC. Profissionais de todo o país estão atentos aos assuntos inerentes à categoria. O GDia cobre o evento.