Prezado colunista, que bagunça é essa sobre a tal "liberdade de expressão". Em algum lugar vejo que a discussão deveria ser outra, porque afinal, muito sangue escapou das veias até assegurarem esse direito. As pessoas estão entendendo tudo errado, uma coisa é se expressar por meio da verdade, outra é fazer isso, se apoiando em mentiras. O que você pensa sobre isso Corvo?
P.R.S (A leitora pediu para não ter o nome divulgado)
Uma coisa ou outra
O Brasil, enfim, discute a "liberdade de expressão", onde ela inicia e onde vai dar, na "libertinagem verborrágica". Mas em verdade, o STF, por meio do ministro Alexandre de Moraes, quer apenas tratar daquilo que chamam de "fake news", as famigeradas notícias falsas; factoides que são produzidos para desqualificar atos e pessoas, tentando fazer da mentira, uma verdade (como diz a leitora). Viver sob o estigma das notícias falsas, não é bom para ninguém, nem para os amigos do governo, em guerra com os oponentes e menos ainda para a população.
Os lobos e o rebanho
As "fake news" existem em várias vertentes, começam pelo setor político, no desclassificar de oponentes, quando pessoas de boa conduta são escrachadas por meio de mentiras e informações absurdas. Isso aumenta em períodos eleitorais, onde os tendenciosos tentam se prevalecer desmontando os adversários. Em geral, quem é sério, não precisa de fake news. Após a eleição, a maquineta da maldade vai para cima de todos os setores, apanham os empresários, profissionais liberais, intelectuais, artistas, e até mesmo os poderes constituídos, nada escapa ao espancamento público. É isso que o STF quer diminuir; uma coisa é marketing político, outra é esculhambação propositada.
A liberdade de expressão
Os dicionários qualificam isso como "apanágio da natureza racional do indivíduo"; o direito de qualquer um manifestar, livremente, por meio de opiniões, ideias e pensamentos pessoais sem medo de retaliação ou censura por parte de governos ou de outros membros da sociedade. É um conceito fundamental nas democracias modernas, onde a censura não tem respaldo moral. A liberdade de expressão é protegida pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948. É possível exercer esse direito sem praticar crimes, basta dizer, escrever ou manifestar a verdade. Acontece que quando a verdade se torna ameaçadora, pervertem a liberdade, e tentam camuflá-la por meio de mentiras.
Libertinagem verborrágica
O atual governo admite que ascendeu por meio das redes sociais, o que para o presidente Bolsonaro é a expressão livre do cidadão, sem o filtro ético utilizado pelos meios de comunicações, sobretudo quem luta para não proclamar injúrias, calúnias e difamações, perante a Lei, crimes contra a honra. Os juristas, advogados, acadêmicos do Direito, conhecem muito do assunto, quando estudam as linhas onde se enquadra a sociedade e os riscos da marginalidade. O "marginal" é o que caminha fora dessas linhas. Há quem use redes sociais exercendo o pelo direito da "expressão" e os que não se contém, e, por isso, suplantam as regras, inventando fatos, propagando mentiras, insultando a todos. Existe um marco legal entre o "fake" e o fato". O que parece é que muita gente ainda não entende, ou não faz força para entender. Bolsonaro pode defender seus canais de comunicação, mas não fake news. Isso, com certeza, ele não vai querer contra si, não é?
Manifestações
A pegada do ministro Alexandre de Moraes foi audaz, o que de certa forma, causou espanto e raiva aos aliados do governo e em alguns de seus membros, como é o caso do Ministro da Educação, Abraham Weintraub. Ele deveria imaginar, que não se pode chamar ministros do STF de "vagabundos". Se alguém encontrasse Weitraub na rua e o chamasse de vagabundo, certamente não iria gostar. Será que não seria mais fácil prestar depoimento e encarar a situação, do que se esconder atrás do novo Ministro da Justiça? Diga-se, os advogados e juristas, até os que apoiam o governo, entendem que pedir habeas corpus preventivo via ministério, foi uma medida estranha. Vai ver André Mendonça se esqueceu que era ministro e atuou como advogado-geral da União. Isso pode ser encarado como afronta.
Sem pacificação
E a gente só vê o caldo engrossar, por meio do acirramento e ameaças, como a fala de Eduardo Bolsonaro, esfregando os indicadores nos polegares, ao se referir à complacência de ministros do STF. O gesto significa "dinheiro" e isso não será bem recebido. Uma guerra institucional vai arruinar o país, mais até que a pandemia.
Sem juízo
As coisas estão perdidas para Jair Bolsonaro? Não estão. A estabilidade depende só dele. Se passar a governar e deixar as brigas de lado, conseguirá retomar o caminho. Mas precisará fazer isso sem sazonalidade, a de acertar um dia e bagunçar no outro. O presidente precisa instalar uma trava na língua, o que reduziria em 80% o atrito entre adversários, poderes e até com os aliados. Essa poeira precisa baixar, antes da situação se tornar incontrolável. Isso começa obedecendo a Lei. Bom, este colunista sempre torce para o melhor e em momentos assim, apesar de tudo, devemos manter o otimismo.
Ponte fechada
Corvo, que notícia é essa hein? Ponte da Amizade abrindo só em dezembro? O que esse presidente do Paraguai quer fazer? Matar a sua população de fome? Levei um baita susto, porque aqui no Brasil muita gente está sofrendo sem a travessia. Veja aquele povo que vive dos estacionamentos, comércios da Vila Portes e não vamos longe, até os boxes do Ceasa estão demitindo funcionários. Foz do Iguaçu terá que reinventar sem os paraguaios.
Vanderlei P. S. Baptista
O Corvo responde: o problema é que o Paraguai infelizmente não é autossuficiente em muitos produtos e a população depende do comércio com o Brasil. Na outra mão, há setores em Foz que se dedicam aos vizinhos, e sentem o impacto do fechamento da ponte. Em todos os casos, mesmo assustando, a informação ajuda na pressão pela sensibilização dos governos, e numa tomada de ações diplomáticas que encontrem soluções para aliviar a tensão.
Segredo
Um amigo do Corvo que vive em Assunção, disse que muita gente anda interessada em saber o que há nos trechos suprimidos por ordem judicial, da reunião ministerial em Brasília. O mundo noticiou que fizeram referências ao Paraguai e China, o que acabou despertando esse "sumo" interesse. Vai que isso vazou e estamos vivendo uma crise subterrânea com os dois países?
Paraguai
Como este Corvo antecipou ontem, a preocupação do governo Paraguaio é achatar a curva epidemiológica com todas as armas disponíveis e fechar as fronteiras, para ser a mais poderosa delas, pelo menos para manter o controle numa possível importação de casos. Até o momento, o Paraguai fez a lição de casa, mas parece que ontem houve alertas em algumas localidades. Se bem que isso pode ser uma estratégia do governo, para manter o distanciamento.
Sem caminhões
Uma das estratégias de movimentos pró abertura da Ponte, é interromper o tráfego de cargas e caminhões entre o Brasil e o Paraguai. Mas será que isso resolve alguma coisa? Bloquear os caminhões que saem do Brasil, vai prejudicar ainda mais a população que está do outro lado do rio. O Brasileiro não é muito chegado nesse tipo de comportamento, nem que seja para resolver o seu lado.
Irredutibilidade
O presidente Marito Abdo está com os pés fincados no bloqueio e se defende falando dos números no Brasil. Ontem um infectologista paraguaio disse que se perderem o controle, o país se converterá no epicentro latino-americano.
Oportunismo
Pensar que mais de 10 mil servidores se aproveitaram do auxílio emergencial, faz caspa estourar igual pipoca. Se o Tribunal de Contas possui esses dados, deve carpir rasteiro e ir para cima dessa gente. Mas pensando bem, quem se submete ao auxílio, passa por uma análise e tem um monte de gente necessitada que acaba ficando de fora. A pergunta é: como servidores, conseguiram se aproveitar da situação, se a base de informações é o CPF? A vulnerabilidade do sistema beira o absurdo.
Falar em TCE
O Tribunal de Contas do Estado publicou o ranking das cidades paranaenses. O Corvo entrou para conferir o índice da transparência e de 399 municípios, Foz aparece em 318º lugar. Requer-se saber quais dentre os níveis de transparência. Como esta nota foi publicada após o horário de atendimento, o Corvo não obteve uma resposta mais técnica.
Barreiras sanitárias
Corvo, será que Foz está no caminho certo? Ontem encarei uma barreira sanitária e as pessoas foram muito educadas, medindo a febre e fazendo perguntas para avaliar o nosso grau de conhecimento da pandemia. Acho que meu filho de 12 anos deu uma aula para a moça, porque isso está a todo o momento na televisão.
Mercedes Vilma S. Santiago
O Corvo responde: prezada leitora, ao que tudo indica, a situação de combate ao covid-19 está sob controle, mas as autoridades sanitárias continuam com um olho no peixe e outro no gato. O que está difícil de controlar parece ser a ignorância da juventude, que insiste em fazer festinhas e fumação de narguilé, passando a coisa de boca em boca. Santa paciência com tanta falta de sensatez.