Ex-trabalhadores da margem paraguaia da Itaipu fecham a Ponte da Amizade
Eles ajudaram na construção da barragem da usina e cobram uma indenização superior à R$ 4 bilhões; Não havia confirmação de novo ato hoje
Um grupo de ex-trabalhadores do lado paraguaio da Itaipu Binacional fechou, em momentos alternados na manhã desta sexta-feira (10), o trânsito de veículos sobre a Ponte Internacional da Amizade, que une Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, na fronteira do Brasil com o país vizinho. A manifestação, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), foi organizada para reivindicar alguns direitos trabalhistas, relacionadas à construção da barragem da usina. Os pagamentos somam US$ 940 milhões para aproximadamente 16 mil beneficiários.
A série de interrupções do tráfego na via, que exigiu muita paciência aos condutores, teve início às 10h. A fila de veículos de passeio e caminhões no lado brasileiro se estendeu até o viaduto da Avenida Paraná, próximo à entrada de Foz do Iguaçu. Os ex-trabalhadores consideram “um pagamento justo” o reivindicado e prometem uma manifestação longa. “Vamos ficar aqui até que venha um representante do Executivo com poder de decisão para acabar com essa questão”, expressou o engenheiro Francisco Iko Rolón, à Rádio Monumental 1080.
A declaração de Rolón ganhou apoio dos manifestantes. Eles consideram que o lado paraguaio “violou o Tratado (de Itaipu)”, ao não pagar os benefícios previstos no “ato normativo do qual Paraguai e Brasil são signatários”. Para chegar à área da Ponte da Amizade, os manifestantes contornaram todos os controles de segurança. O último fechamento da via ocorreu em março do ano passado.
A luta dos ex-trabalhadores da usina é antiga e já chegou ao Congresso Nacional do Paraguai, que recebeu em setembro do ano passado, um projeto de lei propondo a indenização milionária de US$ 940 milhões (cerca de R$ 4 bilhões) a aproximadamente 16 mil beneficiários. Diferentes entidades já recomendaram a rejeição da proposta. De acordo com autoridades econômicas, em declarações à imprensa Paraguai, o desembolso deste dinheiro “poderia ter consequências irreparáveis para a economia do país”.
Não está confirmada se haverá nova manifestação neste sábado (11). Até o fechamento da edição, a Itaipu da margem paraguaia não havia se manifestado sobre o ato.
- Da Redação / Foto: reprodução