Itaipu vai reavaliar contratos firmados após 1º de novembro de 2022, diz Verri
A Itaipu Binacional vai reavaliar todos os contratos, convênios e liberação de verbas realizadas a partir de 1º de novembro, após encerrado o segundo turno das eleições gerais de 2022, disse nesta sexta-feira (27) o deputado federal Enio Verri (PT), escolhido pelo presidente Lula para a direção-geral brasileira da binacional. Dia 30 de outubro Lula venceu as eleições presidenciais e a partir desta data, a imprensa nacional noticiou que a Itaipu teria firmado convênios e outras despesas que podem ultrapassar a R$ 500 milhões.
“O que todos devem ter visto pelos grandes jornais do país é que há uma denúncia sobre os convênios e liberação de recursos após novembro, que chamou a atenção da imprensa nacional”, ressaltou o futuro DGB da Itaipu, em entrevista ao Contraponto da Rádio Cultura. Tanto a construção da segunda ponte com Paraguai e a Perimetral Leste, via de 15 quilômetros ligando a estrutura até a BR-277, quanto a duplicação da Rodovia das Cataratas (BR-469) tiveram início bem antes do período citado pelo deputado federal e não correm qualquer risco de paralisação, adiantou.
“Eu não creio (em paralisação), até porque essas obras (Perimetral Leste e duplicação da BR-469) são obras históricas”, disse. Mas ele garantiu que vai auditar todas as ações após novembro. “Vou rever todas as ações e obras. Elas serão reanalisadas e poderão ser ou não ser canceladas. Você tem que tomar cuidado com as palavras, porque de repente deve ter convênios bons, e esses serão mantidos”, ponderou Verri.
“Mas vou auditar novamente todas realizadas a partir de 1º de novembro. Porque até o dia 30 de outubro, não tínhamos definido quem era o presidente da República, tinha até uma política do presidente da época (de manter as ações da Itaipu em Foz do Iguaçu e região)”.
“Então, é normal que o diretor geral da Itaipu (almirante Anatalicio Risde Junior) tocasse os convênios desde que tenha sido tudo legal e creio que foi legal. Não estamos aqui para discutir a decisão do diretor geral atual”. Verri ressaltou que após novembro, “já tínhamos o presidente eleito” e seria óbvio que haveria substituição na Itaipu e “depois do que lemos nos jornais, que saíram em todos os jornais do país nós vamos dar uma olhada com mais atenção a esses convênios”, adiantou.
Os contratos anteriores, que já estão em andamento, segundo ele, são “muito difíceis”, pois são de obras de infraestrutura. “Se você suspende uma obra de infraestrutura ou você a deixa mais lenta, você sabe que o custo final é muito maior. Então temos que pensar também na eficiência do dinheiro investido. Por isso nas que já estão historicamente andando e não vejo problema não”, afirmou o futuro DGB da Itaipu.
Avaliação criteriosa
Enio Verri fez questão de deixar claro que não iria comentar sobre as liberações de obras e convênios novos porque “não parou” ainda para ver isso. “Foi ontem à tarde” (quinta), disse ele, sobre o pouco tempo do convite feito pelo presidente Lula durante audiência em Brasília, ao lado da presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann e do presidente estadual do PT, deputado estadual Arilson Chiorato. “Estou agora vendo nomes para compor a diretoria por que tudo tem que passar pela decisão do presidente Lula”, frisou.
“Então, não posso adiantar se é que tem algum. Ainda vou ter que ver quais são (os nomes). Se é que algum que vai ser necessário a auditoria. A princípio acho que tenho que olhar todas e avaliar uma a uma e farei isso. Mas não tem um primeiro ponto para adiantar”, ressaltou.
Enio Verri também falou da tarefa que recebeu do presidente Lula, que é “muito simples”. “A Itaipu tem um papel muito importante na questão ambiental, de atendimento aos povos originários, desenvolvimento da agricultura familiar e também a inovação tecnológica da região, mas também sobretudo o Paraná”.
Alinhamento nacional
A partir de agora, de acordo com ele, a Itaipu vai fazer um trabalho vinculando os investimentos da Itaipu com as políticas nacionais. “Por exemplo, o ministro de Indústria e Comércio, que é o nosso vice-presidente Geraldo Alckmin, tem uma política pensada para o Paraná, para o desenvolvimento industrial em que a Itaipu pode participar. Então a gente vai fazer isso casado. O ministro do Desenvolvimento Social tem uma política para o Paraná, dependendo dos dados das necessidades. A gente vai fazer”, adiantou.
A intenção é “trabalhar firmemente” fortalecendo as políticas que a população escolheu como a melhor, elegendo o presidente Lula e aplicá-las no Paraná. “A Itaipu, no meu caso como diretor geral indicado pelo presidente da República, vai trabalhar e garantir para o Paraná um grande processo de desenvolvimento de justiça social, distribuição de renda, mas sempre vinculado à inovação tecnológica e a visão de futuro. É esse o caminho que a gente vai fazer”, ressaltou.
- Da Redação / Foto: ABr