No Bico do Corvo
Lula fala…
Em sua primeira visita ao exterior, passados apenas 24 dias de sua posse, o presidente firma o tom da relação com os militares. Quem conhece o terreno acredita que nem se precisava martelar o assunto, uma vez que o novo comandante do Exército já foi escolhido e está no cargo. A não ser que algo acontece e a população ainda não sabe. Certos assuntos, firmados além da conta, criam um bafo de instabilidade.
Proximidade
A fala de Lula que mais chamou a atenção da mídia internacional, em Buenos Aires, foi ele admitir que Bolsonaro atraiu para o seu lado boa parte das forças militares, incluindo as polícias dos Estados. No mais, o presidente fica repetindo o papel das Forças Armadas, coisa que seus aliados e os servidores estão cansados de saber. Parece que essa tecla, apesar de desgastada, tornou-se fundamental. Dizem que a melhor maneira de combater o ódio coletivo é com diálogo, diplomacia e ordem constitucional. Não com mais ódio ainda.
O BNDES
As obras financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, no passado, foram uma pedra dolorida no sapato do PT, algo difícil até mesmo de explicar em campanha. A oposição mostrava portos e demais ações em Cuba e Venezuela, e, fazia a comparação com o que não foi feito em muitas capitais brasileiras, como é o caso de Belo Horizonte, sem o metrô. Daí Lula declarar, no clima ainda fervente, que voltará a financiar projetos em outros países, causou um desconforto estomacal nas alas radicais e também em muitos aliados.
Lucro ou prejú?
Os economistas se dividem quando o assunto é o BNDES. Uns dizem que financiar obras além das fronteiras desvia a finalidade da instituição; outra corrente afirma que isso é uma maneira de ir buscar recursos lá fora. Segundo os dados do Banco, o Brasil teria lucrado com a realização de projetos em outros países. Bom, o Corvo não é economista e não sabe ao certo os efeitos causados por uma concorrência com o FMI.
A verdade
Cuba e Venezuela ainda devem R$ 3,5 bilhões ao BNDES, e o pagamento seria um dos temas tratados entre Maduro e Lula, em encontro que não aconteceu na Argentina. Como Bolsonaro, em seu governo, passou a hostilizar os dois países, rompendo relações parciais e fechando até postos diplomáticos, deram o troco com o calote. Em informe, o BNDES garante que lucrou R$ 11,7 bilhões no segundo trimestre de 2022, mas ainda há o caso dos R$ 440,8 bi, que ainda estão ausentes do Tesouro Nacional. Esse dinheiro anda evaporado destro das fronteiras, uma vez que serviu investimentos nos setores públicos e privados.
Mensagens de ódio
Depois de toda a confusão em Brasília, e, a consequente caça às bruxas, ainda há pessoas espalhando mensagens de ódio e conclamando quebradeiras. O pior é o tom de ignorância, sem ao menos justificarem a razão dessas novas ações. Mensagens assim são enviadas do exterior, a exemplo de vários vídeos postados nas redes sociais. Em Foz, muitos das recentes gravações foram enviadas made in Paraguai. Os “home” estão de olho.
Na Avenida Brasil
O Corvo exercita as perninhas nos finais de tarde e passando pelo início da Avenida Brasil notou que havia duas pessoas com bandeira por lá. Um transeunte quis saber e disseram: “Estamos manifestando o nosso amor pelo Brasil e esperamos que outras pessoas se aunam a nós. Isso não é proibido é? Perguntou uma mulher, com ares de irritação. O problema é como entenderão o subliminar, uma vez que há uma ordem, expedida por um ministro do STF, proibindo certas manifestações.
Costume
O outro manifestante era um homem que aparentava mais de 70 anos. Segundo ele, foi ao local para ver se encontrava algum amigo. “Nóis acostumemo vir aqui todos os dias e fizemo muitos amigo e depois que mandaram parar, não sabemo o que fazer em casa, já que nóis é aposentado”. Oras, isso acostuma mesmo. Pensa, ir todos os dias se encontrar com uma legião de pessoas, com interesses em comum, mais de 60 dias seguidos? Leva um tempo até desacostumar.
O Campus
Olhando a foto aérea do campus da UNILA chega a dar um aperto no coração, porque é uma proposta arquitetônica memorável. Resta saber que a estrutura ainda aguenta, depois de mais de dez anos de abandono. Há quem acredite que é bem mais em conta derrubar tudo e jogar fora a fortuna empregada na primeira fase da obra. Quantas coisas seriam possíveis com 130 milhões?
Dá para tocar
O projeto realizado pelo ilustre Oscar Niemeyer, um dos últimos de sua imortal carreira, foi dimensionado, orçado, calculado, previsto em orçamento e simplesmente parou, segundo consta, em razão do pedido de reajustes. O imbróglio ainda se arrasta nos corredores do MEC compareceres de inviabilidade o que é trágico.
Por todo o lado
É assustador o marasmo que foi criado em matéria de investimentos nas universidades. A UNILA é apenas um pontinho no relatório, onde aparecem mais de 250 obras paralisadas em todos os quadrantes nacionais. Os reitores levaram uma atualização à Brasília e somadas as necessidades, haja bilhões em recursos. Lula diz que dinheiro para as universidades não é gasto e sim investimento, então bora abrir o cofre.
Bancada
Corvo, será que em alguma outra época Foz chegou a contar com três deputados federais defendendo os seus interesses em Brasília? Pelo que entendo, temos o Giacobo, Vermelho e logo teremos o Luciano, depois de uma bela votação em Foz. Isso é muito bom. E na ALEP, há chances de aumentar a bancada também?
Laíz H. F. Paula
O Corvo responde: como o Corvo fechou a coluna um pouco tarde e não teve tempo de fazer uma pesquisa mais abrangente, não sabe explicar com exatidão o passado. Mas não falha a memória, houve um tempo em que a cidade manteve bancada com mais de um representante em Brasília. No caso, os deputados eram Dilto VItorassi, Cláudio Rorato e o Corvo não sabe explicar se naquele tempo, o Giacobo era domiciliado em Foz. Ao que parece jamais Foz teve três deputados atuantes na Capital Federal. Hoje Foz possui chances de dar a volta e reivindicar muito mais para a sua população. Vivemos um novo tempo. Ao que parece, por enquanto, somente o deputado eleito Matheus Vermelho representará a cidade na ALEP.
Novos ares
Corvo, parece que a nova diretoria da Câmara está respirando um pouco diferente. Vários vereadores estão trabalhando em localidades diferentes, e sei disso, porque vi eles olhando a necessidade de algumas obras, como é o caso da ligação entre bairros.
Paulo F. Silva
O Corvo responde: prezado, todos os inícios de ano, os vereadores dão uma conferida no Orçamento e aproveitam para checar as emendas impositivas. Diante disso vão à campo apurar as necessidades das comunidades. Mas parece que houve uma mudança de ares no legislativo e uma ampliação no entendimento das bancadas. Alguém lá disse: “vamos deixar a política partidárias e as eleições municipais para o segundo semestre”. Parece que levaram o pedido à sério.
Desgaste
A opinião pública muda conforme o vento. Bastou acontecer aquele desastre em Brasília, que muitos políticos locais se recolheram igual tartaruga e caracol. Há também as avestruzes, enfiando a cabeça no buraco, para não ver o que acontece ao redor. Todos estão de olho nas movimentações partidárias, mas o fato é que aguardam a decisão sobre a nova diretoria de Itaipu. Dependendo o nome, muitos deixarão o bolsonarismo de lado.
É sempre assim…
Há muita gente apostando, que depois de anunciarem o novo DGB de Itaipu, haverá uma corrida para beijar a sua mão. A aposta na verdade, apresenta uma lista de nomes da política local, prontinhos para mudar de lado, isso sim. O problema é a quantidade de provas que geraram contra si e que está difícil de apagar. Quem vai virar a casaca?
Feirinha
Corvo, tem uma informação que está mexendo com a gente. Alguém disse que a Feirinha da JK vai funcionar até o Carnaval e depois deixará de existir, isso é verdade? Não podem deixar isso acontecer, porque é o lazer dominical de milhares de pessoas e o sustento de muita gente. Pode dar uma olhada nisso Corvo?
Olavo J. C. Farias
O Corvo responde: prezado, essa informação não confere. A “Feirinha” é um projeto que hoje está incorporado à cidade e o Corvo nem precisou se dar ao trabalho de conferir. Trata-se de uma informação falsa, como as tantas que ficam inventando o tempo todo nas redes sociais. Pelo Contrário, há um plano para ampliar o local e realizar mais eventos inclusive.
Carnaval
Todo mundo sabe que o Carnaval acontecerá na Terceira Pista da J.K, bem onde acontece a Feirinha. Mesmo assim haverá praça de alimentação e entidades explorarão a venda de bebidas, uma oportunidade para reforçar o caixa, visando ampliações e compras de equipamentos. Há esse lado solidário no Carnaval, mas que não tira em nada a graça da folia, só agrega valor.