No Bico do Corvo

Yanomanis

A situação dos indígenas é de calamidade. Impressionante é como se chegou a isso, pessoas morrendo de fome em decorrência da falta de atendimento. Certamente trata-se de um genocídio e é preciso que as autoridades investiguem à fundo o que acontece, porque outros povos originários estão sofrendo de situações privativas.

 

Lula e os militares

Muitos observadores estão preocupados. O presidente Lula está pegando pesado com alguns setores das Forças Armadas. Das duas uma, ou possui informações seguras de que os chefes também estão preocupados com a insubordinação, ou está cutucando a onça com a vara curta. A demissão do comandante do Exército, no sábado, com direito à musiquinha de edição extraordinária da Globo tirou o sono de muita gente. Mas o discurso do novo comandante Tomás Miguel irritou as alas radicais.

 

O discurso

O general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva falou o que a maioria dos militares querem expressar, ou seja, sobre o dever Constitucional das Forças Armadas, a integridade e profissionalismo, independentemente da política e dos políticos. Lula segue mexendo o vespeiro.

 

Apuração

O governo e os demais poderes não querem arredar pé um milímetro até prenderem todos os vândalos e responsáveis pelos atos de depredação em Brasília e outros qualificativos, que vão da arruaça ao terrorismo. Quem mais marca posição é o Judiciário, em tese, os que mais sofreram danos. Algumas peças do acervo não serão repostas, até porque desapareceram. A ficha ainda não caiu para muita gente.

 

Denuncia?

O Corvo andou recebendo mensagens de uns e outros, ou tirando sarrinhos do novo governo, ou pregando discursos de ódio. Normal. Vamos separar bem as coisas aqui: sarros, manifestações políticas e o direito de não gostarem desse ou daquele serão sempre respeitados. A manifestação política, se justa e coerente, sempre engrandecerá. Mas, mensagens antidemocráticas, com ameaças e, pregando a inconstitucionalidade, isso terá destino certo. O país precisa retomar o rumo pela porta da frente, de cara limpa e com a verdade. Mentira e porta dos fundos, isso não está no comportamento deste colunista e nem da maioria que acredita num Brasil mais justo. Os revoltados que abram os olhos e coloquem os pés no chão. É hora de amenizar e partir para a discussão saudável.

 

Abandono de animais

Prezado Corvo uma coisa é certa, quando alguém larga uma ninhada de animais em algum lugar, é porque algo não está funcionando. Ou o esquema de atendimento por meio de protetores é falho, ou não atentem aos apelos públicos, no âmbito da castração, ou falta parafusos em quem comete uma maldade assim. Mais uma vez largaram uma gata e seis filhotes na calçada da minha rua (R. Cobre), no Ouro Verde. É a quarta vez no espaço de três meses. Os vizinhos com dó, dão um jeito de cada um ficar com um gatinho, mas sobrou para eu levar a gata para casa, que dó. E é assim que a gente vai se enchendo de animais e daqui uns dias as autoridades aparecem e aplicam intimação. Você já foi comprar um saco de ração Corvo? É bem mais caro que comida humana.

 

O Corvo responde: prezada, parece que há uma desconexão entre os humanos e os animais que chamam de domésticos. O que falta mesmo é a atenção e se os programas de castração fossem levados à sério pela população, os problemas seriam menores. Por outro lado, o Corvo ouviu vários relatos de pessoas que enfrentam situações similares e não encontram apoio dos protetores. Uns se dizem lotados de animais, outros se queixam da falta de recursos e há quem diga que só voltará a trabalhar depois das férias. A situação é dramática. Respondendo a sua pergunta, todas as semanas o Corvo desembolsa o valor de uma cesta básica em ração e derivados para atender aos bichos de casa, todos, fruto de adoção.

 

Adoção consciente

Outro fato recorrente é que algumas pessoas resolvem adotar ou mesmo adquirir animais e com o tempo se dão conta da impossibilidade de mantê-los. É preciso desembolsar no mínimo R$ 200,00 por mês para cuidar decentemente de um bicho e ainda vai faltar dinheiro. No mais, é preciso ter amor pelas criaturas, de maneiras a entende-las e não deixar que falte o principal: atenção. Lamentavelmente o Corvo precisa advertir: apenas carinho não é suficiente, infelizmente, é preciso recursos.

 

Obras

Corvo, onde é que fica exatamente a obra que vocês publicaram na foto da capa na edição de sábado? Aquilo existe mesmo ou é uma montagem de computador, porque fui e voltei na Avenida das Cataratas e não achei.

Nando R. S. Camanho

 

O Corvo responde: prezado, trata-se de uma foto real, registrada pelo Consórcio Ponte Brasil/Paraguai. A obra em questão fica logo após a última curva do acesso que vai até a Argentina. Trata-se de um dos conjuntos de alças de acesso na Perimetral Leste, na primeira etapa da obra, ainda bem antes de chegar à Avenida Mercosul. É uma das frentes de trabalho mais aceleradas.

 

Impacto

O que acontece é que as pessoas se baseiam muito nas obras no encontro da Avenida das Cataratas com BR 469, onde o trânsito é muito intenso. Naturalmente a visibilidade por lá é muito maior. Segundo uma pesquisa deste colunista, logo haverá mais movimento naquele ponto.

 

Desrespeito

O Corvo recebeu algumas mensagens sobre o fato de os motoristas sem paciência driblarem as barreiras, para encurtar o caminho no trecho em obras. Isso, além de muito perigoso é uma falta de respeito com as pessoas que fazem os contornos, ou seja, que vão até o Shopping Catuaí Palladium para acessar o Porto Meira. Muitos motoqueiros furam os cones de contenção e praticamente se atiram na frente dos veículos.

 

Baú aberto

Bom, o Corvo deixa claro que não precisa juntar “cartas” de leitores quando tratam de assuntos sociais. No último final de semana, a quantidade de comunicações assim superou a média, logo, abrimos espaço para todas as mensagens, porque a aflição do povo não pode esperar.

 

Pedintes

Prezado Corvo, não estou gostando em nada de ver a grande quantidade de pedintes nas ruas e avenidas de Foz. A maioria carrega crianças pequenas, que devem sofrer muito com o calor. No sábado, quando em geral saio para fazer compras, notei vários necessitados portando cartazes de papelão, indígenas e até portadores de necessidades na tarefa dessas abordagens. Neste caso há um problema sério, de crianças muito pequenas passando entre os veículos, imperceptíveis para os motoristas. O semáforo abre e os caros saem em disparada, vai que há uma criança no caminho?

 

O Corvo responde: a sociedade presencia uma tragédia social, o Corvo tem uma informação segura, que muitas dessas pessoas são indígenas do Paraguai e Argentina, além do mais, há bolivianos, haitianos, venezuelanos e até colombianos nas ruas, pedindo ajuda. O Corvo parou para conversar com uma dessas pessoas e a explicação foi que saiu com a mulher e dois filhos da Venezuela acreditando que encontraria refúgio mais ao sul. Não deu certo no Paraguai, nem na Argentina e o resultado foi passar para o lado brasileiro, sem dinheiro e perspectivas. Vivem nas ruas, em abrigos quando há vagas e tentam por tudo arranjar qualquer forma de sobrevivência.

 

Rezando

Nessa peregrinação que o Corvo fez entre os excluídos, há um casal e uma criança, cuja visão é muito atormentadora. Eles permanecem o dia em locais diferentes, com uma carrocinha de reciclados. A mulher e a criança ficam sobre um lençol, na sobra, enquanto o rapaz ajoelha e reza. Ele fica horas seguidas ajoelhado e rezando o que chega a causar comoção nos transeuntes.

 

Ação Social

O Corvo conversou com algumas pessoas que atendem o setor social público e de entidades e o quadro é muito preocupante, todavia, há pessoas que resistem ao acolhimento e optam por permanecer nas ruas. Há uma outra situação bastante perceptível. Muitas igrejas e templos, que antes acolhiam os carentes no entorno, passaram a instalar grades. Um pastor, que pediu para não ser identificado, disse que a providência foi a única maneira de evitar os furtos. Os mais carentes usavam os espaços como uma espécie de “passagem” até a situação melhorar, mas os envolvidos com substâncias, levam até as torneiras do jardim e as luminárias externas para tentar negociar com os traficantes.

 

Cracolândias

A ação social pública tenta amenizar o problema, apesar do início do ano. Segundo uma fonte, houve muito trabalho no período de feriados e na primeira quinzena de janeiro. Em Foz, havia um reduto preocupante, que era a área da Praça da Bíblia, mas algumas ações atenderam pessoas mais críticas. A realização dessas iniciativas sociais é que justamente evitam a concentração de usuários do crack e outras substâncias.

 

Ambulantes

Corvo, não sei se já lhe informaram, mas na Avenida J.K, próximo ao terminal de ônibus, há um cadeirante vendendo produtos para os motoristas. O homem circula entre os veículos, com o colo cheio de coisas para vender. Trata-se de um pobre trabalhador que serve de exemplo para muita gente. Acontece que outro dia, segundo me disseram, quase foi atropelado e muito xingado pelo motorista. Será que não há uma maneira dessa pessoa sobreviver sem correr esse risco medonho?

Amanda L. V. Valentin

 

O Corvo responde: segundo consta, conversaram com a pessoa em questão em várias oportunidades, mas ele se defende dizendo que precisa trabalhar e chegou a dize textualmente: “o risco é por minha conta”. Há outros portadores de necessidades especiais na labuta. Trabalham, porque não encontrar outra forma de sobrevivência.

Tarefa exemplar

No último dia 21, o Programa Lacre Solidário da Família Rotária, que é representado pelo voluntário Ricardo Moura recebeu tampinhas plásticas, de ferro e lacres de todos os tipos, que foram reciclados pela pequena Victória Hortolam Trevisan, 8 anos, uma jovem muito empenhada que surpreendeu a todos, com duas caçambas de caminhonetes Saveiro, repletas desses materiais. Impressionante. Um lindo gesto que além de contribuir com o Meio Ambiente, ajudarão em muito nas ações do Rotary, cujo um dos objetivos é a compra de cadeiras de rodas e beneficiar as pessoas mais necessitadas de nosso município. Vale grifar, que se trata de um projeto da família Rotária e que envolve todos os Rotary’s da cidade. Uma coisa é certa, se mais jovens atuassem como a Victória, a vida de muitas pessoas seria bem mais feliz.

 

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