Zeca Dirceu defende diálogo com agronegócio
O deputado federal Zeca Dirceu, com base em Foz do Iguaçu e próximo líder do PT na Câmara dos Deputados, disse que o agronegócio paranaense não é criminoso e que não haverá conflitos entre as ações do governo federal na área ambiental com o setor. “Eu sou do Paraná e posso falar sobre o que eu conheço. As pessoas do agronegócio, por mais que tenham divergências políticas da gente, por mais que tenham sido injustos e exagerados nas críticas, nas ofensas ao presidente Lula, eles não são criminosos. Eles não estão lá destruindo os rios do Paraná, as florestas”, afirmou Zeca Dirceu em entrevista à Folha de S. Paulo.
“Na política, vamos ter que ajustar novos termos de relacionamento para, mesmo a gente sendo diferente, se respeitar, dialogar e construir juntos. Quando eu me encontrei com o ministro da Agricultura [Carlos Fávaro], uma das coisas que ele pediu —e o presidente Lula já tinha pedido lá atrás e eu fiz durante a campanha— é conversar com as cooperativas do Paraná. O Paraná tem a maior cooperativa da América Latina, que é a Coamo. E lá não tem crime ambiental. Se tiver, é uma exceção”, completou.
O presidente Lula, diz ainda o deputado, também tem a clareza e a diferença do agronegócio bom, positivo, empresarial e que ajuda as exportações do país, que produz alimento, “dessa outra parte, que eu nem considero do agro, que são criminosos”. “Eu não tenho dúvida, espero que apareçam as provas de que essa turma do garimpo ilegal, do desmatamento ilegal, foi quem mais financiou [os ataques golpistas]. Até porque eles estão ganhando muito dinheiro”.
Zeca Dirceu também defende o diálogo com os partidos de oposição – citou o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro – e ainda vê com prudência a instalação de CPI para investigar os atos golpistas. “A minha postura é de muita cautela, de muito cuidado e de disposição para dialogar até com quem não gosta da gente”, disse.
Durante a campanha, o deputado conversou com prefeitos do PSD – entre eles Chico Brasileiro, União Brasil, DC, recebeu o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e ainda mantém um bom relacionamento com o governador Ratinho Júnior (PSD). “As prioridades são aprovar as medidas para as políticas públicas voltarem a acontecer. Quando esse tipo de tarefa chegar aqui no Congresso, se alguém for se opor a ela vai se auto isolar”.
“E o governo vai se dedicar muito para estabelecer sua relação com o Sudeste, com os governadores, com os prefeitos, e isso leva um pouco mais de tempo. Mas as políticas públicas que vão ser implementadas nesses estados e que vão muitas vezes atender segmentos que se opuseram a nós”, completa o deputado que está no seu quarto mandato e membro titular da Comissão de Educação do legislativo federal.
Da assessoria