Edital projeta investimento superior a R$ 304 mi no novo porto seco de Foz
Construção e operação da estrutura será debatida em audiência pública dia 3 de fevereiro; Receita Federal projeta três possíveis áreas
A construção e operação do novo porto seco de Foz do Iguaçu vai demandar um investimento superior a R$ 304 milhões. A projeção está prevista no edital de licitação da estrutura, elaborado para a Receita Federal e que será tema de uma audiência pública a ser realizada no próximo dia 3 de fevereiro. A futura Estação Aduaneira do Interior (EADI) permitirá um fluxo maior de mercadorias importadas e exportadas na região da Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, que já conta com o maior porto seco da América Latina atualmente.
Portos secos alfandegados, ou EADIs, são estabelecimentos onde se realizam as operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias. Ao contrário da estrutura atual, que opera em um terreno concedido pela União, o novo porto seco terá seu imóvel provido pelo vencedor da licitação, que será a pessoa jurídica (individual ou em consórcio) que ofertar os menores preços de tarifas para os usuários, desde que cumpra com todos os outros requisitos previstos no edital. A permissão para operar o novo porto seco tem duração de 25 anos.
O novo projeto prevê investimento inicial de cerca de R$ 243 milhões, somados a aproximadamente R$ 61 milhões em investimentos nos 25 anos seguintes. A proposta prevê a construção em uma área de pelo menos 277 mil m², o que representa um aumente de 60% em relação à estrutura atual, incluindo um armazém com cerca de 3.500 m² e um pátio pré-embarque de mais de 19 mil m², além do pátio para movimentação e estacionamento de veículos.
Pelas regras do edital, o imóvel terá que ser construído em área que não prejudique o trânsito nas áreas centrais do município, tendo ligação direta com a BR-277 ou com a Perimetral Leste. O edital prevê três áreas em que o porto seco poderá ser construído: 1) ao norte da Br-277; 2) ao sul da BR-277 e à direita da perimetral, no sentido BR-277; 3) à esquerda da perimetral, no sentido BR-277, mas neste caso obrigatoriamente às margens da estrada, para não ocasionar trânsito na parte central da cidade.
O edital também prevê que ao final do período de 25 anos haja expansão para no mínimo 351 mil m² de área total, mais que dobrando a área atual. Projeta-se também que em 25 anos de contrato do novo Porto Seco haja a circulação de 6,5 milhões de caminhões e sejam despachadas cargas de importação e exportação no valor de R$ 706 bilhões.
Panorama
A Multilog, empresa responsável pela administração do porto seco de Foz do Iguaçu, ainda não fechou o balanço das atividades de 2022. Os últimos dados divulgados são do período de janeiro a setembro do ano passado, com uma redução de 0,11% no comparativo do mesmo espaço temporal de 2021.
No primeiro trimestre, entre janeiro e março, circularam no recinto 44.120 caminhões, queda de 7,7% comparado com o mesmo período de 2021, quando a circulação foi de 47.802 caminhões. De abril e junho, segundo semestre, a queda no ano passado foi de 6,7%, com a circulação de 47.439 caminhões. No mesmo período do ano anterior, o número de caminhões que circularam pelo trecho foi de 50.886.
Entre os meses de julho e setembro, o fluxo de caminhões aumentou 14,25% em 2022, contendo circulação de 55.761 caminhões. No mesmo período de 2021, ano em que foi registrado o recorde de movimentação de importação e exportação, 48.803 caminhões circularam pelo Porto Seco de Foz de Iguaçu.
Da Redação