No Bico do Corvo

Terroristas?

Será que essas pessoas envolvidas em atos de depredação do patrimônio público podem ser consideradas assim, ao serem chamadas de “terroristas?”. Aprontaram sim um “terror” para a cabeça dos governantes, quanto a isso não há dúvidas, mas até serem rotuladas, insistentemente como “terroristas” isso merece pelo menos uma avaliação. Na visão deste humilde colunista não ultrapassaram a medida da “baderna”, e “desobediência” constitucional, portanto praticaram crimes bem definidos nos códigos. São além de baderneiros, subversivos, arruaceiros e depredadores. Assim são os “extremistas” bolsonaristas. Os financiadores, por exemplo, são “insufladores irresponsáveis”, causadores do movimento de massa. O fato é que se criou essa milícia de direita, ignorante, vil e barulhenta. Seria um luxo, para alguns arruaceiros, serem chamados de terroristas.

 

O terror

Terrorismo é coisa muito séria, alguns degraus acima na escada que avalia os atos e manifestações, se ideológicos ou não. O que ocorreu em Brasília e em vários Estados, como no Paraná por exemplo, se distancia da sabotagem, ou da destruição, apesar de calculada, pois em palavras exatas, terrorismo significa o emprego sistemático da violência para fins políticos, com a prática de atentados e destruições por grupos cujo objetivo é a desorganização da sociedade existente e a tomada do poder. Embora o alto índice de depredação, assistimos foi a avacalhação do patrimônio por meio de turbas inconsequentes. Presidente, ministros, juízes, deputados e senadores continuarão trabalhando normalmente até que as cadeiras, quadros e vidraças sejam colocados novamente nos lugares.

 

Seo Bolsonaro

A situação vai se complicando para o ex-presidente e para variar, o bocão continua aberto. No lugar de apenas dizer que não concorda com depredação, lembrou 2013 e 2017, quando o povo da esquerda foi protestar contra o que consideravam supostos golpes, uma das ocasiões culminou no impeachment. Não houve depredação graças a organização policial. Tentar apagar o presente com situações do passado é mais do que lamentável. O que fizeram em Brasília domingo não há precedentes. Foi um movimento torpe e isso vai pesar na vida de muita gente, porque segundo dizem, não haverá anistia para os manifestantes e depredadores.

 

Bolsonaro fora

O Corvo recebeu algumas lives do ex-presidente e em alguns momentos ele sofre espasmos temporais, mencionando ministros e ações, como ainda estivesse no governo, ou induzindo as pessoas a acreditarem que está paralelamente governando de fora do país. Chega a ser hilário. Não vamos nos surpreender caso ele apareça em Foz para inaugurar a Ponte da Integração. Público não faltará, porque a cidade é um conhecido reduto da direita, pelo menos é o que apontou o resultado das eleições. Chegaram mensagens “convidando” paras as possíveis manifestações, pensa? As redes sociais transbordam com essas peças de mau gosto. É um terreno bem fértil para as autoridades, se a ideia é localizar os organizadores dos manifestos.

 

Em Foz

Ao que consta, segundo uma informação que chegou até a redação, seriam quatro os supostos “patrocinadores” dos protestos na cidade. Mas o que se sabe, a onda é movida por cerca de 200 fanáticos, ou seja, declarados membros da direita radical. Desse número, 90% não possui dinheiro para apoiar absolutamente nada; pegam ônibus com a cadeirinha de praia, para protestar na avenida Brasil. É o tipo de gente que embarca no movimento por vontade própria, sem receber pelos atos. No mais, os supostos patrocinadores ou não possuem um gato para puxar pelo rabo, ou são conhecidos “mãos de vaca”. Estão só de olho nas eleições. Pode ser agora, com as investigações, consigam detectar algum financiador que estava na moita.

 

Quem vai pagar?

O prejuízo está sendo avaliado, mas quem conhece o preço das coisas, sabe que a conta sairá bem cara. As obras de arte, por exemplo, são avaliadas em milhões e todo mundo está torcendo para que sejam restauradas. A Justiça deve cobrar o estrago de várias maneiras: dos “patrocinadores”, dos presos, e por meio do leilão de ônibus e veículos apreendidos no transporte dos revoltosos. Poderá leiloar até os bens dos apoiadores depois dos processos correrem nos tribunais.

 

Identificação

A esta altura, é possível saber quem locou os ônibus para a “excursão” até Brasília, quem fez as reservas nos hotéis e bancou a alimentação para os cerca de 4 mil depredadores. Conforme esperado, há delações, ou seja, pessoas acusam outras na esperança de se aliviarem da prisão.

 

O que esperavam?

Lendo reportagens e casos investigados a fundo, os manifestantes acreditavam que seriam apoiados pelos militares e assim sustentariam uma intentona, “até a volta do líder que está no exílio”. Oras por favor, Bolsonaro foi para os Estados Unidos com o avião presidencial e passaporte diplomático. Não está exiliado coisa nenhuma. Deu no pé, desconsiderando o povo brasileiro. O levante bolsonarista de domingo tem tudo para se tornar histórico, também pelo fracasso e retumbante tiro no pé.

 

Fortalecimento

Esse golpe às avessas conseguiu o inesperado: a aproximação entre deputados que antes eram bolsonaristas roxos, com os partidos que apoiam o presidente Lula. Isso está sendo servido de bandeja. Se não ocorressem as dissimulações da extrema direita, as coisas seriam bem mais difíceis para o governo no campo da negociação política.

 

Isolamento

A destruição do STF, por exemplo, isolou os ministros tidos como bolsonaristas. Um deles já teria sinalizado que pretende se desamarrar do ex-presidente, o que já estaria pesando na imagem.

 

Normalidade

Passado um dia da bagunça, o presidente Lula já estava despachando em seu gabinete, uma ilha rodeada de destruição. Os manifestantes e subversivos só não entraram na ala presidencial porque as paredes e portas são reforçadas. Segundo consta, entre os atos do presidente ocorridos ontem (segunda-feira), há nomeações de segundo escalão. Basta dar uma olhada no Diário Oficial da União.

 

Reconstrução

Na manhã da segunda-feira já havia empresas avaliando o fornecimento de vidros, limpeza e manutenção geral dos edifícios. Carpetes estavam sendo enxugados. O governo quer que tudo volte a funcionar muito rápido, o que seria uma resposta para lá de incômoda nos supostos financiadores dos manifestos e depredações.

 

Ameaças cumpridas

No fim, tudo acabou acontecendo como viviam ameaçando os radicais da direita: “vamos entrar no STF de porrete da mão e quebrar tudo o que há por lá”, diziam. Impressionante não levarem isso a sério.

 

No Paraná

A PM agiu pontualmente na refinarias e estradas. Os movimentos não se suportaram por horas. Teve gente que se mudou de mala e cuia para barracas ao lado de refinarias. A pronta resposta da polícia pegou muita gente de surpresa. Caminhões que despejaram terra para impedir o carregamento de combustíveis foram apreendidos e devem incorporar a lista de objetos a serem leiloados.

 

Em Foz

Segundo consta, há um dono de empresa de transporte rodoviário de passageiros se queixando da possibilidade de perder dois ônibus. Os veículos teriam levado manifestantes até Brasília. O Corvo saiu em campo para apurar a veracidade de informação.

 

Movimentação

Quem mora nas proximidades da Polícia Federal notou uma intensa movimentação desde a tarde de domingo. Foi um entra e sai anormal de viaturas. O Corvo tinha informações sobre os trabalhos intensos na área de inteligência. Bom, logo saberemos os resultados.

 

Em frente ao batalhão

Algumas pessoas que transitaram pela Avenida Brasil encontraram as calçadas praticamente livres na manhã da segunda-feira. “O grosso de manifestantes debandou na noite de domingo, quando foram anunciadas as medidas de endurecimento contra os acampamentos”, relatou um comerciante.  É nessas horas que a coragem desaparece.

 

“O que fazer”

Pela manhã, havia uma senhora acomodada na esquina com a República Argentina. Ela vestia camiseta da seleção e mexia no celular. Perguntaram: “e agora, o que a senhora vai fazer?”. Ela respondeu: vou ter que procurar pela freguesia, porque só vinha até este local para vender pães e doces caseiros”. Estima-se que a concentração foi o ganha-pão de vários ambulantes.

 

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