PF atende STF e cumpre mandado por atos antidemocráticos em Foz
A Polícia Federal (PF) cumpriu, nesta quinta-feira (15), um mandado de busca e apreensão em Foz do Iguaçu, expedido pelo Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito das investigações que apuram atos antidemocráticos. De acordo com o órgão, não houve prisão nem encaminhamento de qualquer pessoa para prestar esclarecimentos. No Paraná, foram cumpridos 16 mandados contra suspeitos de organizar e patrocinar bloqueios de rodovias e acampamentos em frente aos quartéis, por não aceitarem o resultado das eleições. Em todo o Brasil foram 81.
Além dos mandados, também foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes bloqueio de contas e quebra do sigilo bancário dos investigados, que não tiveram os nomes revelados. Em nota divulgada ainda pela manhã de ontem, a PF confirmou que as operações resultam de “apuração que tramita na Corte (STF) acerca dos bloqueios de rodovias após a proclamação do resultado das Eleições Gerais de 2022”.
“As medidas estão sendo cumpridas nos estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e no Distrito Federal, em face de pessoas físicas e jurídicas identificadas pelas forças federais e locais de Segurança Pública”, adiantou a PF. A Agência Brasil confirmou que outros 23 mandados estavam em cumprimento por um segundo delegado no estado do Espírito Santo.
Em novembro, o ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio de bens de 43 empresas e pessoas suspeitas de financiar os atos antidemocráticos. À época, a maioria era de Mato Grosso. Ao todo, foram expedidos 16 mandados no Paraná e 81 em todo o país, tendo como alvo pessoas envolvidas em bloqueios de rodovias após as Eleições Presidenciais 2022 vencidas pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), contra o atual presidente Jair Bolsonaro (PL).
Contexto
Após o resultado do segundo turno da eleição presidencial, no dia 30 de outubro, foram realizados bloqueios da BR-277 e das avenidas República Argentina e Brasil, na região central de Foz do Iguaçu, que permaneceram interrompidas para o tráfego de 2 a 11 de novembro. O Centro de Direitos Humanos e Memória Popular (CDHMP) solicitou, esta semana, providências a autoridades públicas para “coibir as agressões que vêm sofrendo os cidadãos iguaçuenses e turistas que transitam pelo trecho da Avenida República Argentina”.
O pedido foi endereçado ao prefeito Chico Brasileiro e ao comando a Polícia Militar. A entidade afirma que recebeu denúncias de pessoas que foram vítimas de agressões, entre elas Ryan Siqueira Moraes, Rute Pereira, Tânia Marques e Lilian Viridiane da Silva. As agressões seriam contra quem passa “pelo local para acessar o comércio das imediações ou a Avenida JK, onde está localizado o Terminal de Transporte Urbano”, encerra a nota do Centro de Direitos Humanos.
Da Redação