Estudos na Itaipu vão gerar protocolos para monitoramento das harpias soltas na natureza
A Itaipu Binacional dá mais um passo para, no futuro, soltar a ave harpia (Harpia hapyja) na natureza. Um workshop vai ajudar na criação de um dispositivo que será utilizado no monitoramento remoto da ave, quando ela for solta. O evento, que termina nesta sexta-feira (11) no Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), reúne especialistas de instituições voltadas à preservação da espécie de países como Costa Rica, Venezuela, Panamá, México, Equador e Argentina. Além dos profissionais da Itaipu, participam especialistas brasileiros do Projeto Harpia.
Durante o workshop, serão coletadas as medidas das harpias do RBV. Para isso, cada ave será levada ao hospital veterinário – instalado provisoriamente no Centro de Recepções do RBV, enquanto acontece a reforma do hospital. A ave é retirada de uma caixa de madeira e, seguindo todo o protocolo de manejo, tem seus olhos cobertos (para reduzir o estresse) e as garras protegidas por uma faixa.
Os especialistas, então, coletam as medidas do corpo da ave. As informações vão ser levadas a um banco de dados para gerar as medidas exatas do dispositivo que será preso à ave quando ela for solta. Será uma espécie de “mochila” de material plástico feita em impressora 3D e presa por meio de tiras de teflon no dorso do animal.
É muito importante entender o comportamento da harpia, como o movimento de seu corpo na captura de uma presa, por exemplo, para desenvolver um dispositivo que não prejudique a ave, nem corra o risco de cair. O workshop também visa desenvolver um protocolo com técnicas de colocação do dispositivo na espécie. Atualmente, não existe nenhuma normativa sobre o assunto.
Essa “mochila” carrega um radiotransmissor que permitirá o monitoramento da ave por certo período na natureza, de acordo com o tempo da bateria.
Imprensa de Itaipu / Foto: Rubens Fraulini / Itaipu Binacional