Novos pedágios podem ser suspensos no Paraná

A Frente Parlamentar contra o Pedágio no Paraná solicitou formalmente a suspensão imediata dos processos licitatórios para a concessão de rodovias no Estado (Lotes 1 e 2). O pedido foi encaminhado à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), ao Ministério da Infraestrutura e à comissão de transição do novo governo eleito.

 Os deputados estaduais ressaltam as recomendações e inconsistências mostradas em relatórios e documentos produzidos pela área técnica e pelo plenário do TCU (Tribunal de Contas da União), além de apontamentos feitos pelo Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI) da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

 O texto do documento destaca a necessidade da “discussão de novos parâmetros pela sociedade paranaense, que atenda o interesse público”. “E que represente tarifas justas, aliadas às manutenções necessárias, investimentos e obras fundamentais ao crescimento do Estado, especialmente a urgência de duplicação de certos trechos, e para com a fiscalização segura e garantia de participação efetiva dos usuários e dos municípios impactados”.

 “A posição anterior dessa frente parlamentar em rechaçar o modelo híbrido ou com aporte, degrau tarifário e ausência de garantias, ainda se mantém, em vista de que não foram levados em consideração pela ANTT na elaboração da proposta apresentada ao TCU”, traz o ofício.

Prejuízo

O coordenador da Frente, deputado Arilson Chiorato (PT), explica que as determinações e recomendações feitas pelo TCU para ANTT devem ser publicizadas em uma nova audiência pública oficial. “Também tem que ser ouvido o novo governo, que tem proposta diferente para as concessões rodoviárias”, afirma.

 “A nossa posição é que a licitação não seja feita nesse final de ano, sob o risco de termos um prejuízo para o desenvolvimento do Paraná por mais 30 anos com um pedágio abusivo, como foi alertado pelo próprio TCU”, acrescenta o parlamentar.

Revisão

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD) reforça a posição do colegiado da necessidade de revisão do projeto e da retirada de amarras que reduzem a competitividade da licitação e, por consequência, geram tarifas mais altas.

 “São amarras que beneficiam apenas as empresas como um degrau tarifário de 40 % sem justificativa técnica, do aporte financeiro que limita os descontos, das tarifas oneradas pela garantia cambial e do risco de abuso das receitas estimadas”, enumera Romanelli.

 “Buscamos uma concessão que traga um pedágio justo e a garantia de obras. Na nossa avaliação o modelo elaborado modelo do Governo Federal vai onerar as economias locais, prejudicar a competitividade das empresas, além de isolar muitos municípios atingidos pelas praças de pedágio”, aponta o deputado.

Da redação com assessoria / Foto: divulgação

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