No Bico do Corvo

Manifestação gigantesca

O Corvo vive em Foz faz muito tempo, vai para 40 anos, e, nunca, viu uma manifestação política que juntasse tantas pessoas como a que aconteceu na quarta-feira, feriado de Finados, em frente ao Batalhão do Exército.

Indignação

O presidente Bolsonaro voltou às redes e pediu o fim do bloqueio nas estadas, pois segundo ele, são ilegítimos, mas concordou com a manifestações, alegando que fazem parte do jogo político e, portanto, são democráticas. O problema aí são as frases como “intervenção militar”, “fechamento do Congresso”, “extinção do STF”, não há democracia nisso. Sem essas expressões, os movimentos seriam ultrademocráticos e por si, exigiram que autoridades e instituições passassem a repensar muitas coisas, a começar pelas reformas. Com atos antidemocráticos de alguns, o movimento paga um preço injusto, como fosse apenas dor de cotovelo. Mas como teria dito o Bolsonaro, “acabou” e é óbvio que ele está partindo para outra e terá legiões de seguidores.

Inferno

Lula e o PT enfrentarão uma turba inimaginável. Grupos como o MST, Força Sindical e mesmo do PT, pareciam brincadeira de crianças do jardim da infância se comparados à mobilização dos bolsonaristas. De fato, o problema do novo governo não é no Congresso Nacional e sim nas ruas. Devemos ter em mente que Bolsonaro está livre para organizar os movimentos e dá para ter uma ideia do que acontecerá. Tomara ele consiga dominar a situação sem que o controle escape. Nos bloqueios nas estradas, por exemplo, muita gente não deu bola para os pedidos do presidente.

Artigo 142

Os organizadores dos movimentos que repudiam o resultado das eleições evocam o Artigo 142 equivocadamente. O dispositivo não trata de “intervenção” na estrutura do poder, pelo contrário, em seus capítulos explica a conduta militar, ou como devem se portar caso assumam cargos públicos, até mesmo à frente de questões religiosas, uma vez que o Brasil é um estado laico. O país já discutiu muito isso em 2020, com uma chuva de pareceres, até mesmo da Câmara Federal. Curioso algumas pessoas comentarem que o dispositivo foi usado em 1964, quando João Goulart foi deposto. Na época, várias instituições apoiavam a intervenção, diferente de hoje. Os brasileiros precisam voltar a estudar a constituição.  

A barca segue…

O Brasileiro que trate de se acostumar com os movimentos populares, porque eles serão muito frequentes em nossas vidas. Isso não pode ser menosprezado, porque é a simples tradução do processo de amadurecimento, do gigante acordado do berço esplêndido. Tomara isso cause avanços, no lugar dos retrocessos.

Dia de Finados

Quem foi aos cemitérios de Foz garante que o movimento era bem tranquilo, com lugar até para estacionar, sem precisar pagar flanelinhas. Obvio, o povo estava pelas redondezas do batalhão, manifestando. “Os mortos não vão sair de lá, então podemos visita-los todos os dias, mas hoje é importante ir expressar repúdio”, disse uma amiga do Corvo, ao passar pelo mercado. Segundo ela, toda a família iria passar o dia na Avenida República Argentina e adjacências.

Na terrinha…

O resultado do processo de cassação do vereador Galhardo ainda repercute. O que acontece é a pressão nos demais vereadores, os que votaram contra e até mesmo a favor. Ninguém escapa da saia justa.

Carente de provas

Ouvidos pelo corvo, vereadores que votaram contra a cassação de Galhardo justificaram a falta de provas e até sugeriram a possibilidade de um viés político na relatoria da Comissão Processante. Sem materialidade não há muito o que fazer, até porque o futuro é nebuloso e ficar contra alguém e depois precisar abraça-lo daqui um ou dois anos, fica difícil.

Eleição da Mesa

Mas parece que esse “viés” é uma hipótese relacionada à eleição da presidência da Câmara que ocorrerá no final de dezembro. A queda de Galhardo, que é oposição declarada à atual gestão, abriria espaço a um voto a mais para reeleição do atual presidente, com a entrada de suplente. Pode ser, depois essa, o governo comece uma ofensiva na articulação com o Legislativo. 

Um fio de cabelo no paletó

Há quem diga que o suplente já tinha mandado alinhar o paletó para assumir a vaga do Galhardo. Há quem diga, mas não há quem confirme… em política é sempre assim, alguém leva um tapa e não acha quem deu. Quando passam a mão na bunda é a mesma coisa.

Burburinho

Ouviu-se nos corredores, logo após a votação, que tem vereador que votou sim (pela cassação) para não chamar atenção do Gaeco. Que barbaridade! E, no piso térreo da Casa, alguém sussurrou: “Bah, quem não deve não teme!” A verdade é que no caso de “rachadinhas” a prática era tão normal, que muitos praticaram e até esqueceram. Só quem perdeu a teta não esquece.

Bafão

Outra repercussão sobre o caso do Galhardo é a maneira que estão rifando a vaga de suplente. Isso irritou o vereador Jairo Cardoso, que redigiu uma enorme carta relatando a pressão que estaria sofrendo por parte de pastores. 

E agora Anice?

A imagem da vereadora é emblemática, até pelo tempo que está ocupando cadeira no Legislativo. O Corvo recebeu uma cartinha, mas como o texto era um tanto truncado, o melhor foi reescrever, assumindo o que para muitos é uma dúvida: Lula vencendo a eleição, Anice voltará para o PT, ou permanecerá no PL? Bom, segundo o Corvo pesquisou, ela foi filiada em vários partidos, com ideologias de esquerda, direita e centro. Foi do PMDB entre 2007 e 2011; depois ingressou no PT e lá permanecer de 2011 a 2016; depois mudou para o Podemos em 2016 e lá ficou até 2020 e presentemente está no PL. Possivelmente ainda esteja se contextualizando ideologicamente; algumas pessoas passam a vida assim e não se definem. Mas no fim são entendidas pelos eleitores, que em muitos casos não olham para os partidos e sim os políticos.

Castração

Foz está dando uma pegada no assunto dos animais de rua e uma das medidas mais eficientes é a castração. A prefeitura atua com agendas em todas as regiões. Por esses dias, o atendimento no Charrua. Animais castrados não proliferam. Mas ainda faltam ações de conscientização, porque todos os dias largam bichos em muitas localidades. O Corvo sabe porque os leitores informam. Alguns casos são de chorar. Não faz muito tempo largaram gato na frente da casa do Corvo e a saída foi cuidar, com muito carinho.

Carona

Em meio aos protestos e a má digestão eleitoral, há quem já esteja se dedicando à campanha pela prefeitura municipal. Várias pessoas se manifestaram nas redes sociais com aquele jeitinho característico, de quem em algum momento pedirá voto. Ainda é cedo e essa sede é que complica as coisas. Da mesma maneira que as pessoas estão atentas, também andam de saco cheio das artimanhas mofadas, ou das velhas práticas políticas.

Renovação

As alas que estão no poder, de políticos e partidos, que tratem de abrir os olhos, pois essa onda vai quebrar nos municípios e pode causar uma renovação acentuada. Quem sabe surjam novos nomes e se amplie o leque de pessoas dispostas ao arejamento do setor público. Isso faria um bem às cidades, Estados e ao país.   

AS ruas do Maracanã

O bairro mais perto do centro de Foz possui pelo menos duas vias que são consideradas “rápidas”, a Mato Grosso e Minas Gerais. É por onde os motoristas trafegam para evitar a Avenida Paraná. Vários acidentes ocorrem nos dois acessos e alguns de proporções dantescas, como foi o capotamento do veículo na contramão, com três jovens, recentemente. Transeuntes informam a coluna, que em determinadas horas há motoristas furando semáforos e voando sobre as lombadas.

Velocidade das motos

A motocicleta é mais leve e diante disso, alguns abusam, usando o veículo como bem entendem. Sobrem em calçadas e passam em alta velocidade rente ao meio fio, para evitar lombada. Esses dias o Corvo viu uma manobra assim, só que adiante, havia uma caçamba. Dá para imaginar o estrago. O motoqueiro voou uns dez metros e por milagre se levantou e saiu andando, sem ferimentos. Teve sorte.

Sexta-feira

Quem diria, “eita” semana que voou. Primeiro a ansiedade pelo resultado das eleições, depois as manifestações, feriado e já beiramos o sábado. Tudo anda muito rápido e esquisito também, como inverno em novembro, quando em geral a temperatura está pela casa dos 40 graus. “Esse mundo está muito mexido, o sertão virando mar, onde deveria haver frio há calor e no Brasil, usamos casado esta época do ano. Saí para caçar madeira e acendi o fogão à lenha, pensa?” Foi o que disse uma leitora, Amância Dias, de 82 anos. Segundo ela, seus pais e avós insistiam que em algum momento, o clima inverteria. Curioso, a ciência já anda se manifestando sobre essa possibilidade. Se não cuidarmos da natureza haverá a cada dia mais essas surpresas.

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