No Bico do Corvo
Festa democrática
Devido a enormidade das encrencas em curso, há quem comece a avaliar a “qualidade da democracia” brasileira, algo que é fora da imaginação. A democracia é onipresente, e está sendo tratada como onipotente. Não deveria haver limites, nuances ou estágios democráticos, ou que nota para ela. Mas da maneira como estão fazendo, acabam causando esse fenômeno, de anarquizar o sistema, como tudo precisasse ser confirmado diante de tantas mentiras. Não se precisava tanto. Vivemos aí um dilema sobre a qualidade dos candidatos e não do sistema.
Só nove dias…
O Corvo não está filosofando, apenas partindo de pressupostos. O pessoal diz que é ruim precisar escolher entre o menos pior. A encruzilhada agora é outra: escolheremos o menos bandido, o menos corrupto, o menos palhaço, o que menos desrespeitou a Lei, até que ela prove o contrário. Que dificuldade! Bolsonaro e Lula estão conseguindo ferir a democracia por meio das mentiras, quando o povo mais precisa da verdade. Precisamos aceitar que a situação é criada por eles, nesse duelo eleitoral.
Quais as mentiras?
Chega a ser difícil saber o que é fake ou fato, porque tudo está sendo fabricado com a engenhosidade do marketing. Isso faz com que as mentiras, se conferidas, se tornem meias-verdades, o que é um perigo. Exemplos: Lula foi preso e condenado? Houve corrupção no atual governo? A família de Bolsonaro comprou tantos imóveis assim com dinheiro vivo? Que Lula foi preso é um fato, já a condenação tramita, depois da anulação de julgamentos. Sobre Bolsonaro, a CPI da Covid apresentou situações que foram objeto de denúncias, mas condenação ainda não houve. Todos os processos estão em vias de investigação. Olhando para isso, a impressão que se tem é que os candidatos se matam em busca de prerrogativas que aliviem a Justiça, porque no cargo de Presidente da República, há certa imunidade. Na realidade, aquele que perder a eleição terá que enfrentar a Justiça implacavelmente daqui uns tempos e possivelmente, com a somatória dos crimes eleitorais.
As propostas
Ainda não se ouviu algo concreto nos terrenos da economia, segurança, saúde, educação ou sobre obras fundamentais. Só se sabe do que fizeram e “aperfeiçoarão” nos próximos anos. Parece que nada mais pode ser inventado, projetado ou construído no Brasil, um país de tantas riquezas e criatividade, apenas “arredondarão” ou vão “melhorar” do que há, puxa vida!
Uma semana
Descontando o sábado e domingo, porque isso passa rápido, teremos uma semana de campanha. Dá medo imaginar o que inventarão dos candidatos, um sobre o outro. Por mais consagrador o louro da vitória, ou a faixa presidencial atravessando o peito, quem ganhar precisará explicar a lista de acusações. Uma pena isso, de gastar boa parte do tempo de governo se defendendo, no lugar de trabalhar. É isso que o tom de campanha causará. Deus ajude o Brasil!
As pesquisas
Como o Corvo tem observado, os números estão se encontrando e buscam o irremediável “empate técnico”, um desastre para o Lula e alívio ao Bolsonaro. Se bem que as duas frentes de campanha não concordam com os números divulgados. Ambos acreditam que estão isolados na frente. A verdade só sairá das urnas no domingo, 30 de outubro. Os principais institutos sondam quatro pontos de diferença entre Lula e Bolsonaro, mas há 5% de indecisos, de onde sairá o resultado. Independentemente as apurações preliminares, existe um fato: os 5% que fará a diferença, decidirá na hora do voto, ou a caminho da urna. É dureza. Que candidato dorme com uma situação assim? Bom, “bora” acompanhar as coisas.
Em Foz
As “rachadinhas” de novo. Eita que o pessoal parece que não aprende mesmo. Alguém ligou para o Corvo informando que a prática é insistente em Foz, que outros vereadores também são suspeitos de fazerem isso. É o tipo de coisa até mesmo difícil de se publicar, porque carece de provas. Mas quem liga para os jornalistas, anonimamente, informando crimes assim, bem que poderia acionar o Ministério Público, afinal de contas é lá que investigarão e denunciarão essas condutas.
O que é isso?
Há leitores que não conseguem entender o que é uma “rachadinha”. Isso nos faz crer que a ignorância é tanta, que possivelmente os envolvidos não saibam que estão praticando um crime. Rachadinha é quando o político contrata um assessor e cobra dele uma parte do salário, ou pede que pague outras pessoas. Como muita gente esperar um dia ser contratado dessa maneira, há uma espécie de código, que mantém a operação em segredo. A casa cai quando o assessor se revolta e acaba abrindo o bico, ou um opositor fica sabendo e põe a boca no trombone. Dizem que a “rachadinha” na política é bem mais antiga que a prostituição.
Choradeira
Certos de se elegerem, vários candidatos e candidatas deixaram cargos públicos e até mesmo vagas no setor privado. Terminando a eleição, encontraram as portas fechadas e como paisagem, a “rua da amargura”. Terão que encontrar ocupação, por que para viver de política se necessita muita articulação, esperteza e compromisso. Quem pula de galho em galho, corre o risco de chupar o dedo. Bem feito.
Saneamento
O que sabemos é que a limpeza na área pública continuará. Os donos dos facões estão aguardando o dia 30, independentemente o resultado. Parece que o Dia das Bruxas serão de pavor para muitas pessoas, pensa, uma segunda-feira, recebendo a cartinha de encerramento de atividades, isso é um pesadelo para os que praticam o exercício da “mamação”.
Visit Iguassu planejando…
A entidade está em franca atividade de agendas para o ano que vem. Os associados comungam da mesma opinião: 2023 será o ano de repor eventos e remarcar o destino nos quatro cantos de mundo. Foi uma semana das bem agitadas, com encontros setoriais. Como lembra o Visit, o modelo de evento acontece anualmente e é utilizado como “um balizador do plano estratégico”, em verdade uma atividade democrática, participativa e que atende as expectativas das empresas que fazem parte do pool de associados.
Gerando negócios
“O Visit Iguassu é uma instituição voltada à geração de negócios. Para isso, ouvir nossos associados é imprescindível. São eles que recebem e entregam serviços demandados pelo mercado, tanto de lazer quanto de eventos. Queremos construir um plano anual condizente com as necessidades dos associados, por isso, com essa agenda de reuniões ouvimos cada setor para a formação e formatação desse plano”, disse Elaine Tenerello, Diretora Executiva. As reuniões aconteceram na última terça e quarta, na sede da entidade.
Seo Felipe
“Existem demandas que são exclusivas de um ou outro setor e segmento. Essas reuniões oportunizam que eles apresentem suas demandas, contribuam com ideias e soluções para a linha de atuação futura da instituição, dando norte ao trabalho que será realizado no ano seguinte”, reforçou o diretor presidente do Visit.
Foto do leitor
Oswaldo G. S. Menezes teve o trabalho de enviar foto ao Corvo com o texto: “colunista, as obras de duplicação da BR 469 acontecem, bem como a Perimetral. Quando é que a prefeitura vai fazer a ponte na Rua Tigre, que liga as localidades Jardim Cataratas e Buenos Aires? É uma obra aparentemente simples mas de grande valia para as populações, em especial o Jardim Cataratas, que ficará muito isolado depois da perimetral funcionando. No mais, a ponte causaria um entrosamento comercial, possibilitando que os moradores frequentem os dois bairros sem precisar passar pelos fundos do Hotel Carimã, ou se arriscarem nas margens estreitas e brevemente em obras da BR 469, onde o trânsito é um horror. Prefeito Chico, o senhor fez a creche, está prometendo melhorias como escola e posto de saúde, comece com a pontezinha, porque ela causará um enorme diferencial na vida das pessoas”
É uma verdade
O Corvo já escreveu sobre isso várias vezes, porque sabe a dificuldade que é precisar dar uma volta enorme, quando o caminho poderia ser encurtado por uma obra pública muito simples, sem grandes dificuldades. Nem precisaria ser uma ponte, bastaria instalarem tubulação, porque o curso do rio é limitado. No mais, há aquele cruzamento medonho entre a Rua Carmen Gatti e a BR 469, onde o risco de acidentes é grave e ninguém faz absolutamente nada. Alguém ainda vai pagar com o cargo em razão da negligência, pois é simplesmente impossível dizerem que a situação não requer providências. A prefeitura, no caso, se defende, porque a rodovia é de competência federal.
Triste notícia
O Corvo estava em trânsito, quando amigos informaram o falecimento do empresário Sadi Carvalho, uma das figuras mais proeminentes do setor comercial iguaçuense. Foi um choque; e em situação assim, dá um branco, faltam palavras. Basta relatar que Sadi era um grande, e, possivelmente, o mais solidário dos amigos, sempre presente; se importava muito com as pessoas, mais até do que se importavam com ele, certamente. O relato é que foi trabalhar e sentiu um baque ao chegar em seu estabelecimento, uma das marcas mais conhecidas entre os iguaçuenses a loja Sadi Magazin, uma alfaiataria estrelada e revendedora das melhores marcas.
O profissional
Sadi, por muitos anos, vestiu boa parte dos homens em Foz. A casa é especializada em trajes masculinos. É necessário lembrar a sua capacidade, como artesão das agulhas, de primeira grandeza, um artista na confecção de ternos e paletós. O Corvo fez várias peças com o Sadi, em períodos variados, os de fartura e os de lamúria financeira e sempre foi bem atendido. Era prazeroso visitar a loja e antes, bater um longo papo, sobre tudo, com o proprietário, enquanto ele fazia as medidas. Parodiando uma obra literária, o Corvo chegou com sete botões dourados num caquinho plástico e pediu: “é possível pregar um blazer elegante nesses botões?”. Sadi não recusou a proposta. Em uma semana entregou a encomenda. Triste imaginar que em seu funeral, os amigos vestirão as suas belas confecções, mas certamente isso o fará feliz na nova jornada. Passada a emoção, este colunista voltará às memórias em que a presença do grande amigo foi marcante. Não são poucas. Nossos profundos respeitos aos familiares e mais próximos.