RF avalia estrutura aduaneira da Ponte da Integração e projeta reforço no efetivo
Uma comitiva da Receita Federal do Brasil (RFB) realizou nesta terça-feira (29) uma visita técnica às instalações aduaneiras da Ponte da Integração, que liga Foz do Iguaçu (Brasil) a Presidente Franco (Paraguai). A nova estrutura, que está concluída a mais de dois anos, ainda não entrou em operação devido atraso nas obras viárias em ambos os lados da fronteira e das novas aduanas, incluindo a da Ponte da Fraternidade (Tancredo Neves), na fronteira com a Argentina.
A nova passarela internacional unindo Brasil e Paraguai promete desafogar o tráfego intenso da Ponte da Amizade e agora passa por avaliação logística, estrutural e de recursos humanos. A visita buscou realizar um diagnóstico completo da infraestrutura instalada nos prédios em construção das aduanas, além de levantar necessidades operacionais que envolvem a contratação de serviços terceirizados, aquisição de mobiliário, equipamentos e reforço no efetivo da RFB.
A equipe percorreu as áreas da zona primária de ambos os países, inspecionando os pontos estratégicos para operação aduaneira. A missão, segundo os representantes da Receita, busca garantir a operacionalização segura e eficiente da travessia e também fomentar a integração logística e aduaneira entre Brasil e Paraguai.
Cuidado
A presença da Receita Federal na fronteira reforça o compromisso com a organização e a eficácia do processo de fiscalização na fronteira, disse Fabio Eduardo Boschi, superintendente da RFB na 9ª Região Fiscal, em recente solenidade na Ponte da Amizade. “Estamos avaliando cada detalhe para assegurar que a ponte comece a operar com a estrutura adequada”, completou ele, que liderou a comitiva nesta terça.
Além de Fabio Boschi, integraram a equipe o superintendente adjunto Marcio Luiz Zamian, o delegado da Alfândega da Receita Federal em Foz do Iguaçu, Cezar Augusto Vianna, o coordenador-geral de Programação e Logística da RFB, Andrey Soares de Oliveira, e o assessor da Subsecretaria de Gestão Corporativa, Rodrigo Leal Viana.
Abertura parcial
Paralelamente à visita, uma reunião da Comissão Mista Brasil-Paraguai na segunda-feira (28) discutiu a possibilidade de uma abertura parcial da Ponte da Integração a partir de dezembro deste ano. A proposta é permitir a circulação de veículos leves particulares, ônibus de turismo e caminhões em lastro (sem carga), enquanto as estruturas aduaneiras continuam em fase final de adequação. A liberação gradual dependerá da conclusão das obras nas zonas primárias de ambos os lados da fronteira.
A proposta será formalizada na próxima reunião entre representantes da chancelaria dos dois países, marcada para o dia 18 de agosto, em Foz do Iguaçu. A expectativa em torno da nova ponte é grande. Além de aliviar o tráfego de carga e turismo atualmente concentrado na Ponte da Amizade, a Ponte da Integração deve impulsionar o comércio bilateral e a cooperação regional.
Logística e integração regional
A Ponte da Integração é uma das obras estruturantes do Programa de Integração Física da Infraestrutura da América do Sul (IIRSA) e representa um avanço nas relações econômicas entre Brasil e Paraguai. Com extensão de 760 metros e investimento superior a R$ 323 milhões, com recursos da margem brasileira da Itaipu Binacional, a estrutura deve consolidar a região trinacional como eixo logístico estratégico do Mercosul.
- Da Redação
- Foto: Divulgação/Receita Federal