Prefeitura de Foz confirma abate sanitário de 6 mil aves apreendidas pela Polícia Federal
Uma carga de cerca de 6 mil galinhas de descarte, apreendida pela Polícia Federal em um galpão clandestino a poucos metros da Ponte da Amizade, foi destruída em Foz do Iguaçu como medida de proteção sanitária. A prefeitura confirmou o abate, realizado no frigorífico Mendes com autorização do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), seguindo normas federais e municipais de segurança. O custo da operação foi arcado pelo Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindipar).
A medida foi adotada devido à ausência de documentação obrigatória, como a Guia de Trânsito Animal (GTA) e laudos laboratoriais, impossibilitando o rastreamento das aves e elevando o risco de contaminação por doenças, inclusive a Influenza Aviária. A carga incluía galinhas de postura fora do ciclo produtivo, transportadas irregularmente em caminhões que foram interceptados no dia 22 de maio.
O descarregamento e a inspeção das aves ocorreram no dia seguinte, sob acompanhamento do chefe do SIM, o médico veterinário Thérbio Teixeira Moreira, do fiscal Ormínio Koike de Almeida e de agentes da Polícia Federal. O abate sanitário seguiu os Decretos nº 9.013/2017 (federal) e 32.159/2024 (municipal). As carcaças — mais de 10 toneladas — foram encaminhadas ao aterro sanitário de Foz do Iguaçu.
Segundo o veterinário do SIM, a apreensão é um alerta para os riscos que o trânsito clandestino de animais representa em regiões de fronteira. “A ausência de documentos compromete a rastreabilidade e o controle de doenças de notificação obrigatória, como a Influenza Aviária. Em uma região de fronteira como a nossa, isso representa risco imediato ao plantel avícola e à saúde da população”, afirmou Moreira.
Além dos dois caminhões flagrados no interior do galpão na rua José do Patrocínio — zona primária sob vigilância do Ministério da Agricultura —, outro ponto irregular de venda foi identificado na calçada em frente ao local, com cerca de 300 aves prontas para comercialização. Nenhuma documentação legal foi apresentada pelo responsável, conforme o relatório da inspeção.
A apreensão ocorreu pouco após o registro de um foco de gripe aviária no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, o que levou o governo federal a reforçar as ações de vigilância sanitária nas fronteiras. Técnicos da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Comercial, Industrial e Agropecuário ressaltam que Foz do Iguaçu, por estar fora do corredor sanitário estadual, exige atenção redobrada.
Essa foi a segunda grande apreensão registrada em menos de seis meses. Em dezembro de 2024, outros 5 mil frangos em situação semelhante foram recolhidos e abatidos, também por decisão da vigilância local em parceria com a Polícia Federal.
Para o secretário municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Agricultura, Edinardo Aguiar, a atuação conjunta das instituições é vital para a preservação da segurança alimentar e da cadeia produtiva legalizada. “As ações integradas entre município, Polícia Federal e o setor produtivo são fundamentais para proteger nossa população e os produtores que atuam dentro da legalidade. Foz do Iguaçu está vigilante e comprometida com o cumprimento das normas sanitárias, especialmente por estar em uma área tão sensível como a fronteira”, declarou.
As autoridades reforçam a importância de denúncias sobre transporte ou comércio irregular de animais, que podem ser feitas diretamente à Vigilância Sanitária ou à Polícia Federal.
- Por Redação com PMFI