Baixa vacinação agrava epidemia de síndromes respiratórias em Foz
Foz do Iguaçu e outros municípios que integram a 9ª Regional de Saúde estão vivendo uma alarmante epidemia de síndromes respiratórias, que tem atingido principalmente crianças e idosos em maior gravidade. Os hospitais locais já não dispõem mais de leitos nos prontos-socorros, enfermaria e Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Dentre os vários fatores que vem contribuindo para a proliferação de quadros virais com rápida evolução está a baixa procura pelas vacinas nas Unidades Básicas de Saúde (UBs). Atualmente, o imunizante contra Influenza A, um dos tipos mais comuns, está disponível para todas as faixas etárias, de forma gratuita.
A vacina não impede a infecção, mas reduz consideravelmente o agravamento dos sintomas. Entretanto, há uma falta de interesse do público em geral em receber a dose. De acordo com um levantamento realizado no Hospital Municipal Padre Germano Lauck (HMPGL), de 250 crianças hospitalizadas com quadros respiratórios, apenas 18 haviam sido imunizadas.
“Pedimos à população que procure as unidades de saúde. Quanto maior a taxa de vacinação, menor será o número de internamentos, o que significa mais espaço e agilidade para atender casos graves como da bronquiolite”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, em visita a Foz.
Em todo o Paraná foram aplicadas até o presente 2.590.251 doses da vacina contra a Influenza. A cobertura vacinal entre os públicos prioritários segue bem abaixo da meta de 90%. Entre as crianças está em 35,25%, entre as gestantes, 31,76%; e entre os idosos, o grupo com maior risco de complicações, apenas 47,16%.
Desde o início do ano já foram registradas 12.011 internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com 598 óbitos em todo o Estado. Desses casos, 1.379 tiveram confirmação para Influenza, 560 para Covid-19, 3.043 foram associados a outros vírus respiratórios e 2.096 permanecem em investigação.
Atento aos sintomas
Dentre os sintomas das Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs) estão febre, calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, distúrbios olfativos ou gustativos, dispneia/desconforto respiratório, pressão ou dor persistente no tórax, saturação de Oxigênio menor que 95% em ar ambiente, coloração azulada (cianose) dos lábios ou rosto.
Os vilões desse cenário são Influenza, SARS-CoV-2, vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus, vírus que mais circularam e continuam predominantes no Estado. A faixa etária mais atingida é a de crianças menores de seis anos e, em seguida, a dos idosos. Do total de notificações de SRAGs por vírus respiratórios, 4.507 casos e 245 dos óbitos tinham algum fator de risco identificado.
Ampliações na Saúde
Para reforçar os atendimentos na Saúde em Foz, o Poliambulatório Municipal está passando por uma grande ampliação. O investimento total é de R$ 6,5 milhões, sendo R$ 2 milhões em obras estruturais e R$ 4,5 milhões em equipamentos e mobiliários.
Com a modernização, o volume de cirurgias ambulatoriais deve crescer de 700 para até 1.300 procedimentos mensais, e o número de consultas especializadas passará de 2.100 para 3.600 por mês. O custeio anual da unidade será elevado de R$ 25 milhões para R$ 40 milhões.
A unidade também contará com exames de imagem e reforço no pronto atendimento em áreas como ortopedia, urologia e clínica geral. Os serviços integram o programa Opera Paraná, considerado o maior do país em cirurgias eletivas financiadas pelo SUS com adicionais de até 150% sobre a tabela federal.
Além disso, foi anunciada na última semana a construção de uma nova UBS, no bairro Três Bandeiras. A unidade integrará a rede de prevenção e cuidados essenciais, com consultas, vacinação, acompanhamento de gestantes, atendimentos odontológicos e programas de saúde da família.
- Da redação
- Foto: divulgação