Construção da pista de pump track gera impasse entre prefeitura e moradores da Vila A

A construção de uma pista de pump track em uma área verde da Vila A, em Foz do Iguaçu, acendeu um debate entre o poder público e os moradores da região. Enquanto atletas comemoram o início da obra, lideranças comunitárias protestam contra o local escolhido e afirmam que a prefeitura não está atendendo a reinvindicação da população diretamente impactada.

O projeto, que vem sendo solicitado por grupos esportivos há anos, teve a ordem de serviço assinada no dia 16 de abril. A estrutura ocupará 1.750 m² entre as ruas Guaiaquica e Sagui e será voltada ao uso de bicicletas, skates, patins e até cadeiras de rodas. A proposta é oferecer um espaço acessível para atletas de todas as idades, desde iniciantes até profissionais.

Segundo o secretário de Esporte, Lazer, Juventude e Melhor Idade, Antonio Sapía, a construção atende a uma demanda antiga e está sendo viabilizada por meio de emendas parlamentares. “Todos os aspectos legais foram seguidos”, afirma. A prefeitura garante que o projeto tem alvará de construção e respeita os critérios ambientais definidos pela Lei Complementar 372/2022, que regulamenta o uso de áreas verdes em Foz.

No entanto, os moradores da Vila A têm outra visão. Em reunião organizada pela Associação de Moradores da Vila A (AMVA), eles questionaram a falta de diálogo e o impacto da obra. Entre as preocupações estão o corte de árvores, a degradação de espaços públicos já existentes — como a quadra de basquete, o campo de futsal e a pista de skate — e o aumento do barulho e da insegurança.

“Queremos sossego quando chegamos dos nossos trabalhos. Já convivemos com muito barulho e insegurança. A instalação de mais uma estrutura que atrai movimento intenso e barulhento seria insustentável para quem mora ao redor”, disse uma moradora durante o encontro com o diretor de Planejamento da Prefeitura, Rafael Caetano.

A comunidade também denunciou o uso recorrente do espaço para consumo de drogas e entregou um abaixo-assinado à prefeitura. A AMVA reforça que não se opõe ao projeto esportivo, mas ao local escolhido. “O problema não é o projeto, mas sim o local escolhido, que, por sua peculiaridade, não é o mais adequado para esse tipo de estrutura, considerando a vizinhança e o contexto do entorno”, afirmou o presidente da entidade, Edson Fernando.

Como alternativa, a associação propôs a realocação da pista para o complexo esportivo da Avenida Araucária, área já voltada à prática de esportes e com menor impacto ambiental e social. A proposta seria negociada com a Itaipu Binacional, responsável pelo terreno.

 

  • Da redação com PMFI

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