SANEAMENTO EM FOCO VOCÊ SABIA?
Artigo de opinião
A cidade de Foz do Iguaçu é uma das mais arborizadas do Paraná. Além de reduzir bastante a temperatura no verão escaldante em ruas, espaços públicos e habitações, formam também proteção que ajudam amainar a força dos ventos em época de temporais. Existe aproximadamente cerca de mais de 200 mil árvores no perímetro urbano que carecem, a mais de 15 anos, de um manejo adequado, poda técnica na maioria delas e muitas precisam ser suprimidas, evitando com isso o risco de queda provocando prejuízos na rede elétrica, edificações, veículos e também aos moradores. Possui uma rede fluvial de rios e córregos urbanos formando a bacia hidrográfica dos rios Paraná e Iguaçu, tendo suas nascentes dentro do município que precisam de mais cuidados no que tange ao gerenciamento, limpeza e proteção de suas nascentes, Educação Ambiental e recomposição da mata ciliar (das nascentes até sua foz), visando reduzir os impactos ambientais, sociais e econômicos. O Rio Tamanduá que é fonte de abastecimento público para cerca de 30 mil usuários da região sul, sua nascente está localizada no município de Santa Terezinha de Itaipu é o rio mais preservado de Foz do Iguaçu. Abordaremos hoje com mais afinco sua hidrogeologia, ou seja, das águas subterrâneas.
Hidrogeologia: O município de Foz do Iguaçu está localizado bem na divisa entre as unidades aquíferas Serra Geral Norte e Serra Geral Sul. (Segundos dados do Instituto Água e Terra (IAT) do Paraná, “o aquífero Serra Geral Norte compreende as rochas basálticas de formação Serra Geral, com uma área de afloramento de aproximadamente 102.000 Km2, subdividida em Unidade Serra Geral Norte de aproximadamente 64.000 Km2 e Serra Geral Sul com pouco mais de 38.000 Km2)”.
O Aquífero Guarani engloba toda a área do terceiro planalto paranaense, que compreende o município em questão, e os poços nele perfurados apresentam profundidade média de 300 m3/h, e na região compreendida pelo Parque Nacional do Iguaçu existe uma das maiores e mais importantes reservas mundiais de água subterrânea que é o Grupo São Bento primacialmente no que concerne à Formação Botucatu (Aquífero Guarani). Os derrames basálticos constituem um bom aquífero fraturado, representados pelas tramas estruturais, configuradas pelos sistemas de fraturas tanto tetônicas como atetônicas.
O referido aquífero tem sido responsável pelo abastecimento de um grande número de comunidades circunvizinhanças do PNI, apresentando com relativas frequências, a ocorrência de água mineral em poços tubulares, mineralização essa condicionada à presença de calcita, natrolita e escolecita. O voluma extraído é variável em função da existência ou não de extensos alinhamentos. Na região há poços tubulares profundos nos aquíferos fraturados, com produções que iniciam com 60 m3/h, podendo chegar até mais de 200 m3/h, dependendo da necessidade para atender as demandas das comunidades locais, hotéis, condomínios, para o abastecimento humano, de animais e também para irrigação, ou seja, inferior à média do Aquífero Guarani.
As características hidro químicas das águas dos aquíferos da região apresentam diferenças em função das diversas litologias existentes. Todas as águas advindas de poços analisadas se revelaram próprias para o consumo humano (com simples cloração) inclusive existindo águas mineralizadas que são comercializadas em larga escala. É prudente informar que 70% da água potável fornecida pela Sanepar e companhias municipais aos 11.800 milhões de habitantes do Estado do Paraná, provem das águas subterrâneas através de poços tubulares profundos.
- Sérgio Caimi é – Economista, Escritor, Consultor em Saneamento Ambiental, Palestrante, Ex. Gerente Regional da Sanepar de Foz do Iguaçu e Ex. Secretário Municipal de Meio Ambiente e Serviços Urbanos.