Cem anos de luta pela terra no Brasil pautam visita de Stedile à UNILA

A Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) recebe, nesta sexta-feira dia 23 de maio, o economista e dirigente histórico do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile. O encontro será realizado às 19h no Auditório Martina, no campus Jardim Universitário, em Foz do Iguaçu, e tem como foco os 100 anos da luta pela reforma agrária no Brasil.

A presença de Stedile marca um momento de reflexão coletiva sobre as disputas históricas em torno da terra no país. Fundador do MST — o maior movimento social da América Latina — ele tem dedicado sua trajetória à defesa da justiça social, da soberania popular e do desenvolvimento sustentável. O debate será aberto à comunidade acadêmica e ao público em geral, com participação ativa de estudantes, professores e representantes de movimentos sociais da região da Tríplice Fronteira.

O evento integra uma série de atividades que buscam resgatar a memória das lutas populares brasileiras, especialmente aquelas ligadas ao campo. Ao revisitar os 100 anos da reforma agrária — marco simbólico que remonta ao início das primeiras mobilizações organizadas por terra no Brasil — o encontro propõe também discutir os caminhos atuais da resistência ao latifúndio, a concentração fundiária e os conflitos agrários que seguem ativos em diversas regiões.

“Não é só uma palestra. É um encontro com a história. É presença, é luta, é mobilização”, destacam os organizadores.

Durante a conversa, Stedile abordará como o MST mantém vivos os ideais de justiça social impulsionados por movimentos históricos como a Coluna Prestes. A proposta é pensar como as estratégias de mobilização mudaram ao longo do tempo e quais são os desafios contemporâneos da luta por terra, num cenário político e econômico marcado por retrocessos nos direitos dos trabalhadores rurais.

A atividade também busca fortalecer os vínculos entre universidade e sociedade, conectando saber acadêmico com as experiências concretas de organização popular. Ao trazer uma liderança como Stedile para dialogar com estudantes e movimentos, a UNILA reafirma seu papel como espaço de construção coletiva de conhecimento e resistência.

O debate ocorre em um momento de intensificação das pautas do campo brasileiro, em que se discutem não apenas a distribuição de terras, mas também modelos produtivos sustentáveis, segurança alimentar, políticas públicas e democratização do acesso aos bens naturais.

 

  • Da redação

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