Coluna do Corvo
Agora vai (de verdade)?”
Depois de anos no rol das promessas reincidentes e ainda atrapalhando diariamente milhares de motoristas, o Trevo do Charrua parece estar ganhando um novo fôlego. Nesta terça-feira (13), em Curitiba, o prefeito de Foz do Iguaçu, General Silva e Luna, se reuniu com o secretário estadual de Infraestrutura, Sandro Alex, e o CEO da EPR, Marcos Moreira, para alinhar os próximos passos da obra.
Em sintonia
Desta vez, o tom foi de sintonia fina. Prefeitura e Governo do Estado falam a mesma língua — e, ao que tudo indica, a concessionária também entrou no coro. Se depender do alinhamento institucional, agora vai. Ou pelo menos tem tudo para sair do Power Point. Que o café na capital se transforme em um projeto funcional para a região. Seguimos na torcida. Dessa vez, com uma pontinha de esperança real.
Meio BI
Além do Trevo do Charrua, o time da comitiva de Foz do Iguaçu, composta pelo Prefeito General Silva e Luna, o presidente da Câmara, Paulo Debrito, secretários municipais João Zisman (Comunicação), Jin Petrycoski (Turismo) e o General Eduardo Garrido (Finanças), além dos vereadores Evandro Ferreira e Soldado Fruet, estiveram na capital com um objetivo claro: fortalecer parcerias e garantir investimentos para a cidade. Entre conversas de sala cheia, alguns cafezinhos e um aperto de mão no Governador Ratinho Jr, anunciaram R$500 milhões. “General, vamos despachar todos os projetos”, disse o governador.
Promessa Turbinada
O executivo promete investir R$ 500 milhões em Foz do Iguaçu. Um número que impressiona — e também levanta nossas sobrancelhas ao modo Carlo Ancelotti. Serão utilizadas como? Chegam quando? Quais projetos exatamente? A cidade agradece o valor generoso, mas ficaria ainda mais grata com um pouco de clareza. “20 pra isso na data X”, “50 pra isso na data Y”. Porque com meio bilhão, dá pra transformar a realidade — ou construir várias, dependendo da criatividade da gestão.
Prestando contas da viagem
O presidente da Câmara, Paulo Debrito fez uma parcial da passada de chapéu em Curitiba. Com ele estava os vereadores Evandro e Soldado Fruet. Passaram um arrastão e conseguiram oito milhões para asfalto, cinco milhões para mudança do centro POP, três milhões para aquisição de materiais para as duas Upas (Morumbi e João Samek); um milhão para GM e nove milhões para revitalização da Prainha de Três Lagoas, que aliás precisa muito. Quem frequenta tinge o pé com um barrão que não sai nem com lixa, se secar.
Quase lá
O Paraguai não só avançou nas obras como também está quase terminando as obras do corredor da nova Ponte da Integração. Os trabalhos do novo Terminal de Cargas da Administração Nacional de Navegação e Portos (ANNP) estão em fase final, com cerca de 98% de execução. Além disso, o trecho urbano do Corredor Metropolitano Leste atingiu 96% de conclusão. Parece que eles entenderam que ponte sem acesso é como ter carro sem estrada. Estão ligeirinhos.
Por aqui
Do lado brasileiro, a história é outra. A Rodovia Perimetral Leste, que dará acesso à ponte, está ainda com 63% de conclusão. Enquanto isso, a ponte permanece fechada, esperando que as obras de todo corredor e aduanas sejam finalizadas. Para cortar o laço vermelho e liberar os veículos a travessia fronteiriça, os dois lados precisam bater 100%.
Fábrica de Prédios em Cascavel
Enquanto muitos patinam no básico, a iniciativa privada em Cascavel decidiu mirar no futuro e criar um bairro inteligente. O tal do EcoParque promete ser tudo: sustentável, moderno, tecnológico, cheio de sensores, inovação e – claro – bem urbanizado.
A proposta é tão avançada que dentro do bairro terá monitoramento próprio; UBS exclusiva e Ensino Público com metodologia diferenciada. A preço de “Minha Casa, Minha Vida”. É inteligência urbana em nível que até poste deve responder “bom dia” via Wi-Fi. Se funcionar como no papel, os moradores vão viver numa espécie de Smart City da vida real.
Entre a ideia brilhante que está tomando forma, já com unidades sendo negociadas, o caminho é longo – mas está bem traçado. O EcoParque promete mostrar que é possível, sim, pensar cidade como projeto de futuro – com planejamento, gente morando bem e os filhos bem cuidados.
Como dizia Tom Jobim: “O Brasil não é para principiantes.” Mas a turma do Chico Simeão, idealizador, está mesmo alguns passos à frente. Dando certo (e tem tudo para dar), a gente copia sem nem disfarçar. Basta alguém que vê tecnologia, empreendedorismo e a engenharia com “olhos de lince” em nossa terrinha. E tem!
Ranking FIRJAN
Falando em cidade pra frente, o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) de 2025 revelou os municípios brasileiros com os melhores indicadores de desenvolvimento. O levantamento considera áreas como emprego e renda, saúde e educação, oferecendo um panorama detalhado do progresso socioeconômico no país.
De acordo com o novo ranking, Águas de São Pedro (SP) ocupa a primeira colocação, com 0,8932 ponto, seguida por São Caetano do Sul (SP), com 0,8882, e Curitiba (PR), que aparece em terceiro lugar com 0,8855 ponto. Completam o TOP10: Maringá (PR), Americana (SP), Toledo (PR), Marechal Cândido Rondon (PR), São José do Rio Preto (SP), Francisco Beltrão (PR) e Indaiatuba (SP). Foz? 45° entre os paranaenses e 316° no ranking geral.
Assessor bumerangue
Voltando para nossa terra, tem ex-assessor que parece chiclete no sapato da política: foi exonerado num gabinete em dezembro e, ainda segue no inbox de outros vereadores pedindo nova chance. E o detalhe: o sujeito tem ensino superior completo! Diploma na parede, e a meta de vida é… continuar de plantão em cargo comissionado? Que vício é esse? Parece que tem gente que confunde trajetória profissional como pinga, pinga— sai de um gabinete, tenta entrar no outro. Capaz de perguntarem ao sujeito o motivo e ele falar: “Tenho vocação para servir o povo”. Vai tocar a vida, doutor! A política local não é berçário de eternos assessores. Mas em Foz, a turma não desgarra!
Pepe Mujica e o desafio do século
Pepe Mujica tocou com precisão o ponto mais sensível e urgente do nosso tempo: a necessidade de governos que apoiem e incentivem aqueles que empreendem, criam, produzem e vencem desafios, gerando riqueza e pagando impostos a base real do progresso de uma nação.
Ao afirmar isso, Mujica nos lembra que, quando bem aplicados, esses recursos têm o poder de impulsionar o desenvolvimento, reduzir desigualdades e transformar a vida coletiva. Com simplicidade e profundidade, ele apontou o verdadeiro desafio da humanidade hoje: construir uma gestão pública eficiente, honesta, justa e voltada ao futuro.
É assim que o vejo e o respeito como um homem público que honra a política com ética, sensibilidade social e coragem. Um verdadeiro estadista, cujo exemplo inspira não só governos, mas a todos que acreditam na dignidade do serviço público.
- Paulo Mac Donald Ghisi
- Prefeito de Foz do Iguaçu / 2005/2012
O fusca mais famoso do mundo
Enquanto outros políticos posavam com carros blindados e comboios, Mujica dirigia um Fusca azul 1987 que valia menos que um smartphone moderno. Quando tentaram comprar o carro por 1 milhão de dólares, ele respondeu com algo como: “Se me derem dois, talvez eu pense.” Foi assim que o Fusca virou símbolo de um estilo de vida: simples, direto e sem ar-condicionado.
Filósofo de Varanda
Mujica falava devagar, pensava fundo e dormia cedo. Era filósofo de varanda, militante sem grife, estadista pé no chão. Lutou, apanhou, foi preso, perdoou. Deixou um legado de ética, de simplicidade e de frases que servem tanto para discursos quanto para bordados em almofadas: “Ser livre é gastar a vida com aquilo que vale a pena.” E ele gastou bem. Agora repousa. Talvez num banco de madeira, ao lado de uma horta celestial.
Passagens por Aqui
Pepe esteve em Foz por duas ocasiões na última década: em março de 2016, ele foi responsável por ministrar a aula inaugural da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), no Cineteatro dos Barrageiros. A segunda visita ocorreu em fevereiro de 2024, quando participou da Jornada Latino-Americana e Caribenha de Integração dos Povos. Sempre debatendo integração, solidariedade e justiça social. Descanse em paz!
- Por Rogério Bonato