Turismo em Foz do Iguaçu sofre com poucas conexões e voos reduzidos

Apesar dos avanços em infraestrutura e dos investimentos no turismo, Foz do Iguaçu ainda enfrenta um grande desafio: a limitação da malha aérea. Desde a pandemia, a cidade perdeu nove voos diários, reduzindo a média para apenas 18 operações por dia. A escassez de conexões impacta diretamente o setor turístico, que depende de maior acessibilidade para atrair visitantes e ampliar sua estadia na região.

O presidente do Visit Iguassu, Jaime Mendes, destaca que a questão da malha aérea é um entrave significativo para o crescimento do setor. “Isso nos atrapalha e muito, então este é o nosso maior desafio hoje, aumentar a malha aérea”, afirmou em entrevista à Rádio Cultura.

 

Outro ponto de preocupação é a perda de voos internacionais, como a conexão direta com Lima, no Peru. “Tinha um voo, por exemplo, que saía de Los Angeles, fazia escala em Lima e vinha direto a Foz. Então, tinha uma linha de turismo muito grande dos Estados Unidos”, pontuou o CEO da Urbia Cataratas, Mario Macedo.

 

Estratégias

 

Com o objetivo de recuperar e expandir as rotas aéreas, o Visit Iguassu, em parceria com entidades como Itaipu Parquetec, Itaipu Binacional, CCR Aeroportos e Cataratas do Iguaçu, vem trabalhando para atrair novos voos. Mendes reforça que existem recursos para essa captação. “Temos um book de captação de novos voos, temos verba hoje para trazermos novos voos para Foz do Iguaçu, temos na mesa o recurso para buscarmos o voo de Lima do Peru, que é o que a gente tanto quer”, explicou.

 

Além da retomada da conexão com Lima, também há negociações para um voo direto para o Panamá com a Copa Airlines. “Temos incentivos, a gente quer também o voo da Copa Airlines, que é o voo do Panamá. Já fizemos um trabalho no ano passado, estivemos lá com o governador do estado para trazer novos voos”, complementou Mendes.

 

Entraves

No entanto, a ampliação da malha aérea esbarra em desafios como a política de aviação nacional e a carga tributária sobre o setor. Segundo Mendes, o modelo restrito de operação aérea no Brasil é um dos fatores que dificultam a ampliação das conexões. “Infelizmente, é uma questão mais nacional, que envolve o Governo Federal, porque tem a questão de Céus Abertos. Estamos tentando mudar essa política. Hoje, só tem duas companhias aéreas e isso trava e faz com que as passagens sejam muito caras”, apontou.

 

Outro fator que encarece as tarifas é o ICMS sobre o querosene de aviação, que representa cerca de 40% do preço da passagem. O governador Ratinho Junior informou à Rádio Cultura que o estado já oferece incentivos para as companhias aéreas, com redução do ICMS proporcional ao número de voos para o interior do Paraná. Mendes reforça a necessidade de revisar a estratégia. “Precisamos entender onde está a falha que não está chegando para as companhias para que realmente elas tragam mais voos para o interior do Paraná”, comentou.

 

Infraestrutura pronta para crescer

 

Apesar dos desafios na ampliação da malha aérea, o Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu vem se preparando para receber um maior volume de passageiros. Recentemente, concluiu obras que ampliaram sua capacidade de 2 para 4 milhões de passageiros por ano. Além disso, a pista de pouso e decolagem foi ampliada, permitindo a operação de aeronaves de grande porte, abrindo caminho para voos internacionais diretos. A homologação dessa ampliação está prevista para até março, segundo o Secretário de Aviação Civil, Tomé França. (Com informações da Rádio Cultura)

 

  • Da redação / Foto: Geraldo Bubniak-AEN

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *