Coluna do Corvo

Alcoólicos e Carnaval

Este colunista publicou duas notas que causaram uma certa inquietude nos meios oficiais. A informação surgiu por diversas fontes, muitas das quais fiáveis. Na manhã da sexta-feira surgiram rumores dando conta de uma proibição na venda de bebidas alcoólicas no Carnaval, o que de certa forma não combina. Algumas pessoas foram consultadas e uma chegou a dizer que “isso é uma determinação da Procuradoria Geral do Município”. As notas, enfim, foram produzidas atendendo o interesse dos leitores, uma vez que muitos doas quais se convertem em foliões. Por essas e outras, a informação sempre é publicada no condicional.

 

A preocupação

Acontece que nos locais onde os eventos são organizados, as barracas privadas e dos blocos se defendem vendendo cerveja, chope, água, refrigerantes, espetinhos, coxinhas, empanadas e afins; é uma maneira de ajudar nos custos das agremiações. Com a suposta proibição, muitos ficariam no prejuízo. Além do mais a bebida é servida em copos de plástico e latas de alumínio e como esses locais são bem protegidos pela PM, GM e segurança privada, o índice de ocorrências e acidentes é pequeno, apesar da euforia. Logo, os boatos sobre a proibição se espalharam com intensidade.

 

Boca no Trombone

Os trombeteiros de plantão fizeram uma bagunça com o assunto e a prefeitura, por sua vez, tratou de colocar o bonde nos trilhos, resolvendo a situação. Sacaram rápido. O que aconteceu é que o assunto estava apenas em fase de discussão, e, é quando as variáveis entram em análise. Alguém entendeu errado, não esperou pela finalização do assunto e saiu espalhando uma informação incompleta. Em resumo, não esperaram os organizadores “molharem o bico”.

 

Organização

Este colunista é bem versado no tema, porque já participou da organização de muitos carnavais. Há toda uma preocupação com a comercialização de produtos e isso exige regulamentação. Não se pode simplesmente ocupar um pedaço do chão, que é público, e ir montando uma barraca sem autorização, alvará, sem a devida concessão do espaço. Os gestores públicos precisam de rigor em questões assim, do contrário eles é que responderão. Certamente foi em razão da necessidade de pedir um parecer, que surgiu o nome da PGR no imbróglio. Os procuradores, afinal, apenas dizem se tudo transcorre à face da Lei, o que é muito importante.

 

No sábado

A prefeitura e Fundação Cultural responderam a este colunista e isso valeu no final de semana: “A PGM não emitiu qualquer parecer a respeito da venda, ou não, de bebida alcoólica no local do Carnaval. Quanto à comercialização, ou não, de bebidas alcoólicas, o assunto, todavia, não foi definido. Estamos analisando como poderemos ofertar os espaços de comercialização, seguindo as normas estabelecidas pela Fundação Cultural de Foz do Iguaçu”. A Fundação estuda como fará a organização do evento e é a Secretaria da Fazenda quem emite os alvarás. Há, como sempre, a preocupação coma venda para menores de 18 anos e com os ambulantes, porque acabam prejudicando o comércio formal e vendem de tudo, como energéticos e misturas inadequadas, sem a devida procedência.

 

Solução

Nesta segunda-feira, o diretor-presidente da Fundação Cultural, Dalmont Benites, antecipou que jamais aventaram ou decidiram pela proibição de bebidas e que o planejamento foi sacramentado no setor de A&B para o Carnaval 2025. Foi definida a participação dos feirantes que compõem a Feirinha da JK, devidamente cadastrados como fornecedores oficiais, tanto de alimentos quanto de bebidas. É uma maneira de prestigiar o segmento. A fundação conversa com os blocos no intuito de uma solução. As agremiações, carnavalescas ou não, devem organizar a documentação e coexistirem formalmente por meio estatutário, conforme pede a Lei, do contrário é difícil se relacionar com a coisa pública.

 

La Nave Vá

A barca segue o rumo e tudo colabora para que o Carnaval 2025, ou o nosso Carnafalls, se é que se pode usar ainda o nome, seja uma festa das boas. Os leitores querem saber a quantas anda o projeto da Charanga da Yolanda, se vai sair ou não. A Fundação Cultural confirmou o apoio, ajudando na estrutura e, comerciantes e população local se mobilizam para a produção do evento. Falta apenas a autorização do Foztrans em fechar a última quadra da Avenida Iguaçu, onde não há sequer ponto para a parada de ônibus. O povo quer a matinê lá por ser um local amplo, arborizado e de fácil acesso, diferente de outra rua no bairro. Logo teremos novidades.

 

Café com Teatro

O evento acontece desde 2008, portanto lá se vão 17 anos atraindo o segmento da arte, artesanato, música, teatro, poesia e manifestações culturais das mais diversas. É realizado no entorno do Teatro Barracão e atrai milhares de participantes. Foi muito bom estar por lá na noite de domingo, acompanhando a patroa Eliane Luiza Schaefer, bastante ligada em todas as atividades no segmento.

 

Participação

Toda a área foi ocupada por barracas de produtos artesanais, do vestuário, camisetas, à cerâmica, mostrando a dimensão da produção local. As dependências do Teatro Barracão, seu palco e laterais serviram para a performance de vários grupos e do lado de fora, uma rua de expositores, com bastante gastronomia e bebidas. Uma tenda abrigou as bandas, com muito rock em todas as suas variações. A Praça da Bíblia, por si, já é um dos pontos de encontro mais movimentados aos domingos à noite e com o “Café com Teatro”, então, proporcionou um belo espetáculo.

 

Honraram o espaço

De certa forma, o projeto do Teatro Barracão existe para essas finalidades, de atrair as pessoas por meio de manifestações artísticas e populares. O evento “Café com Teatro” é o que mais causa essa interação e havia gente pedindo que fosse permanente, inclusive. Dá um trabalhão, mas não é impossível de acontecer, dependerá do Centro de Cultura Popular, com a participação integral da vereadora Valentina. Diga-se, desde menina acompanha o evento, dimensionado por sua família.

 

O espaço

O Teatro Barracão é cedido em comodato, caso não falhar a memória deste colunista. Certamente o grupo que atende a área foi contemplado por editais do Fundo Municipal de Cultura e faz a lição de casa muito bem-feita. Mas o edifício precisa urgentemente de manutenção. Taí uma saída para a reforma ou começar um projeto de manutenção, porque isso pode ocorrer no formato de um mutirão, com a ajuda das pessoas que usufruem da área. Todos sairão ganhando, os expositores, artistas e frequentadores. O que precisa é saber o aspecto legal de uma empreitada nessas proporções.

 

Restauração

O Teatro Barracão foi cedido pelo Governo do Estado e deve existir recurso para a manutenção das unidades. Ao que parece apenas duas resistiram, as demais foram comidas pelos cupins e abandono. O local já foi revitalizado duas vezes e como é todo em madeira, necessita manutenção periódica. É muito bem construído, com vigas resistentes, e conserva ainda um telhado muito pesado. É importante respeitar os aspectos de tombamento de prédios públicos e de grande valia para a sociedade, que fala tanto na necessidade de um novo teatro e não cuida como deveria do que já possui.

 

A Praça

A Praça da Bíblica, como escrevemos, é um local de muita expressão popular, sobretudo porque foi se transformando em “praça de alimentação”. A última atenção pública dispensada foi a construção de um “cocar” em concreto, ferro e madeira, que até hoje as pessoas não sabem para que serve o pergolado, uns garantes que a geringonça mais atrapalha que outra coisa. Ficou difícil, por exemplo, armarem um conjunto de barracas para a realização de uma feira. Mas há quem aprove até aquela aberração arquitetônica, uma ode à ineficiência. Bora revitalizar o espeço!

 

Bom momento

Foz tem tudo para se encontrar com um momento de muitas vontades de atender ao setor Cultural. É preciso antes de tudo disposição para dialogar e saber onde está a ponta do novelo do entendimento. A Cultura dispensa as formalidades partidárias, ideológicas e o formalismo político. Como usam no jargão, é “tudo junto e misturado” e isso que interessa, em saber que há espaço para as manifestações. O saudoso Paulo Leminski dizia que os eventos culturais mais bagunçados eram os melhores, porque exalavam a naturalidade humana; e é verdade organizados são os batalhões, as empresas automobilísticas, os desfiles cívicos; as feiras do agro. Cultura querer organização legal, mas isso não deve impedir e nem conter a irreverência, a liberdade de expressão e a criatividade. Com jeitinho tudo se encaixa.

 

Agro

Falar nisso, acontece o Show Rural e deu uma coceira de ir até lá, dar um pulinho em Cascavel e conferir uma das mais empolgantes e organizadas feira do país. Visitando o evento é que o povo da cidade passa a ter noção de como o campo está tecnológico e avançado para colocar o alimento em cima das nossas mesas. Muitas pessoas ainda não fazem essa conexão.

 

Virou turismo

É gratificante saber que vem gente da Alemanha, França, Estados Unidos, Canadá e de quase todos os países da América Latina, para prestigiar a feira que acontece em apenas uma semana, de 10 a 14 de fevereiro. A entrada e o estacionamento são gratuitos! Uma boa semana a todos!

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