Número de adolescentes grávidas reduziu 35% em cinco anos em Foz

O número de adolescentes grávidas reduziu 35% em cinco anos em Foz do Iguaçu, passando de 533 casos em 2019, para 345 em 2023. Os números foram extraídos do Painel de Monitoramento de Nascidos Vivos, do Ministério da Saúde, e mostram uma evolução decrescente na incidência de gestações precoces no município.

Os dados são atualizados constantemente e servem para a elaboração de campanhas, que alertam e orientam sobre os riscos e dificuldades da gravidez entre meninas na faixa etária dos 14 aos 19 anos. A divulgação, que foi realizada nessa terça-feira (4), engloba as ações da Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência.

A campanha desse ano tem como principal objetivo divulgar medidas preventivas e educativas para reduzir a incidência de gestações nessa fase da vida. A iniciativa está alinhada com as ações e metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), da Organização das Nações Unidas (ONU), e integra a estratégia global para mulheres, crianças e adolescentes 2016-2030.

“O acesso às informações, educação sexual e o conhecimento dos métodos contraceptivos são fundamentais para que os índices se mantenham baixos”, afirmou a chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher da Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa), Carolina Poliquesi.

No comparativo dos anos, foram registrados 533 nascimentos de bebês de mães adolescentes em Foz em 2019. Em 2020 este número caiu para 446, passando para 421 em 2021, 356 em 2022 e 345 em 2023.

A importância em atuar na prevenção da gestação precoce se destaca, dentre outras situações, pelo risco da prematuridade dos bebês. Das 345 crianças que vieram ao mundo em 2023, 38 nasceram com 37 semanas de formação ou menos. Ainda, do total geral, 97 mães precisaram passar por cesarianas, o que pode resultar em diversas complicações e óbitos, tanto da gestante, quanto do bebê.

 

Dados do Paraná

O número de gestações entre meninas de 10 a 19 anos reduziu 38,15% no Paraná entre 2019 e 2024, passando de 18.883 para 11.678 (dados preliminares). Para alcançar níveis ainda melhores, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) trabalha junto aos municípios para o fortalecimento de diversos pontos, desde a atenção primária, porta de entrada do SUS, passando pela Atenção Ambulatorial Especializada e Hospitalar.

“Adolescentes são prioritários na garantia de seus direitos e devem ter seu acesso à APS em qualquer circunstância. Podem ser atendidos sozinhos, inclusive para acolhimento, prevenção e utilização dos métodos contraceptivos ofertados no SUS”, ressaltou Carolina Poliquesi.

A Sesa ressalta que a falta dos pais ou responsáveis não deve ser um impedimento para que a adolescente busque atendimento na Unidade de Saúde, seja para agendar uma consulta ou receber atendimento direto. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) assegura esse direito dos 12 aos 18 anos.

 

Semana de prevenção

A Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência foi instituída pela Lei n.º 13.798/2019 e é realizada anualmente de 1º a 8 de fevereiro. Em 2025, o tema é “Prevenção da gravidez na adolescência, promovendo a saúde e garantindo direitos”.

De acordo com relatório publicado em 2018 pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), no Brasil, um em cada cinco bebês nasce de uma mãe com idade entre 10 e 19 anos. O número chega a 65 nascidos, e a proporção de nascidos de mães adolescentes apontada nesse período foi de 18%.

  • Da redação / Foto: Ari Dias/AEN

 

 

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