Mato alto e lixo acumulado em terrenos causam poluição visual em Foz e contribuem para proliferação de doenças
Um problema já antigo, mas que de tempos em tempos volta a ocupar lugar de destaque na lista de transtornos urbanos em Foz do Iguaçu. O mato alto e o lixo acumulado em alguns terrenos baldios da cidade vêm causando poluição visual nas últimas semanas, além de contribuírem “direta ou indiretamente” para a proliferação de doenças.
O problema tem sido observado pelos moradores em vários pontos do município, gerando reclamações e insegurança, já que os espaços também acabam servindo para ações criminosas.
Um dos locais apontados pela população está localizado nas proximidades do Jardim Dona Leila. O terreno na esquina das ruas Mariam Osman com Henrique Alberto Pepin, que abrigará um novo loteamento, está repleto de materiais descartados de forma ilegal. Há plástico, restos de madeira, vidros quebrados, caixas de isopor, papel, calçados, roupas e até um colchão jogado.
Outro ponto em situação semelhante foi registrado na região do bairro Vila Boa Esperança. Em um terreno tomado por mato, há roupas diversas, restos de móveis e garrafas, potes e outros resíduos.
Muitos dos itens expostos podem acumular água e acabam colaborando para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que é transmissor da dengue. Na fronteira, já foram contabilizados mais de 425 casos confirmados da doença no ano epidemiológico atual.
Os “matagais” urbanos também podem abrigar animais peçonhentos, como escorpiões, algumas espécies de aranhas e cobras. Esses bichos procriam rapidamente e podem acabar invadindo residências e causando acidentes graves.
Em um terreno, que fica na esquina das ruas Mané Garrincha e Itaúna, no bairro Conjunto Libra, também há bastante mato alto. Mas o que repercutiu nos últimos dias foi um achado de cadáver no local. Um homem foi encontrado morto no espaço, que fica próximo de uma creche. A causa do óbito ainda não foi divulgada, mas a situação causou espanto e receio nos moradores das proximidades, que temem o uso deste e de outros locais semelhantes para a prática de crimes.
De acordo com a Prefeitura Municipal, a Secretaria de Meio Ambiente está ciente do problema e trabalha por soluções. Desde o início do ano foram intensificadas as ações de limpeza, com a realização de forças-tarefas que reúnem serviços de várias secretarias nos finais de semana.
No último dia 17, equipes da concessionária responsável pela limpeza urbana realizaram uma operação em um ponto no bairro Lagoa Dourada. Em um terreno foram recolhidos móveis, restos de construções, lixo doméstico, entulhos e vários outros materiais que, além de deixar o local feio, ainda poderiam causar prejuízos à saúde dos moradores.
Entretanto, além das mobilizações, as autoridades pedem que a população colabore, evitando o descarte irregular de lixo. É importante também que os proprietários de terrenos estejam atentos às limpezas e que os moradores denunciem irregularidades.
“Temos atuado intensamente para atender as demandas atrasadas e garantir que Foz do Iguaçu, cidade que inspira e trabalha, esteja sempre bela”, enfatizou o secretário de Meio Ambiente, Sérgio Caimi.
Crime ambiental
O descarte irregular de lixo é crime ambiental, de acordo com a Lei Federal nº 9.605/1998. Além da multa, o infrator pode ser detido ou preso. O valor da penalização pode chegar a R$ 10 mil, dependendo do tipo de dano causado.
Denúncias sobre locais onde há descarte irregular de resíduos podem ser feitas pela população por meio do número 156 ou pelo aplicativo ou site eOuve, onde é possível anexar fotos e acompanhar o andamento do pedido.
Da redação / Fotos: Robson Meireles