Domicílios no Brasil têm mais cômodos e menos moradores por dormitório

Os dados preliminares do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que os brasileiros vivem em domícilios maiores, com mais cômodos e menor densidade de moradores por dormitório. A pesquisa revela que 44,4% da população reside em moradias com seis a nove cômodos. Por outro lado, apenas 0,2% vive em habitações de um cômodo, enquanto 1,5% moram em domícilios de dois cômodos.

Os domícilios com cinco cômodos representam 29,2% do total, e 5,9% das residências possuem 10 ou mais cômodos. Cozinhas, banheiros e outros compartimentos cobertos são considerados cômodos pelo IBGE, mas áreas como varandas e corredores não entram na conta. Indígenas que vivem em habitações tradicionais sem paredes são contabilizados como residindo em domícilios de um cômodo.

Menos pessoas por dormitório

Em 2022, a maior parte dos domícilios brasileiros (53,9%) contava com dois moradores por dormitório, enquanto 35,1% tinham apenas uma pessoa. Apenas 2,6% das habitações registraram quatro ou mais pessoas compartilhando o mesmo espaço para dormir. Comparando com 2000, houve uma significativa redução no número de domícilios com mais de três moradores por dormitório, que caiu de 9,6% para 2,6%.

Melhoria dos materiais de construção

A qualidade dos materiais de construção também evoluiu. Em 2022, 87% das residências tinham paredes externas de alvenaria com revestimento. A proporção de domícilios com alvenaria sem revestimento caiu para 7,6%, enquanto as construções em madeira para construção representaram 4,1%.

“Houve uma evolução positiva na estrutura dos domícilios, tanto em termos de material quanto de espaço,” destacou Bruno Mandelli, analista do IBGE.

Desigualdades regionais

O estudo evidencia desigualdades regionais. O Distrito Federal lidera em residências com 10 ou mais cômodos (13%), enquanto o Acre registra apenas 1,8%. No Norte, 7,5% dos domícilios possuem quatro ou mais moradores por dormitório, o maior percentual entre as regiões.

Impactos de cor e raça

A pesquisa também revela disparidades relacionadas à cor ou raça. Indígenas apresentam os piores indicadores estruturais, mas esses dados devem ser analisados considerando aspectos culturais. Já pessoas de cor preta ou parda têm maior probabilidade de residir em domícilios com menor estrutura e maior densidade de moradores por dormitório.

Resultados preliminares

Os dados apresentados são preliminares, baseados em 10% da população. O IBGE ainda irá ajustar as áreas de ponderação em consulta com prefeituras, o que será essencial para a consolidação dos resultados definitivos.

  • Da redação com Agência Brasil / Foto: Marcelo Camargo

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