Com Hospital Municipal lotado, mais de 60 pacientes aguardam vagas nas UPAs de Foz e região

O Hospital Municipal Padre Germano Lauck atingiu lotação máxima nesta semana e uma longa fila de espera para internações começou a se formar nas Unidades de Pronto Atendimento de Foz do Iguaçu e região. De acordo com a Secretaria da Saúde, até ontem (12), pelo menos 50 pacientes locais aguardavam uma vaga nas UPAs e PAs para transferência.

Além dos moradores de Foz, a unidade atende outros oito municípios do Oeste, onde há mais 15 pacientes hospitalizados que precisam ser destinados ao hospital para tratamento complementar ou procedimentos cirúrgicos.

No total, o HMPGL dispõe de 257 leitos gerais (distribuídos em clínica médica, unidade cirúrgica, pediatria e outros) e 40 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Todos eles estão ocupados no presente devido a um aumento de vítimas de fraturas, sendo muitos com necessidade de cirurgia.

“O Hospital Municipal é referência em trauma e houve um grande aumento no número de acidentes nas últimas semanas, fazendo com que as internações crescessem consideravelmente. Outra situação atípica foi que houve um crescimento também nas internações psiquiátricas”, explicou a diretora da unidade, Elizane Galli.

Os números da Central de Ocorrências do Corpo de Bombeiros (Cobom) evidenciam os fatos. Nos últimos dois finais de semana, mais de 40 acidentes foram registrados em Foz, sendo a maioria deles envolvendo motociclistas.

Por conta da demanda, as cirurgias eletivas chegaram a serem suspensas por quase uma semana, gerando preocupação entre os pacientes. Atualmente, mais de 20 mil pessoas aguardam por alguma intervenção do tipo. Felizmente, os procedimentos foram retomados na segunda-feira (11), com a abertura de oito leitos extras.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde disse que “devido à ampla área de cobertura, que serve nove municípios e recebe pacientes de outras regiões do estado quando necessário, juntamente com períodos de crise sanitária e o status do hospital de saúde plena, algumas situações de superlotação podem ocorrer”.

No mesmo sentido, a Secretaria de Saúde do Paraná afirmou que “o Estado possui uma ampla rede hospitalar e que todos os pacientes estão sendo atendidos, sem que haja qualquer tipo de desassistência, até que situação seja normalizada”.

 

Crise no Oeste

Além da falta de leitos no Hospital Municipal em Foz, também há registro de lotação no Hospital Universitário de Cascavel. Com capacidade para apenas 33 pacientes, o pronto-socorro da unidade está atualmente com 74 pessoas hospitalizadas. Muitos aguardam nos corredores do local a transferência para um quarto.

Também não há vagas nas UTIs (são 14 leitos para adultos e cinco pediátricos) e na enfermaria. Com isso, ocorrem novamente atrasos nas cirurgias que não consideradas de urgência.

Segundo o diretor do hospital, Rafael Muniz De Oliveira, ajustes foram feitos para atender à demanda, porém, o espaço impede uma ampliação. O HUOP é referência em atendimento de alta complexidade para mais de 90 cidades do Oeste e Sudoeste, abrangendo quase 2 milhões de habitantes.

Apesar da grande demanda, há falta de servidores, o que dificulta ainda mais a situação. Segundo a direção, há 30 vagas abertas para técnicos de enfermagem, mas sem pessoas cadastradas para trabalhar.

Ainda em meio à crise, o centro cirúrgico principal do HUOP fez 699 cirurgias, sendo 550 de urgência e emergência, a maioria de vítimas de acidentes de trânsito. Já em outubro, foram 650 operações, enquanto a empresa responsável pelas chamadas cirurgias programadas fez 417 procedimentos.

  • Da redação /Foto: Christian Rizzi – PMFI/arquivo

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