Número de incêndios em vegetação dobraram em Foz do Iguaçu neste ano

Queimadas em áreas de vegetação se tornaram um problema crescente em Foz do Iguaçu, onde o número de incêndios já aumentou mais de 100% neste ano em comparação ao mesmo período do ano passado. Quem for flagrado ateando fogo pode pagar multas pesadas. Segundo a legislação ambiental, provocar incêndios em florestas ou vegetação nativa resulta em multa de R$ 10 mil por hectare ou fração. Quando a vegetação for cultivada, a multa é de R$ 5 mil por hectare. Além disso, a falta de ações de prevenção em áreas rurais pode gerar multas de até R$ 10 milhões.

O Corpo de Bombeiros de Foz do Iguaçu registrou  mais de 160 ocorrências de incêndios em áreas urbanas e rurais somente este ano, um salto em relação aos 77 casos no mesmo período de 2023. Em todo o Paraná, o cenário também preocupa: já são mais de 11 mil incêndios florestais registrados até setembro de 2024, ultrapassando os 10 mil casos de todo o ano anterior.

O aumento expressivo no número de incêndios pode ser atribuído a uma combinação de fatores climáticos, como estiagens prolongadas e aquecimento global, além de ações humanas, como queimadas intencionais para desmatamento. Em muitos casos, as pessoas que provocam os incêndios perdem o controle do fogo, o que resulta em uma destruição maior do que a planejada. A identificação dos responsáveis por incêndios é difícil, sendo realizada principalmente por meio de denúncias.

O período mais crítico para as queimadas ocorre entre julho e outubro, quando a baixa umidade, as geadas e a vegetação seca facilitam o surgimento de focos de incêndio. Esses incêndios causam não só o desmatamento da flora e fauna, mas também prejuízos materiais, com a destruição de edificações, plantações, rebanhos e, em alguns casos, a perda de vidas humanas.

Além dos danos ao meio ambiente e ao patrimônio, os incêndios em vegetação têm um impacto direto na saúde da população. A fumaça gerada pelas queimadas piora a qualidade do ar, afetando especialmente pessoas com doenças respiratórias preexistentes. A situação é agravada quando as queimadas ocorrem perto de áreas residenciais, aumentando a exposição da população à fumaça e agravando problemas de saúde.

Diante desse cenário, os bombeiros orientam a população a adotar medidas simples de prevenção, como não soltar balões, não usar fogo para limpar terrenos e evitar jogar bitucas de cigarro ou lixo pela janela de veículos. A destinação correta dos resíduos também é crucial para evitar focos de incêndio.

 

Incêndios no Paraná

O Paraná registrou até 22 de setembro de 2024 um total de 11.927 incêndios florestais, um aumento de 17% em apenas 20 dias. As chuvas no início do mês ajudaram a reduzir as ocorrências diárias, evitando uma piora no cenário. O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) reforçou suas operações de combate através da Operação Quati João 2024, preparando suas unidades para responder rapidamente a novos focos.

Durante uma reunião nesta semana, foram discutidos os dados das queimadas e a importância do decreto 7.258/2024, que declara estado de emergência devido à estiagem. Além disso, o CBMPR utilizou pela primeira vez aeronaves contratadas para auxiliar no combate a incêndios, como ocorreu em Palmeira. A média de focos de incêndio, que era de 129 por dia no início de setembro, caiu para 17 após a chegada das chuvas, mas grandes incêndios continuaram, especialmente em Cianorte, Umuarama e Tuneiras do Oeste.

O meteorologista Reinaldo Kneid do Simepar prevê que as chuvas continuarão ajudando no combate aos incêndios até outubro, mas a chegada do fenômeno La Niña, que trará clima mais seco, pode agravar a situação nos próximos meses. O decreto 7.258 facilita as ações de prevenção, e a Defesa Civil está capacitando 500 brigadistas em 100 cidades, além de adquirir novos equipamentos e firmar acordos para o uso de aeronaves.

Essas medidas, junto com a cooperação entre os órgãos, visam garantir uma resposta rápida e eficiente no combate aos incêndios florestais, especialmente diante do risco de agravamento das condições climáticas. A atenção e o reforço das ações preventivas são essenciais para minimizar os danos ao meio ambiente e à população do estado.

  • Da redação / Foto: AEN

 

 

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