Latinha luta contra falta de recursos e reconhecimento da população de Foz
A falta de recursos e de reconhecimento da população tem sido um dos principais entraves na campanha de Jurandir de Moura, o Latinha, candidato a prefeito de Foz do Iguaçu pela federação composta pela Rede Sustentabilidade e pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). “Aí você vai para o Três Lagoas e percebe que 60% do povo não sabe que sou candidato. Porque não tive perna para chegar e me apresentar para esse povo”, contou o candidato na série de entrevistas da Rádio Cultura e publicada no GDia.
“Mas também acredito que de 10% a 20% não sabe quem são todos os candidatos e assim a gente não consegue, quando a vista é numa folga, ou está doente. Não conseguimos unir o nosso grupo que é muito pequeno”, relatou o candidato que tem como vice a enfermeira Cleomara dos Santos Silveira (Rede). A falta de recursos também tem se tornado um empecilho para a chapa de vereadores.
Nos encontros com a população, segundo ele, até cobranças do fundo partidário, dinheiro público para financiamento de campanhas. “Eu não tenho, queria ter e deveria ter. Tem partido que não tem fundo partidário como o do PMB (de Sérgio Caimi). Não recebi nada, não tenho perna para andar, faço promessa do jeito que posso, estou andando de Uber ainda”, contou o candidato.
Para superar estas dificuldades, Latinha disse que conta com o apoio dos veículos de comunicação e nas redes sociais, dos amigos que “compartilham” seu material de campanha. “Uso como estratégia o coração da cidade. Onde que está o coração da cidade? No comércio. Porque quem mora, quem trabalha na Avenida Brasil não mora na Avenida Brasil, mas sim em algum lugar da cidade”, disse ele, que ainda fez críticas sobre os partidos e candidatos que se intitulam de esquerda em Foz.
Taxa de visitação
O candidato foi indagado sobre uma proposta polêmica encampada por Latinha, que é a cobrança de uma taxa de visitação dos turistas de Foz. “Se pegássemos e cobrar só a taxa de hospedagem, se cobrasse R$ 20, R$ 15 de hospedagem e Gramado (RS) cobra isso, tanto cobra a entrada como cobra taxa de hospedagem. Se cobrar R$ 15 por hospedagem, temos a média de um 1,5 milhão de pessoas que são hospedados por ano, já pagava transporte público, precisava nem cobrar a entrada via aérea, rodoviária ou de veículo”.
“O empresário não vai ser atingido porque vai deixar de pagar R$ 140 ou R$ 150 por cada funcionário dele. Tenho essa questão que possa fazer essa cobrança na entrada da cidade ou posso só criar a taxa de hospedagem para não ter tanta burocracia e ficar mais fácil”, adiantou o candidato.
Sobre a campanha, Latinha disse que “vergonha” não vai passar. “Se hoje receber 100 votos, sou o cara mais derrotado, mas eu vou dizer para vocês. Isso daí que falo. Tem gente que conhece política e não acredita que vou fazer menos de 15 mil votos. Fico no mínimo em quarto lugar na cidade. Eu vou fazer esse”, contabilizou. Primeiro, segundo ele, porque é o único candidato de esquerda “e não adianta as pessoas querer correr disso e tentar levar o voto para um candidato emprestado, não vai colar”.
Polarização
Latinha também comentou o fato da polarização eleitoral em Foz, entre Paulo Mac Donald (PP) e General Silva e Luna (PL). Segundo ele, este cenário é reflexo de “pesquisa mentirosa” e que acredita que está engatado “pau a pau”, listando que Airton José (PSB) brigando com Sâmis da Silva (PSDB).
As campanhas de alguns dos postulantes, na avaliação do candidato, tem sido prejudicada pela insegurança jurídica, “que está sendo muito discutida”. “Por mais que ele está apto, mas existe essa insegurança jurídica que custou R$ 7 milhões dos cofres público do nosso povo para fazer a eleição complementar em 2017 (quando Mac Donald foi eleito e não pode assumir)”.
Para Latinha, é preciso começar a discutir Foz do Iguaçu e é o que ele está fazendo. “Temos que começar a mexer nessa cidade porque se as pessoas tem transporte público ruim, entram numa fila para fazer uma consulta, sai de lá com o remédio ou não é problema dela. As pessoas estão ficando doente nessa cidade e estão ficando a maioria abaixo da miséria. Vamos chegar nesse ponto? Temos que discutir a saúde de verdade não só o curativo, não só a doença”.
- Da Redação / Foto: Radio Cultura